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A medicina tradicional, cada vez mais especializada e voltada para tratar doenças, deixa espaço para o reflorescimento de terapias abrangentes como acumputura, fitoterapia e homeopatia, que também cuidam das dores e ainda das emoções das pessoas.
Acunputura na crise de coluna, chá de camomila para a tensão e a homeopatia para o alívio de rinite já entraram na rotina de muita gente. Só que há uma novidade, as três formas de tratamento, mais o termalismo (uma terapia baseada na utilização de águas minerais), passaram a ser classificadas como terapias oficiais dentro dos hospitais e centros de saúde públicos.
O Ministério aprovou na Portaria 971 o uso da acupuntura, da homeopatia, da fitoterapia e do termalismo em hospitais do Sistema Único de Saúde, o SUS.
A iniciativa segue a orientação da Organização Mundial da Saúde. Em 2005, a entidade emitiu um documento intitulado Estratégias da OMS sobre Medicina complementar/Alternativa. Mais do que dar crédito a esses recursos terapêuticos, o que a OMS está dizendo é que a associação deles com a medicina convencional é um caminho para o desenvolvimento do bem-estar físico, mental e social - desde que respeitados os ítens de segurança, eficácia e qualidade dos métodos.
Na prática, no Brasil o sistema público de saúde vai contar com mais essa opção de tratamento que prega a proximidade entre o médico e o paciente. Aí está o primeiro medicamento: a relação humana. O terapeuta entra não só com seu conhecimento técnico mas também com suas palavras, suas atitudes, seu afeto. Em suma, algo tão simples e tão essencial como uma boa escuta e conversa está voltando ao consultório.
Quem Procura?
A adoção da Medicina Alternativa partiu da demanda dos pacientes e vem preencher uma lacuna deixada pela medicina convencional. O paciente não quer tratar só da doença, quer ser cuidado por inteiro. Todas as práticas que não fazem parte da medicina convencional, ou seja, acupuntura, florais, banhos iridologia, aromaterapia e tantas outras e, para esse filão, existem dois grupos de interessados e adeptos dessas práticas alternativas:
- Aqueles que não foram bem atendidos pelos métodos tradicionais e não amenizaram seus males.
- Aqueles que buscam uma opção menos química e mais natural.
Entre os médicos também existem aqueles que aprovam os métodos não-convencionais de tratamento. Com 537 entrevistados, houve o seguinte levantamento de dados:
- 13% dos profissionais já utilizam as terapias alternativas.
- 61% acreditam que há influência positiva no resultado terapêutico.
- Metade dos médicos residentes no município de São Paulo é favorável à utilização de práticas não convencionais e, boa parte deles (2/3) quer ver a acupuntura, a homeopatia e outra incluídas no currículo da universidade.
Hora de Abrir Caminhos
A idéia dos profissionais que praticam as terapias alternativas é unir forças com os tratamentos convencionais. O problema são as poucas comprovações científicas. A maior parte delas se percebe no dia-a-dia, no bem estar do paciente.
Outra ressalva está na seriedade de quem aplica essas terapias. No Brasil, alguns estados tentam barrar a Portaria 971, que institui a política nacional de práticas complementares no SUS, porque temem que profissionais sem conhecimento médico apliquem as práticas indevidamente. É uma questão polêmica.
O que falta é investir em treinamentos. Fora da área pública, o paciente que procura o tratamento alternativo deve buscar referências nas associações de classe. Por exemplo, na Associação Médica Homeopática Brasileira, na Associação de Medicina Tradicional Chinesa do Brasil (www.amcbr.org.br), na Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura (www.smba.org.br), na Associação Nacional de Acupuntura e Maxobustão e no Centro de studos de Acupuntura (www.acupuntura.org.br).
Continua...