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É Errando que se Aprende...! - Parte 1



Errar é saudável, desde que você assuma que errou, repare o dano que causou e aprenda com ele.

O físico e escritor australiano Paul Davies, autor, entre outros, do livro O Quinto Milagre, em que lança novas luzes sobre a origem (e o sentido) da vida, revela que, mesmo antes da ciência surgir, o homem já dominava algumas tecnologias e cita como exemplos a bússola, que teria sido inventada na China, e o bumerangue, criado pelos aborígenes australianos. 

Diz: 

O bumerangue não foi inventado partindo da compreensão dos princípios da aerodinâmica. A bússola não envolveu a formulação dos princípios do magnetismo. Esses e outros mecanismos foram alcançados por tentativas e erro. 

A ciência veio depois”.

De fato, a ciência surgiu na Europa no século 18, após as teorias de Pascal e de Descartes e dos experimentos de Newton. Até então, a humanidade evoluía a partir das tentativas, errando muito e acertando às vezes (tanto é que dizemos “tentativa e erros” e não “tentativas e acertos”).
 
(Descartes, pensador e matemático do sec. XVIII) 

Mas foi graças a isso que nos organizamos para diminuir o número de erros em nossas tentativas. A ciência derivou da observação e da catalogação dos erros, que, dessa forma, passaram a não ser repetidos.



Em outras palavras, começamos a fazer ciência quando aprendemos a aprender com os erros passados.

Errar é humano. Aprender também.

Infelizmente algumas pessoas não estabelecem conexão entre essas duas qualidades.  Esse, sim, é um grande erro.

Na verdade, o erro só é erro quando não é percebido. Quando é, torna-se aprendizado. Sem essa percepção, correm-se dois riscos: o de repetir erros sem aproveitá-los para evoluir e, o de parar de tentar, por medo de errar.
Vivendo e Aprendendo

Jean Piaget, psicológico e filósofo suíço falecido em 1980, postulava que a aprendizagem é induzida pela experiência e que, ao longo do processo de desenvolvimento, cada ser humano constrói seu conhecimento.

Nessa prática, o erro é um componente importante. A própria ação do indivíduo e o modo como ele organiza as novas experiências são os componentes que formam o conhecimento de cada um. E para realçar que o homem é construtor de seu conhecimento, o estudioso denominou sua postura teórica de Construtivismo.

Piaget também disse que as crianças estão constantemente testando suas teorias próprias sobre o mundo. Por isso, as respostas que o mundo dá às suas ações são muito importantes.

Ao fazer alguma coisa errada, a criança precisa saber que errou e entender por que aquilo é considerado um erro. Assim, dotadas de sentido, as informações serão internalizadas e os erros não voltarão a se repetir.

Houve aprendizado.

A criança tem suas teorias particulares sobre o mundo, e se ao testar alguma for simplesmente recriminada, sem receber explicação para a censura, não compreenderá  por que sua teoria é falsa e porque sua forma de agir é considerada errada.
 

Quando isso acontece, ele pode passar a ter medo de testar novas experiências, por medo de errar.

O número de erros certamente diminui, mas também o de acertos. Se ela internalizar esse sentimento, terá perdido uma boa parte de sua capacidade de aprender.

Sem isso, será difícil construir sua autoconfiança.


Continua...

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Aranel Ithil Dior