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Você tem Fome de Quê?! - Parte 4

(No final da década de 90 essas imagens invadiram nossas televisões impressionando-nos com as possibilidades das modificações genéticas dos alimentos. Melancia quadrada? Invenção dos japoneses com a argumentação de facilitar seu armazenamento em geladeiras... Será que é saudável?)

Em seu último livro, A Revolução dos Alimentos, Robbins segue com a pesquisa detalhada e o tom panfletário contra a indústria de carne, mas vai à carga também contra os fabricantes de organismos geneticamente modificados. 

Sua principal tese - a mesma defendida por alguns governos e instituições internacionais - é que ainda não houve testes suficientes que comprovem a segurança do cultivo desses alimentos para o ser humano e o meio ambiente. 

Faz sentido.

(A campanha insiste para não utilizarmos transgênicos, exatamente porque não sabemos de seu impacto no organismo e na natureza.)

(Entenda um pouco sobre os motivos das restrições contra as sementes transgênicas.)

As sementes que agora dominam as lavouras da engenharia genética são o milho e a soja da variedade Roundup Ready, cuja a principal virtude é a imunidade a doses maciças de aspersão com o herbicida Roudup Ready (além da toxicidade do processo, essa ligação intrigante: semente e herbicida são fabricados pela mesma empresa). Não há garantia também de que, pela polinização entre espécies, as próprias ervas daninhas não se tornem imunes ao herbicida e comecem a desequilibrar o ecossistema. 

E a incoerência maior: segundo Robbins, "a produção desses grãos continua a ser majoritariamente destinada à alimentação de animais" - o que nos leva de volta à questão das indústrias bovina, avícola e suína, com o agravante de que se trata de uma ração da qual não se conhecem bem os efeitos. 

(Teve uma época que eu cheguei a plantar de tudo um pouco, esses foram os últimos tomatinhos que eu deixei nascer em casa... Dá prá manter uma pequena horta sem problemas, mas precisa ter um mínimo de tempo para cuidar devidamente das plantinhas, senão elas sofrem...)

A solução para os problemas ambientais, sociais e fisiológicos resultantes do desequilíbrio alimentar de hoje, segundo John Robbins e milhares de outros pesquisadores e especialistas está numa conscientização semelhante a que tem o comedor agrícola: a conexão com a terra. A raiz etimológica da palavra humilde é a mesma de húmus... Nossa humildade significa voltar a reverenciar o que é simples, o que é comum e da terra, nos conectar com o planeta e suas criaturas.

Supermercados inteiros dedicados à Natureza

 No início do século XX, o cientista inglês Albert Howard constatou que a saúde do solo assegurava plantações e rebanhos mais saudáveis. 

Seu livro, Um Testamento Agrícola, está na origem da agricultura orgânica, um movimento que busca a conexão com a terra por meio do controle natural de pestes, da fertilização com material orgânico, do respeito à biodiversidade.

(O hipermercado Gbarbosa de nossa cidade se compromete em vender hortaliças frescas e orgânicas todos os dias.)

Nos Estados Unidos e na Europa existem, hoje, supermercados inteiros especializados em produtos cultivados em solos saudáveis e ecossistemas naturais e autossustentáveis. 

No mundo todo há demanda por uma relação consciente com a comida. São pessoas que sabem como preparar pratos coloridos, ricos em nutrientes naturais, pela simples combinação de hortaliças, leguminosas, cereais, frutos, tubérculos, sementes oleaginosas e, às vezes, até alguma proteína animal.




Voltando Às Origens da Terra


(Prof. Tácio Andrade Conceição, querido amigo e colega pela disseminação por uma alimentação natural e saudável em Vitória da Conquista.)

"Planto milho, cana e capim para o gado - o esterco volta para a terra como adubo. Faço rotação de culturas e tenho girassol para atrair predadores de praga. Trato os meus animais com fitoterápicos e homeopatia." - diz o neto, filho e dono de fazendas de nossa região Tássio Andrade Conceição, Engenheiro em Agronomia e professor do IFBA-Vitória da Conquista.

Suas fazendas produzem 300 quilos de hortaliças, frutas e laticínios para toda a nossa região. 

Não dá para levar a história adiante sem declinar a identidade do fazendeiro mais famoso de nossa região, Marcos Palmeira, ator global. 

(Ator Marcos Palmeira em uma de suas fazendas que produzem alimentos e insumos orgânicos no sudoeste da Bahia. Dono de 3 grandes fazendas nas cidades de Itororó e Itabuna. Sempre abriu suas portas para receber estudantes, pesquisadores e professores da UESB e UESC, universidades estaduais de nossa região. Mas também possui uma chácara no Rio de Janeiro e é pecuarista do Mato Grosso do Sul.)

Ao comprar sua propriedade, há 10 anos no Rio de Janeiro, ele percebeu que os funcionários não comiam a produção devido à grande quantidade de produtos químicos utilizada.

Assim, a transição para a agricultura orgânica foi rápida. 

"A consciência da alimentação mudo a minha vida. Você começa a redescobrir o equilíbrio, voltar às origens do que a terra já foi", diz ele. 



Continua...


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Aranel Ithil Dior