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O Espírito das Árvores - Parte 1

(Bosque de Carvalhos em Cambridge, Inglaterra)

Houve um tempo em que saber o nome das árvores era tão normal quanto saber o nome de ruas ou das verduras no prato.

A árvore era parte da vida, das crenças, das construções, da medicina, assim como referência espacial, que marcava os limites e indicava o caminho.

(As naves góticas tinham sua referência visual nas florestas, quando as copas das árvores se encontram. O sentido era para dar proteção e aconchego, mas imponência também. A floresta sempre foi um ambiente muito presente no inconsciente dos europeus.)

Imponentes, resistentes, sólidas, elas sempre despertaram reverência, e muito pela nobreza do porte. Dizem que as amplas naves das catedrais góticas europeias foram modelos para lembrar a sombra das copas de um bosque.

Interessante: o sentimento de amparo na terra e a conexão com o céu. 

Não há dúvida de que o crescimento imperturbável e contínuo das árvores em direção ao alto envolva a imagem da sabedoria.

(Barbárvore foi uma personagem criada por J.R.R. Tolkien que revisitou o tema nas mitologias escandinavas e bretãs. A sabedoria do Carvalho, os espíritos errantes das florestas que os escandinavos chamavam de fadas ou elfos, tudo nestes mitos se resumiu nessa intrigante personagem que Tolkien não teve tempo para definir ou concluir em sua mitologia.)

Na literatura e no cinema, um pouco desse imaginário aparece no personagem Treebeard (Barbárvore) - parte árvore, parte gente, do segundo episódio de O Senhor dos Anéis: figura lenta, solene, penetrante, constante, cuidadosa (visite nosso site sobre este tema, aqui.)

E isso pode não ser apenas uma fantasia: o clássico A Vida Secreta das Plantas, livro de Peter Tompkins e Christopher Bird, mostra que plantas têm sensações, descrevendo as experiências do especialista em detecção de mentiras Cleve Backester, nos anos 60 (click aqui, para saber mais).

(Cleve Backester, e seu famoso teste para a Revista Life da década de 60.)

No teste mais famoso, duas plantas iguais foram colocadas lado a lado, ambas com as folhas conectadas a um polígrafo. 

Então, um homem destruiu uma delas. A partir daí, a planta sobrevivente - a testemunha - emitia sinais claros de excitação na tela do equipamento toda vez o "destruidor de plantas" entrava na sala. 

(O teste)

A natureza das árvores é admirável. É o tronco lenhoso que diferencia das outras espécies vegetais (os arbustos, embora também tenham galhos lenhosos, não tem o tronco). 

A madeira - o material mais resistente de qualquer planta - a mantém de pé e carrega a memória da passagem do tempo. 

O cerne (o miolo) é a parte mais dura e suas células mortas são repletas de resinas. 

(Estrutura interna de uma árvore)

O alburno, a camada intermediária, tem células vivas de lenho, que transportavam água. Apenas a camada externa carrega a seiva e se regenera, assim como suas flores, frutos e folhas. 

E, às vezes, a vida da árvore continua mesmo depois do tronco ter sido serrado.

Mas há uma reverência pelas árvores que vai além do entendimento científico, o que quase sempre resulta da maneira como elas transpõem as profundezas da terra enquanto, ao mesmo tempo, alcançam a imensidão do céu.

Assim, as árvores fazem parte da mitologia entre povos do mundo inteiro.

Poder de Inspiração

Entre os antigos escandinavos, encontramos o mito de Yggdrasil, o freixo que simbolizava a vida universal.

(Tapeçaria medieval onde vemos a representação dos mundos sustentados por Yggdrasil a árvore do mundo.)

Tinha três níveis de raízes: a primeira ia até o nível subterrâneo, o mundo dos mortos; a segunda ia ao mundo do meio, o mundo dos homens; e a terceira ia para o nível de deuses, como Odin e Thor.

Sob essa árvore, mantinham-se coesos os microcosmos que formavam a própria vida. 

(Gameleira branca de 350 anos da Lagoa dos Negros na Serra da Barriga em Maceió, no Quilombo dos Palmares.)


(Mãe de Santo incorporando o orixá Ossain, o limpador, usando as folhas da gameleira branca, para fechar o tempo dentro do terreiro e os guias poderem entrar com a permissão do orixá Iroko, o guardião do tempo.)

Na tradição do Candomblé, temos a gameleira  branca, que é encontrada com frequência à frente dos terreiros, como guardiã e protetora. Ela representa o orixá Iroko, o tempo.

Para os druidas bretões onde a lenda de Merlim se desenvolveu e, entre os japoneses, povos tão equidistantes, elegeram o Salgueiro, a grande senhora da sabedoria e da cura dentre as árvores. 

