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Cada Personagem simboliza uma forma de ver o mundo e de encontrar o significado da Existência.
O Guerreiro
Esse arquétipo cobra coragem, força e integridade para estabelecermos metas e perseverarmos até atingi-las. Somos Guerreiros também sempre que enfrentamos uma autoridade injusta - um patrão ou um professor, por exemplo - e todas às vezes que protegemos alguém ou nos arriscamos por um princípio. Na competição, o Guerreiro dá o melhor de si e se esforça não só para vencer mas para jogar limpo. Nos ensina também a ser duros o suficiente para não nos deixarmos intimidar: sem um poderoso soldado interior, não temos defesa contra as exigências e intromissões dos outros. Mas, como nem sempre as diferenças se resolvem por meio da guerra, as armas devem incluir disciplina, sabedoria, poder de persuasão e capacidade de reunir o apoio externo para nossas causas.
Se o Guerreiro estiver atuante: Lembre-se de que, para cada Guerreiro que combate a injustiça, existe outro que luta para preservá-la. Cuidado, porém, para não se deixar contaminar pelo arquétipo, achando que cada encontro é uma disputa, e considerar uma ofensa pessoal sempre que alguém discorda de você. Coloque-se de forma honesta e limpa nos conflitos e se disponha ao diálogo e a acordos nas relações. Lembre-se: Nunca se deve usar o poder da espada, da caneta ou da palavra para ferir desnecessariamente outra pessoa.
O Órfão
Esse arquétipo é ativado por todas as experiências em que nos sentimos abandonados, maltratados ou desiludidos. O Órfão é quase uma criança, que se vê privada de proteção e cuidado. Sua presença se revela não apenas quando nos sentimos vítimas de injustiças, fofocas ou traições, mas também quando nos conscientizamos de que o mundo não é justo ou de que há políticos desonestos, por exemplo. A vida está repleta de experiências que fortalecem o Órfão interior e nos fazem sensíveis, vulneráveis, sem esperança. Como vivemos numa sociedade em que ser vulnerável não é socialmente muito aceitável, a maior parte de nós esconde sua criança interior por medo do que os outros possam pensar. O resultado é que acabamos, além de magoados, solitários.
Se o Órfão estiver atuante: Em vez de se apegar à sensação de impotência, procure batalhar por um mundo melhor, pois ninguém irá fazê-lo por você. Enfrentar as limitações e situações negativas, mesmo em meio à dor, é uma forma de poder. Comece a procurar soluções para modificar as situações, engaje-se em um trabalho voluntário ou se filie a alguma ação coletiva, por exemplo. Compartilhe temores e feridas: assim você estabelece ligações sinceras com as outras pessoas, proporcionando o surgimento do vínculo que estabelece a intimidade e a troca.
O Inocente
Este arquétipo que existe dentro de todos nós conserva a esperança mesmo quando o mundo está sombrio e se apega aos sonhos apesar de sua concretização parecer improvável. Por outro lado, é vulnerável e dependente como uma criança.
O Inocente também quer se sentir protegido, ser amado e aceito incondicionalmente pelos outros. Ingênuo, acredita que o mundo vai tratá-lo bem porque é bondoso e especial. No fundo, espera que amigos, parceiros, empregadores e instituições tomem conta dele. E as pessoas instintivamente cumprem esse papel, tal como fariam com crianças. E, como a inocência tem o poder de conquistar, sua vida pode ser feliz, até experimentar a dor da separação, da perda de emprego ou, simplesmente, porque os amigos param de tomar conta dele, esperando que ele cresça.
O Inocente se choca ao descobrir que o mundo pode ser cruel, mas se recupera rápido do choque porque representa a parte dentro de nós que conserva a benevolência e a fé a despeito de todas as adversidades.
Se o Inocente estiver atuante: Cultive a confiança e o otimismo sem negar a realidade ou se apegar a atitudes ingênuas e dependentes. Ao jamais abrir mão de seus sonhos e ideais, todo herói conserva seu quinhão de inocência. Entretanto, é preciso sacrificar certas ilusões a fim de crescer e aprender.
