Siga-me no Twitter RSS FEED

Mesa para Um! - Parte 4

(Adoro toda a linha Pergola, provinente de Campestre da Serra, no Rio Grande do Sul. Hoje, existem destilados e sucos dos mais saborosos... Hummm! Adoro o de Uva com Morango e de Pêssego... Acabam rapidinho...!)

Um copo de vinho será outra boa companhia - e esse também não deve ser um drama do solteiro.

Existem muitos vinhos vendidos em meia garrafa, porção ideal para a refeição de um bebedor comedido.

Mas, se seu rótulo preferido só existe em garrafa inteira, não será um problema. Beba o quanto quiser. O que ficar na garrafa, tampe e leve à geladeira. 

O frio ajuda a conservar tudo inclusive o vinho (a menos que seja uma safra antiga, um vinho muito delicado, que pode ter menos tempo de sobrevida depois de aberto). 

(O Vacu Vin é uma alternativa barata de condicionar bebidas alcóolicas que utilizam rolhas para seu vedamento. É uma bombinha que subtrai o ar de dentro da garrafa e vem com um kit de 5 rolhas plásticas maleáveis para tampar vários tipos de bebidas. O preço é variado e você pode encontrar de 32,00 até 75,00 pela internet.)

Claro que isso não é indefinido, mas com certeza até a próxima refeição, ou por um ou dois dias, a bebida ainda estará saborosa. 

Congelados?

Microondas?

É verdade... A solução de comprar e fazer no dia-a-dia seus alimentos é muito mais atraente!

Mas não há nada mais dramático em comer, semanas depois, mais um pouquinho daquele ensopado que você fez para os amigos durante horas e tinha ficado tão bom...

Claro, pode não ser tão bom quanto o feito no dia, mas a sua própria comida apreciada descontraidamente em sua casa, será sempre muito melhor do que um fast food engolido na rua ou um prato industrial deglutido sem vontade em frente à TV.


Cinco Regras de Ouro


Faça você mesmo, de preferência em Casa!

Não se torne escravo do mau restaurante nem dos congelados industriais. Esteja sempre preparado para fazer sua refeição em casa, confeccionada por você a cada dia, em pouco tempo e sem stress...

Respeite sua vontade de cada dia!

Não se torne escravo também da rotina dos cardápios predeterminados. Habitue-se a passar no mercado, no açougue e no setor de frios do supermercado diariamente, no caminho de casa, exatamente para preparar o que mais o atrair naquele momento. 


(Não... Não... Eu não pretendo ser uma Masterchef, mas adoro brincar de cozinhar... Sempre fiz isso, sempre adorei a cozinha...)

Pratos elaborados, só se for bastante!

Não desanime de fazer, de vez em quando, pratos mais trabalhosos ou demorados: Carnes, ensopados, feijão e molho à bolanhesa, por exemplo. Mas, aproveite para fazer uma grande quantidade e congele o que não consumir em pequenas porções, para usar depois. 

Congelar e Descongelar não é feio!

Não tenha medo do freezer e do microondas - mas aprenda a usá-los adequadamente, para que sejam seus aliados para ganhar tempo, quando necessário. 

Beba devagar e sempre...

Não tenha pena de abrir uma garrafa de vinho se for beber apenas um pouco. Tampe a garrafa e leve o que restou à geladeira, para continuar bebendo durante um ou dois dias. 


Como usar o Gelo?


Para congelar, utilize sacos plásticos que se fecham hermeticamente, retirando todo o ar antes de fechar.

Se utilizar potes plásticos, procure enchê-lo com o alimento e retirar o máximo de ar possível ao fechar. 

Faça ensopados com menos tempero, faça grelhados mal passados quando pensar em congela-los. 

Separe a porção que vai comer na hora e tempere-a ou deixe um pouco mais na grelha 

Para descongelar, retire do freezer o alimento horas antes (nunca force a barra passando-os em água quente, por exemplo!).

Use o microondas atento às instruções do fabricante, e saiba que sua relação com ele melhora com a experiência (aos poucos você percebe  que precisa fazer para ter a comida como quer).

No caso de ensopados, pode também levar do freezer à panela, em fogo baixo, acrescentando um pouco de líquido, água ou caldos.


Fim.:.


Referências Bibliográficas


Guia Para a Sobrevivência do Homem na Cozinha, de Alessandra Porro, ed. Objetiva, 2010.


A Arte de Varrer o Chão! - Parte 1

Posted in
(Saber valorizar o que há perto de você... Saber entender as diferenças de cada ser humano e agregar tudo isso à sua formação acadêmica e trabalho, é algo que a gente empreende todos os dias! - Acima, trabalho da aluna do 3º Semestre em História, Ana Paula Marques , de 2016.)

Em seu famoso livro Autobiografia de um Iogue, o mestre Yogananda decreve a primeira vez em que seu guru lhe concedeu a experiência do Samádhi, a consciência cósmica almejada pelos santos da Índia. 

Depois de surfar nos mares do deleite transcendental, Yogananda, emocionado, resolveu se ajoelhar aos pés de seu guru para agradecer a experiência, mas o mestre pediu que ele se levantasse imediatamente e varresse o chão. 

Escreve Yogananda:

"Fui buscar a vassoura. O mestre, eu sabia, estava me ensinando o segredo da vida equilibrada. A alma deve alarga-se sobre os abismos cosmogônicos, enquanto o corpo executa seus deveres diários."
Autobiografia de um Iogue, pag. 28

A mesma natureza de pensamentos pode ser encontrada aqui no Brasil no Centro Drukpa em Uberlândia-MG.