(O salgueiro foi eleita como a árvore da sabedoria e da cura das dores da alma, espírito e corpo. Aqui no Brasil ela tem o nome de Chorona. Sinto uma enorme conexão com o Salgueiro, ela é uma das minhas árvores preferidas... Acima, Salgueiro de 250 anos do Parque do Ibirapuera em São Paulo.)

Do salgueiro era confeccionado o bastão ou a varinha entre os magos, por meio de suas cascas os magos extraiam o analgésico mais antigo do mundo; e entre os japoneses, o salgueiro era a sábia árvore que tudo podia predizer sobre o passado, presente e futuro...

(A Dríade dos gregos, um espírito que habita todas as árvores. Quem já teve uma experiência de acessar uma dríade sabe que isso não são apenas contos de fadas...)

Há muitos exemplos de mitos pré-colombianos, africanos, orientais e europeus, nos quais a árvore é adorada como entidade espiritual.

Mulheres que se esfregavam em árvores para aumentar a fertilidade, druidas que veneravam várias espécies e nelas viam deuses, e mãe que enterrava o cordão umbilical dos filhos e a plancenta junto à raízes, para assegurar vida longa ao recém-chegado.

(As mulheres irlandesas e bretãs criaram as extensas e adoráveis superstições familiares sobre as árvores. Rituais para manter o casamento, ter filhos, e até se manterem mais jovens... São muitos os recursos espirituais desses seres...! Por isso, o ditado irlandês imortalizado entre os americanos: Para viver bem: Plante uma árvore, escreva um livro, faça um filho.) 

Sem falar nos personagens que, recostados a um tronco, alcançaram grande sabedoria.

(Odin, pendurado sobre Yggdrasil para obter a sabedoria das runas mágicas. Após isso, ele ficou cego.)

A Lei da Gravidade foi descoberta quando Sir Isaac Newton descansava sob uma macieira (bem... é o que se conta!)...


(Newton e sua lenda sobre a maçã. Será que foi verdade?)

...enquanto o Caminho do Meio nasceu sob a sombra de uma figueira, quando Buda, cansado, decidiu que não faria mais nada de sua vida, enquanto a resposta da pergunta: Por que estou aqui? não lhe sobreviesse!

(Buda e sua resoluta decisão em somente sair debaixo da Figueira após obter a resposta de sua busca. A Figueira é outra árvore famosa nos mitos, e Jesus Cristo amaldiçoou uma quando não encontrou frutos nela. No cristianismo, a figueira representa o adepto que precisa sempre dar frutos doces para alimentar seu semelhante.)



Continua...


 

Natureza Humana - Parte 3

Cada Planta Um Ambiente

Ambiente Claro – Recebe luz solar direta por no mínimo meia hora diária e no restante do dia tem muita claridade. É bom para folhagens com 1,2 metros a 2 metros de altura com folhas de verde não muito escuro.

(Dracena)

Comporta planta que dá flor, como azaléia ou pitangueira, mas não é certo que a muda vingue.

(Pelomélia)

Espécies indicadas: Dracenas, fórmio, samambaia, areca, avena, fênix, pelomélia, orquídea, bromélia, jibóia, costela-de-adão e pacová.

Ambiente Meia-Sombra – Recebe luz solar indireta entre três a quatro horas por dia (Dá para ler um livro sem acender a luz? Então, é meia-sombra).

(Costela de Adão, dá uma flor muito perfumada e um fruto, mas não tão saboroso)

É bom para plantas de 1,2 metro de altura e coloração verde-escuro.

(Árvore da felicidade)

Espécies indicadas: costela-de-adão, chifre-de-veado, lírio-da-paz, zamioculca, fícus, fênix, árvore-da-felicidade, ráfis, lucuala, dracena, avenca, ciclanthus, pacová, palmeira-chamedora, antúrio e leia-rubra.

Ambiente de Sombra – Pouca luz natural (sem luz artificial os objetos nesse ambiente nem fazem sombra, como debaixo de uma escada).

(Zamioculca)

Bom para plantas de 30 a 40 centímetros de altura com folhas bem escuras. 

(Ciclanthus)

Espécies indicadas: zamioculca, palmeira-chamedora, antúrio, espada-de-são-jorge, dracena, pacová, bromélia, ciclanthus, lírio-da-paz, costela-de-adão e singônio.

Ambiente Escuro – Não recebe luz em nenhuma situação, como um hall de apartamento. Não há ventilação.

(Jibóia)

Aqui, as plantas só crescem se houver iluminação especial para elas. Não é bom para planta nenhuma, mas, se você quiser tentar, as espécies indicadas são: palmeira-ráfis, zamioculca, antúrio, jibóia e espada-de-são-jorge.

Quebra Galhos

(Planta no quarto, não!)