O Mago
Apesar do Mago estar sempre associado a alguém com poderes extraordinários, esse arquétipo se manifesta em nossa vida de forma simples e corriqueira. Nossos poderes mágicos sempre aparecem quando usamos o poder pessoal para transformar - para melhor a realidade. Estamos usando o dom da magia quando contribuímos para o bem-estar das pessoas. O Mago também está ativo quando conseguimos curar a nós mesmos ou aos outros até por meio de palavras de conforto. Quando esse arquétipo está atuante em nós começamos a experimentar eventos sincrônicos, como coincidências significativas. Podemos despertar esse Mago interior ao nos conectar a outros planos de consciência - por meio dos sonhos, da meditação ou da oração - ou quando fazemos alguma descoberta relevante sobre nós mesmos ou a respeito da vida.
Se o Mago estiver atuante: Use a inspiração para agir corretamente com base em suas visões e torná-las reais. Desenvolva a capacidade de transformar a realidade modificando as realidades mentais, emocionais e espirituais. Para isso, a meditação e a oração são duas das formas de se conectar ao mundo interior e ao plano divino. Use com consciência o conhecimento de que cada coisa está ligada a todas as outras.
O Nômade
A porção Nômade que habita em nós remete às histórias de exploradores andando sozinhos pelo mundo. Somos Nômades quando optamos por descartar antigas regras e comportamentos a fim de descobrir quem somos e o que queremos de verdade e caminhar em direção à auto-realização, com afinco e independência. É fácil identificar o perfil do Nômade em homens e mulheres de negócios capazes de alcançar sucesso ao andar com os próprios pés ou mesmo em pessoas que se colocam à margem das normas da sociedade por suas idéias originais
Nosso Nômade interno se manifesta também quando sentimos necessidade de isolamento, de ficar ou mesmo viajar sozinhos: precisamos de períodos de solidão para vagar em nosso mundo interior. Muitas vezes somos impelidos a esse mergulho por acontecimentos externos, como a morte de um ente querido, uma traição ou um abandono.
Se o Nômade estiver atuante: Mesmo que exteriormente mantenha a rotina, acalente novas idéias. Busque alternativas de vida que o estimulem a embarcar na grande aventura em direção a seus sonhos. Às vezes, precisamos perambular um pouco a fim de crescer. Cultive os momentos a sós para se conectar a suas verdades, mas não se isole apenas para fugir da realidade e evitar o comprometimento.
O Mártir
Esse arquétipo remete aos rituais de fertilidade das antigas religiões, em que havia o sacrifício humano aos deuses. Em sua base, estava a crença de que a morte é um pré-requesito para o renascimento. Todos, por vezes, temos a necessidade de sacrificar algo em prol de outra pessoa ou de uma causa. São exemplos de Mártires a nossa volta as mulheres que abrem mão a contragosto da carreira para cuidar dos filhos e os homens que se sentem vítimas por trabalhar pelo sucesso da empresa ou pelo sustento da família.
O extremo desse arquétipo, entretanto, consiste em usar a máscara da bondade ou da abnegação como poder de barganha para manipular situações e conquistar a simpatia alheia. Como os pais que abandonam suas vidas pelo filhos, mas mais tarde querem algo em troca. O sacrifício sincero é transformador e enobrecedor - o exemplo são pessoas que realmente dedicam seu tempo a ajudar as outras.
Se o Mártir estiver atuante: O preço de se comprometer - com outra pessoa, um trabalho, uma causa - é a perda da liberdade de todas as outras escolhas que poderiam ser feitas. Fique consciente das situações em que é realmente importante se sacrificar. E evite sustentar a dependência ou a irresponsabilidde dos outros. Quando aprendemos a dar e receber, mergulhamos na essência do amor: a reciprocidade.
Fim.