O erro bom é aquele que abre alternativas.
Consta que o inventor da lâmpada, o americano Thomas Edison, ao ser intimado por seu patrocinador a interromper suas experiências, disse:
(Tomas Edison, inventor e filósofo)
“Por que desistir, agora que já sabemos muitos modos de como não fazer uma lâmpada? Estamos hoje mais próximos de saber como fazer uma lâmpada que antes!”
Ou seja, para Edison, errar aumenta a chance de acertar na próxima tentativa. A julgar por sua capacidade de aprendizado e o legado que deixou, sua opinião merece atenção.
O matemático austríaco Piet Hein também era inventor. Foi ele que criou o cubo mágico, aquele brinquedo dos anos 80 e o mais diabólico de todos os quebra-cabeças, no qual é preciso deixar cada face do cubo de uma única cor. Afff....!
(Piet Hein, matemático austríaco)
Talvez você não saiba, mas há mais de 240 caminhos para resolver o cubo. Para chegar a um deles, no entanto, é preciso errar bastante. Isso significa que o jogador terá que tentar rotações até conseguir organizar os quadradinhos corretamente.
(O cubo mágico, o quebra-cabeça mais diabólico já inventado!
E Renan, campeão brasileiro do Cubo Mágico)
E, precisará memorizar cada vez que fizer as rotações, principalmente as tentativas erradas, para não cometê-las novamente.
Se não aprender com o erro, vai insistir nele e continuar insistindo até o limite de seu controle emocional (ou da exaustão espiritual...!)
Quem já tentou sabe que dá vontade de desmontar o cubo e remontá-lo certo. Essa fraude, embora seja possível no jogo (vai dizer que você nunca fez isso? Na verdade eu nunca fiz, eu desistia... Quem já fez e, muito, foi meu irmão Fernando... viiixi te entreguei Fê!), não o é na vida.
Não há como desmontar o mundo e montá-lo como nos pareça certo.
A única alternativa é aprender a viver, o que pressupõe tentar, errar e tentar novamente.
Quer um atalho? Ele existe: Aprenda com o erro dos outros.
De preferência daqueles que acabaram acertando no final. Esse atalho pode ser encontrado no estudo, na leitura e na interação com outras pessoas, especialmente os mais velhos.
Hein, o do cubo, escreveu um curioso poema a respeito de sua invenção e da filosofia do erro:
O caminho para a sabedoria
Bem, é direto e simples de expressar:
errar,
errar,
e errar novamente...
Mas menos,
menos,
e menos!
Entretanto, há erros inconscientes, dos quais às vezes não temos como nos livrar. O pai da psicanálise, o médico austríaco Sigmund Freud, os denominou fenômenos lacunares.
São lacunas que ocorrem na consciência, abrindo caminhos para o inconsciente. Entre esses fenômenos estão os lapsos e os atos falhos. Trocar o nome de um conhecido é um erro que, quando acontece, nos deixa com uma estranha sensação de vazio. Você já experimentou essa bizarra saia-justa? Pois você sofreu de um fenômeno lacunar. Freud explica.
A psicologia, a filosofia e até as legislações ao redor do mundo aceitam que errar faz parte da condição humana. Mas todas são unânimes em dizer: “Não faz mal que você erre, desde que esteja aprendendo com seus erros”.
Na antiga Roma, o respeitado político e orador Marco Túlio Cícero dizia que “errar é próprio do homem, mas perseverar no erro é coisa dos tolos”.
Séculos depois, o filósofo alemão Immanuel Kant disse que “o contrário da verdade é a falsidade. Mas, quando a falsidade é tida como verdade, passa a se chamar erro”.
Muitos pensadores da humanidade disseram alguma coisa a respeito do erro e, creia, todos eles erraram muito, só que entraram para a história por seus acertos, é claro.
Continua...