Longe da Cama – Quarto de dormir não é bom lugar para a planta. Não porque faça mal às pessoas, mas o excesso de gás carbônico que fica no ambiente, o qual a planta consome, pode estressá-la.

(Geralmente os corredores de uma casa são uma armadilha para as plantas)

Sem Folhas ao Vento - Plantas com folhas grandes e espalmadas não devem fica em locais com vento porque ele machuca as folhas, cortando-as. Proteja da corrente de ar também as de folhas frágeis.

(Que bagunça...! Aqui ninguém está feliz...)

Bem Me Quer - você até pode colocar mais de dois vasos juntos, desde que só um deles tenha uma planta maior que se destaque na composição. Assim as plantas não “brigam” entre si pela atenção do olhar.

(Apesar de ser um alento para os olhos na cidade de São Paulo, pode-se ver que em breve o morador terá problemas com a estrutura da sacada)

Não Dê Galho – Quando for fazer um jardim de inverno ou na varanda do apartamento, contrate uma empresa para cuidar da impermeabilização do piso e da parede. Certifique-se de que a varanda suporta o peso que será colocado ali para evitar transtornos como desabamento em cima do vizinho.

(Siga o passo a passo da drenagem de um vaso)

Manda Chuva – Na rega do vaso, a velocidade da drenagem indica o teor de umidade do solo. Quanto mais rápido a água descer e acumular no prato, mais seca estava a terra. Uma drenagem de velocidade mediana indica boa rega.

(Pode ser um momento Zen para você e sua plantinha)

Folha por Folha – Planta também acumula poeira. Por isso, o ideal é tirar o pó das folhas uma vez por mês. Munido de paciência (aproveite para meditar) e um paninho umedecido em água mineral ou de coco – é um inseticida natural e também adstringente – limpe as folhas uma a uma.

Só borrifar não adianta muito, porque o grosso da poeira muda de lugar e a sujeira continua na planta.

Referências Bibliográficas

Característica das Espécies Ornamentais, de Antonio Carlos da Silva Barbosa, Ed. Ediflora.

Plantas Ornamentais no Brasil, de Harri Lorenzi e Hermes Moreira de Souza, ed. Plantarum.Plantas para Casa, de Rebecca Kingsley, ed. Nobel.

Jardins em Vasos, de Graham A. Pavey, ed. Nobel.


FIM.:.

Natureza Humana - Parte 2

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Mas há exceções.

O bambu-mossô, adorado por muitos, precisa de espaço com pé-direito alto, muito sol e dificilmente sobrevive numa sala, assim como plantas que dão flores, que também precisam de sol direto.

Escolha a planta para sua casa e não as que viu num filme ou programa de televisão porque aquele ambiente é bem diferente de onde você mora.


Uma parte importante de contrato que você assume com esse ser verde que está levando para casa é ter olhar afinado para observar seu comportamento. Não basta esquecer o vaso num canto achando que ele vai se virar sozinho.

Claro que no início a planta passa por um período de adaptação e é natural que fique um pouco sem vida. Mas passados 60 dias ela começa a se acostumar com o novo espaço. Aí entra a sensibilidade do proprietário para ver como a planta está reagindo.


Se estiver sentindo falta de luz, as folhas nascem menores e ficam mais pálidas e as folhas interiores amarelam.

Amizade Enraizada

Rega e adubação são outros cuidados ultra-importantes, já que todo ser vivo precisa se alimentar corretamente.


Com o tempo os nutrientes e sais minerais da terra vão escasseando e o reflexo é uma planta sem viço, com folhas pequenas e que vai definhando.

Se você não quer assinar o atestado de inaptidão para cuidar dela, encare-a como um membro da sua família (ué, você não faz isso com seu gato ou cachorro?) e trate-a com a maior atenção.

(Adubos ou fertilizantes que você pode comprar até no supermercado em diversas apresentações e marcas. Leia o rótulo para saber as especificações)

Faça uma mistura de 5 gramas de adubo foliar diluído em 2 litros de água e regue o vaso com esse composto, colocando apenas a quantidade de água necessária pra casa vaso.


Ou a cada quinzena ou mensalmente a terra deve ser levemente afofada e receber adubo orgânico ou húmus. Assim a planta recebe o alimento de que necessita e equilibra-se a acidez da terra – solo ácido não permite que a planta assimile o fósforo e o nitrogênio, paralisando seu desenvolvimento.


Outro vilão é o excesso de água, que apodrece as raízes e mata a planta. Para não prejudicá-la, informe-se na loja em que comprar o vaso qual é a proporção de água e a periodicidade ideal de rega.

Outro bom conselho é que só uma pessoa cuide das plantas.

Assim ela sempre vai saber quando regou, quanto colocou de água e quando adubou. Isso evita risco de excesso ou falta de água ou adubo.