 (Retiro budista no Centro Drukpa em Uberlâdia-MG, em 2015.)

Ali, o monge Daiju Bitti e seus discípulos usam o trabalho como parte da disciplina espiritual.

Trabalhar cotidianamente é colocar a meditação em ação.

A iluminação que todo mundo busca só vai se revelar no cotidiano, e o trabalho faz parte disso. Manter o mosteiro limpo, cumprir os horários de meditação e sorver humilde e silenciosamente os alimentos faz parte de qualquer disciplina espiritual. Trabalhar é uma das principais ações da vida espiritual. 

(A rotina de um professor que ama o que faz, também possui suas tarefas chatas, mas essenciais para que a vida de muita gente siga seu próprio processo de crescimento. Acima, alunos em fase de estágio, formandos em fase de monografias e mestrandos em busca de dados para pesquisas do curso de História. Acima, setor acadêmico de Monitoria em História da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus Vitória da Conquista.)

Estes foram apenas dois momentos que selecionei em minha experiência pela busca de satisfação plena no trabalho. E, em todas elas, sempre há algo em comum, um caminho que é dedicação em nossas tarefas, não importando quão complexas ou tediosas elas possam ser, podemos empreender, silenciosamente, uma transformação interior ao cumpri-las!


O trabalho é nossa vida. 

Está equivocada a pessoa que só enxerga prazer depois que acaba o expediente. 

(Manter a mente e emoções equilibradas quando estamos em contato direto com tantas pessoas de níveis e histórias diferentes, é um teste e tanto para qualquer buscador da espiritualidade. Todo ano os alunos do 1º e 2º semestre do curso de História precisam visitar alguns setores relacionados ao curso para habituarem-se e compor suas pesquisas e estudos, algo proposto por nós e mantido desde 2011. Acima, os novos alunos do curso de História do ano de 2017, visitando o Museu Regional Casa Henriqueta Prates-UESB.)

Então, olhando bem, é tudo muito simples. Mas há uma diferença entre o tipo de dedicação de um iogue ou de um monge e o da maioria dos mortais. 

Sem dúvida, mais e mais buscamos nos espelhar nesses modelos, não vamos tão mal, mas quantos de nós conseguem realmente meditar enquanto trabalha? Como "alargar a alma sobre os abismos cosmogônicos" quando quem nos dá ordens não está exatamente interessado em nos ensinar o segredo da vida equilibrada?

 (Trabalhar em iluminação é encontrar respostas otimistas para si mesmo e para os outros, pois nossos companheiros de profissão necessitam ser guiados por aqueles que já conhecem os caminhos que contêm um bom número de obstáculos. Acima, reunião mensal dos vários projetos do curso de História que visitam a Zona Rural de Vitória da Conquista e Região, uma parceria de prefeituras da região e UESB-Vitória da Conquista, de 2016.)

Como nos desprender da ideia que nossas tarefas não são tão "complexas" do que varrer o chão?

Porque o mundo, hoje, vive um momento inédito em relação ao trabalho. Não contávamos com tantas brechas de mobilidade social, não éramos tão senhores do nosso destino.

(A primeira escola que abrigou o ensino fundamental em Vitória da Conquista foi a Escola Normal criada em 1850 pelo Padre Palmeira. Como o ensino fundamental, para época, só podia ser exercido por mulheres, por muito tempo o prédio formou professorinhas que trabalharam na cidade de Vitória da Conquista e regiões adjacentes. Acima, turma de normalistas de 1952.)

(Amada e desprezada... Amparada e rejeitada... A história da Escola Normal, e, em 1954 sua transformação para o Instituto Euclides Dantas, sempre representou a preocupação da Cidade de Vitória da Conquista em se destacar no ensino e cultura, já que isso era uma competição amarga entre a cidade de Caetité que sempre levou os louros culturais da capital de Salvador-BA.)

(Quando o IEED era ainda a Escola Normal, a preparação das normalistas para serem professoras, era algo inédito em toda a região. Essas meninas foram as mentes mais modernas de seu tempo, que com esforço e dedicação, trouxeram a amplitude de nossa cidade. Elas participaram de eventos políticos e na formação intelectual de crianças em 4 décadas de trabalho ininterrupto, influenciando toda nossa região e circunvizinhança. Acima, turma de 1961.)

(Após várias crises políticas e possíveis fechamentos, a Escola Normal vence, com a permanência de professores vindos de outras capitais do Brasil, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador. Acima, uma foto preciosa e rara onde  primeira turma de formandos da Escola Normal estão reunidos, de 1914.)

Para o bem ou para mal, tínhamos quem nos dissesse o que fazer, e em geral, podíamos fazê-lo mecanicamente - quem sabe até tirando proveito disso, criando alguma liberdade para a alma...

Agora, mais que em qualquer outra época, temos liberdade de escolha, podendo definir os rumos de nossa vida profissional. 

Isso é lindo, mas cria problemas novos, para os quais talvez não estivéssemos preparados...

[As fotos em preto e branco usadas nesta postagem fazem parte de um acervo particular da Loja Maçônica Cavaleiros do Oriente, cedidas gentilmente para esta matéria.]



Continua... 

Aranel Ithil Dior