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Alá
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Maomé
Alá é o Deus único e Maomé é o seu profeta maior e último. O islamismo se propagou numa época em que a Arábia Saudita era politeísta, cultivava mais de 360 deuses, e os próprios cristãos se arrebatavam com discussões sobre a Santíssima Trindade.
É permitida a poligamia com até 5 esposas legítimas, o divórcio não é permitido e fomenta-se a guerra santa, contra os infiéis, Djihad, semelhante às cruzadas, graças à qual este sistema religioso se expandiu muito no primeiro século de sua existência. Hoje, a cultura islâmica ocupa 21% da superfície do planeta, aproximadamente.
A fuga de Maomé de Meca para Medina, em 622, chamada Hégira (busca de proteção) marca o início do calendário muçulmano e indica a passagem de uma comunidade pagã para uma comunidade que vive segundo os preceitos do Islã.
A doutrina do profeta e a idéia de comunidade do Islã (al-Ummah) formam-se durante a luta pelo controle de Meca – todos os muçulmanos são irmãos e devem combater todos os homens até que reconheçam que só há um Deus.
Suna – A segunda fonte doutrinal do islamismo, é um compêndio de leis e preceitos baseados nos Ahadith (ditos e feitos), conjunto de textos com as tradições relativas às palavras e exemplos do Profeta.
Todo muçulmano deve prestar o testemunho (Chahada), ou seja, professar publicamente que Alá é o único Deus e Maomé é seu profeta.
Fazer a oração ritual (Salat) cinco vezes ao dia (ao nascer do Sol, ao meio-dia, no meio da tarde, ao pôr do Sol e à noite), voltado para Meca e prostrado com a fronte por terra.
Dar a esmola legal (Zakat) para a purificação das riquezas e a solidariedade entre os fiéis.
Jejuar do nascer ao pôr do Sol, durante o nono mês do calendário muçulmano Ramadãm.
Fazer uma peregrinação (Hadjdj) à Meca ao menos uma vez na vida, seja pessoalmente, se tiver recursos, ou por meio de procurador, se não tiver.
Festas Islâmicas
Pequena Festa (Eid Al-Fitr), celebrada nos três primeiros dias do mês de Shaual (março/abril), ao final do jejum do mês de Ramadãm, comemora a revelação do Corão. “Idul Fitri”, como o dia que marca, para os muçulmanos, o fim do Ramadãm.
Grande Festa ou Festa do Sacrifício (Eid Al-Adha) é celebrada no dia 10 do mês de Thul-Hejjah (maio/junho). “Idul Adha”, como dia de sacrifício para os muçulmanos.
Hégira (fuga de Maomé de Meca), marca o Ano-novo do calendário muçulmano, no dia 1° do mês de Al-Moharam (junho/julho).
Aniversário de nascimento do Profeta, no dia 12 do mês de Rabi'I (agosto/setembro).
Divisões do Islamismo
Para os xiitas o Imã ou “Imam” (líder da comunidade) é herdeiro e continuador da missão espiritual do Profeta.
Para os sunitas o Imã é apenas um chefe civil e político, sem autoridade espiritual, a qual pertence exclusivamente à comunidade como um todo (umma).
Sunitas e xiitas fazem juntos os mesmos ritos e seguem as mesmas leis (com diferenças irrelevantes), mas o conflito político é profundo.
Sunitas – Os sunitas são os partidários dos califas abássidas, descendentes de all-Abbas, tio do Profeta. Em 749, eles assumem o controle do Islã e transferem a capital para Bagdá. Justificam sua legitimidade apoiados nos juristas (alim, plural ulemás) que sustentam que o califado pertenceria aos que fossem considerados dignos pelo consenso da comunidade.
A maior parte dos adeptos do islamismo é sunita (cerca de 85%). No Iraque a maioria da população é xiita, mas o ex-governo (2003) era sunita.
Xiitas – Partidários de Ali, casado com Fátima, filha de Maomé, os xiitas não aceitam a direção dos sunitas. Argumentando que só os descendentes do Profeta são os verdadeiros imãs: guias infalíveis em sua interpretação do Corão e do Suna, graças ao conhecimento secreto que lhes fora dado por Deus. São predominantes no Irã e no Iêmen.
A rivalidade histórica entre sunitas e xiitas se acentua com a revolução iraniana de 1979 que, sob a liderança do aiatolá Khomeini (xiita), depõe o xá Reza Pahlevi e instaura a República Islâmica do Irã.
Selo da Arábia Saudita emitido em 27/12/2004, com valor facial de 2 rial sauditas, impresso por Saudi Arabia State Printing House, para promover a paz no Islamismo: Islã é Paz!
Outros grupos – Além dos sunitas e xiitas, existem outras divisões do islamismo, entre eles os zeiitas, hanafitas, malequitas, chafeitas, bahais, drusos e hambaditas. Algumas destas linhas surgem no início do Islã e outras são mais recentes. Todos esses grupos aceitam Alá como deus único, reconhecem Maomé como fundador do Islamismo e aceitam o Corão como livro sagrado. As diferenças estão na aceitação ou não da Suna como texto sagrado e no grau de observância das regras do Corão.
ATENÇÃO
Ser árabe não pode ser confundido com ser muçulmano. O Islamismo surgiu entre os árabes mas, hoje, eles são apenas cerca de 20% do total de muçulmanos no mundo.
Existem mais de 100 milhões de muçulmanos na Índia (embora a maioria da população daquele país seja Hinduísta), mais de 50 milhões na China e mais de 2 milhões nos Estados Unidos, por exemplo.
Abaixo, alguns países com maior população de expressão muçulmana, separados por continentes. Alguns deles, na verdade 22 Estados Membros, compõem a LEA – Liga dos Estados Árabes.
África: Argélia, Burquina Fasso, Chade, Costa do Marfim, Djibuti, Egito, Eritreia, Gâmbia, Guiné, Ilhas de Comores, Líbia, Mali, Marrocos, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa, Somália, Sudão, Tanzânia, Tunísia.
Ásia: Afeganistão, Arábia Saudita, Azerbaijão, Barein, Bangladeche, Brunei, Catar, Cazaquistão, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Indonésia, Irã, Iraque, Jordânia, Kuweit, Líbano, Maldivas, Malásia, Omã, Paquistão, Quirguistão, Síria, Tajiquistão, Turcomenistão, Uzbequistão.
Europa: Albânia, Bósnia Herzegóvina, Turquia.
Oceania: Ilhas Cocos.