Enfim, já deu para perceber que cuidar de uma planta dá trabalho. Portanto, se você quer apenas embelezar um cantinho de casa, melhor arranjar um quadro ou outra peça de decoração.

Deixe o verde para quando você tiver paciência e atenção para observar os sinais que a plantinha envia. Se a pessoa tem um vaso para se aproximar do verde, deve se deixar levar e aprender com a planta. É melhor ter só uma e cuidar bem dela do que ter várias e não dar conta.

(A rara flor da espada-de-são-jorge conhecida como sansevieria)

Vendo a planta dessa forma, quem sabe você tenha a mesma sorte que eu. Depois de nove anos tratando bem uma espada-de-são-jorge, neste verão ela me presenteou com flores.

À noite, era uma delícia sentir um perfume semelhante ao do jasmim. Viu como a planta merece atenção? Ela não abana o rabo, mas sabe retribuir...!

Continua...


Natureza Humana - Parte 1

Saiba porque ter em casa uma plantinha faz tanta diferença e descubra que tipo é melhor para seu espaço.

(Minha amiga Célia que sempre tira minhas dúvidas sobre minhas plantinhas)

Que é gostoso ter uma planta em casa todo mundo sabe. Um vaso ou dois ou mesmo uma floreira dão um toque especial ao ambiente, uma coisa assim... meio... meio o quê?


Afinal, o que é que as plantas têm que deixam qualquer ambiente mais agradável?

Qual é a raiz do prazer de andar em um lugar arborizado?

(Entrada do Poço Escuro, um portal verde em Vitória da Conquista)

A resposta pode parecer estranha, mas gostamos de ter plantas por perto porque fomos feitos para andar no meio delas, mesmo.

(Caminhos secretos do Poço Escuro)

Por vários pontos de vista, inclusive o genético, ainda somos os mesmos bichos que alguns milhares de anos atrás perambulavam pelas savanas vestindo peles e caçando para sobreviver.

(Trabalho dos alunos de Biologia da UESB no Poço Escuro em 2012)

Em outras palavras: gostamos de mato porque é o nosso habitat natural.


Tudo bem, ninguém nos obrigou a viver em casas e cidades, nós as construímos para ter mais conforto, proteção e tal. Mas lá no fundo da alma ainda há uma porção selvagem que pede um pedaço de verde à vista.


Ao se aproximar da natureza o homem percebe, mesmo que de maneira inconsciente, que em épocas imemoriais esteve diretamente ligado a tudo o que era natural.


Ou seja, o maior mérito de um jardim não é ser bonito, e sim emocionante.


Um jardim é o local em que o homem compartilha as emoções da sua origem com a natureza, é um ecossistema que envolve as pessoas emocionalmente. É aí que entra o paisagista, cuja missão é plantar um ambiente que desperte a emoção que o cliente desenhou dentro de si.


Uma tarefa nada fácil, convenhamos.O jardim pode ser aconchegante, selvagem, rústico, tropical. Por isso, num projeto paisagístico nada é por acaso. Escolhem-se a dedo, flores que atraiam beija-flores, borboletas, bem-te-vis e joaninhas, por exemplo.


O mesmo serve para árvores, folhagens e arbustos que se encarregarão de criar sensação de aconchego, composição de cores, volume, formas e sombra – e também isolamento acústico e barragem de vento.

Moita de Estimação

Mas não é preciso ter um quintal ou um jardim para viver bem. Num apartamento ou uma casa sem espaço externo pode-se preencher a cota necessária de verde com vaso ou floreiras.

Tanto faz. Só não esqueça que uma planta não é um elemento meramente decorativo, ela é um ser vivo. Quem recorre às plantas para dar vida ao ambiente deve dispensar ao verde os mesmos cuidados dados a um animal de estimação.


Portanto, assim como ninguém compra um imenso dogue alemão para morar em uma quitinete, não adianta ir a uma loja de mudas e pedir por determinada planta, só porque você quer ter uma em casa. Antes é preciso estudar o ambiente que se pretende verdejar. Só depois é que se escolhe a espécie.


Para começar, faça como um paisagista: observe a luminosidade. A incidência da luz no ambiente é o principal parâmetro para definir o que plantar.

Grosso modo, há quatro graus de luminosidade: Claridade, meia sombra, sombra e escuro.


Analisar a circulação de ar e se bate muito vento no local também é relevante – já que toda espécie gosta de ar, é claro, mas nem todas se dão bem com vento.


Mapeado o ambiente, a partir daí é questão de gosto. Escolha a planta que preferir entre as que se dão bem no canto disponível. Como regra geral para ambientes internos, as plantas ornamentais que atingem até 2 metros de altura são as mais indicadas, pois se adaptam melhor. Em condições naturais elas vivem abaixo de árvores mais altas e não recebem luz solar direta.


Continua...

Aranel Ithil Dior