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Buda Pop - Parte 1


"É como um astro do Rock" - Essa é a resposta imediata que o Dalai Lama dá ao escritor Victor Chan quando questionado porque algumas pessoas, ao vê-lo, se emocionam ao ponto de chorar. 

"Quando eles (astros do rock) aparecem, algumas pessoas pulam e choram. Semelhante..." - compara o Dalai Lama, agitando os braços como se fosse um tiete. 


Respostas pop como essa fizeram dele um ídolo acessível para multidões. Como boas letras de música, suas ideias são facilmente compreensíveis para adeptos de qualquer credo ou mesmo de nenhum: 

"Todos os seres vivos são iguais. Todos querem felicidade e não querem sofrer."


O nome já diz a que veio: Dalai Lama significa "Oceano de Sabedoria" - o que é perceptível já em seu semblante, sempre inspirador e risonho. 

Um Lama Encarnado

Dessa forma, o líder espiritual vem cumprindo sua meta - não a de trazer adeptos ao budismo, mas a de tornar a Terra um lugar mais fácil de viver. 

Rezar, para ele, não basta. O que o 14º Dalai Lama diz é que é preciso engajamento e determinação para qualquer transformação social e espiritual. 


"Antes de mais nada, temos que aprender como as emoções e comportamentos negativos nos são prejudiciais - para a sociedade e para o futuro também - e como as emoções positivas são benéficas", diz ele. 

(Lhamo Thondup, o Dalai Lama, com 2 anos de idade)

Dalai Lama nasceu Lhamo Thondup em 1935 no vilarejo de Takster, próximo à fronteira da China com o Tibete. 

(Pai, mãe e o irmão mais velho de Lhamo)

Seu pai, "um homem cuja extrema bondade convivia com um temperamento irascível", era um camponês apaixonado por cavalos. 

Durante os meses de sua gestação, ele permaneceu gravemente enfermo até a manhã em que seu filho nasceu, quando acordou sentindo-se perfeitamente curado. 

Foi também a partir desse nascimento auspicioso que um período de quatro anos de colheitas desastrosas em Takster chegou ao fim. 

(Vilarejo de Takster no Tibet)

Esses dois fatos são considerados sinais, segundo superstições tibetanas, de que haveria o renascimento de um graduado lama (um sacerdote budista) encarnado. 

Sua descoberta não se deu por acaso. Depois da morte do 13º Dalai Lama, em 1933, iniciaram-se as buscas pela sua reencarnação, algo comum na tradição budista.

Num lago sagrado próximo a Lhasa, um regente, indicado pela Assembleia Nacional para governar o Tibete até que a reencarnação atingisse a maturidade, teve visões que apontavam para Takster.

(Lama Kewtsang Rinpoche)

Uma missão foi enviada para o vilarejo, entre eles o lama Kewtsang Rinpoche, do mosteiro de Sera, que chegou à casa de Lhamo Thondup disfarçado de criado. Ele foi prontamente reconhecido por Lhamo Thondup, então uma criança de 2 anos. 

(Dalai lama sendo instruído pelos lamas de Sera)

"Sera-aga", disse ele para o criado: "Você é um lama de Sera".

Lhamo também reconheceu o mala (rosário tibetano) que o criado disfarçado trazia no pescoço: "É meu", disse, apontando para o mala que havia pertencido ao 13º Dalai Lama. 

(Rosário tibetano)

É comum, segundo o budismo, crianças reencarnadas lembrarem-se de objetos e pessoas de suas vidas passadas, e esses foram só alguns dos sinais que fizeram Lhamo Thondup ser reconhecido como o 14º Dalai Lama.

Continua...



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Aranel Ithil Dior