Esta filosofia propõe a conquista de uma vida plena e diz que somos a chave da Sabedoria.
As primeiras referências a esse "caminho para a descoberta interior" estão nos Vedas, textos sagrados do hinduísmo, de cerca de 5000 a.C. Mas o yoga só foi efetivamente sistematizado nos Yoga Sutras, conjunto de 196 aforismos atribuídos ao sábio Patanjali, no século 2 a.C.
(Textos sagrados hindu dos quais se encontram os Yoga Sutras, ensinamentos e práticas sobre meditação, pranayama e yoga)
Há também outros textos sobre yoga, mas os Yoga Sutras estão entre os mais estudados.
Os Yoga Sutras compõem um dos seis darshanas - pontos de vista e visões do mundo - aceitos pelo sistema ortodoxo indiano, e propõem um caminho espiritual dividido em oito partes.
(Recitação védica feita nas escolas dominicais indianas, onde o domingo, dia do sol, é tão sagrado quanto para os cristãos)
Tomando-se o yoga como um caminho para iluminação, pode-se dizer que nele seguimos do mundo material para o mundo abstrato, ou seja, partimos dos aspectos mais densos, que se expressam no corpo e no comportamento terreno, para os aspectos mais sutis, os mesmos que podem ser alcançados por meio da meditação.
(Uma personalidade e mente aberta, receptiva, tolerante e flexível, eis a meta final do yoga e das práticas meditativas. Isso significa na teologia hindu, transcendência.)
A meta final do yoga é alcançar a transcendência, a percepção de que nosso corpo e todas as coisas são manifestações transitórias de uma consciência maior.
O Bhagavad Gita, ou Canção do Senhor, um dos clássicos da literatura indiana, considerada a Bíblia dos yogues, diz que:
"(...) yoga é a perfeição na ação."
Isso significa que yoga não se restringe às práticas nas aulas, pois se estende às nossas atitudes e ações na vida.
(O Yoga oferece um raro momento para o ser humano parar, respirar, numa postura, num movimento, e perceber como este movimento influencia o fluxo de sua respiração e pensamentos. Assim, ele conclui que as ações são controláveis e, principalmente, domináveis.)
A perfeição da ação acontece quanto temos consciência dos nossos atos. Diante dos estímulos diários, a maioria das pessoas é passiva, apenas reage de acordo com padrões repetidos de comportamento. Quase todos agem impulsivamente.
O yoga mostra que temos a opção de agir com consciência. Por exemplo, diante de uma situação de tensão, você briga se quiser, não age por impulso. O yoga diz que isso acontece aprendemos a arte da concentração, da meditação, o que diminui o fluxo de pensamentos.
Não há como responder objetivamente a essa pergunta.
Decerto, há linhas de yoga que exigem mais do corpo, algumas que lançam mão de práticas meditativas, outras nas quais se canta e se tocam instrumentos e assim, por diante, aspectos diferentes que poderiam, aqui ou ali, inspirar ou não nosso interesse.
(As principais posturas do Hatha Yoga, ou a yoga funcional, utilizada por donas de casa e trabalhadores hindus em épocas remotas para fortalecimento do corpo e concentração. A dominação inglesa e a ocidentalização da Índia popularizou essa escola)
Mas a verdade é que, para encontrar o yoga ideal, o único caminho é o da experiência prática.
Das diversas escolas de yoga que existem, seis são consideradas escolas clássicas. Elas diferem nos conceitos e nas técnicas, mas têm o mesmo objetivo, que vai de encontro ao próprio significado da palavra yoga: unir, religar - no sentido de ligar novamente o ser humano à sua essência.
Yoga é para todas as pessoas, independentemente de sexo, idade, credo e costumes (há quem faça restrições para crianças com menos de 12 anos).
Alguns costumam perguntar se, para praticar yoga, é preciso tornar-se vegetariano, parar de consumir álcool ou ser ativista ambiental.
Nada disso.
Com a prática contínua, acontece naturalmente das pessoas acabarem cuidando bem mais da saúde física e mental do que de costume.
Continua...