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Serenando a Mente - Parte 4

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(Aprenda com a monja Coen, em sua série Ser, de 2015.)

A meditação libera endorfinas, substâncias que provocam alegria, e reduz a produção dos inimigos da juventude como a adrenalina, cortisol e radicais livres. 

Quem medita responde melhor às dificuldades e às pressões diárias, segundo pesquisas e experiências pessoas reunidas pelo psicólogo Daniel Goleman, autor do famoso best-seller Inteligência Emocional.

No livro A Mente Meditativa, ele também mostra que o hábito aumenta a velocidade de raciocínio e as capacidades de concentração e aprendizado. 

As universidades estão cheias de estudos provando que a meditação pode reverter fobias, obesidade e vícios. E o mercado também está cheio de técnicas dirigidas para redução do estresse, aumento do "poder pessoal", etc...

(A meditação ajuda a gente a ver o que realmente importa na vida... Acima, cenas do filme Sempre ao seu Lado, de 2009.)

Por mais apetitosos que sejam esses apelos, eles nada são diante do sentido máximo da meditação: O real contexto da prática é a vida espiritual!

Com o simples ato de ser e se observar - sentado, andando, dançando, que seja - é possível transcender a consciência ordinária, achatar as mesquinharias da vida, aumentar o senso de comunhão com o todo.

Para além da moda mística e das esoterices, do conselho médico, do fast-food esotérico e do marketing das celebridades "zen", meditação é transformação, um caminho para dentro, sem alardes, sem ajuda de outros. 

Às vezes, o que deveria ser a presença divina na alma é mera "musculação do ego".

(Acima, cenas da série Henry Tyler Holliwood Medium, que traz experiências mediúnicas das celebridades... De 2016.)

Algumas pessoas se viciam na prática, usando-a como droga. O grande risco é o fanatismo, a subserviência compulsiva a um "mestre" ou grupo. Há quem faça desse instrumento de libertação uma fonte de escapismo. 

Pode virar cachaça para anestesiar as tensões da vida... Mas seu real propósito foi ajudar a qualquer um, independentemente de idade, raça ou crença, investigar o mais recôndito espaço da mente e do coração e verificar o que pode, e deve, ser mudado. 

"Andai em Espírito... o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei."
Epístola de São Paulo aos Gálatas 5:16 e 22

Boa refeição! 

Há um estilo de meditação adequado à personalidade, às crenças e aos hábitos de cada um. Basta descobrir qual é o seu...

Meditação no Som Primordial - O campo dos desejos.

Teoria: A meditação concretiza nossos sonhos. A repetição de um som específico nos transporta "ao campo da pura potencialidade" atraindo sincrônicos. 

Prática: Duas vezes por dia, 30 min, em silêncio e na postura ereta. Sons primordiais (água, chuva, fogo, vento, melodias da natureza) escolhidos a partir de data, hora e local de nascimento da pessoa. Para isso, um astrólogo deverá fazer a análise do mapa natal do indivíduo.

Meditação Dinâmica - A coreografia da Consciência

Teoria: É a meditação com movimento, mesclando bioenergia e práticas hindus, como a ioga ou o pilates. O objetivo, além de relaxar os músculos, é manter a mente longe dos pensamentos.

Prática: Dura uma hora. O ideal é praticar pelo menos uma vez em grupo, com um instrutor, para direcionar as posições e tempo de contração e relaxamento. Geralmente, é feito pela manhã, de estômago vazio e com olhos fechados ou vendados, com música e dança. O objetivo é alcançado, pois leva o praticante a ter mais desapego e confiança ao executar seus movimentos sem referências visuais. 

Meditação no "One" - A busca da neutralidade

Teoria: O cardiologista americano Hebert Benson desenvolveu uma técnica não-associada a qualquer tradição religiosa. A repetição da palavra inglesa "one" é usada para reduzir o fluxo de pensamentos.  O som "neutro" escolhido, lembra "Om", reconhecidamente, e quem pratica sabe, como o mais poderoso e sonoro som sagrado. Está associado com o primeiro som que foi emanado no momento da criação do universo. 

Prática: "One" ou "Om", ou "Um, pode fazer às vezes de mantra e, no resto, a meditação é clássica: pratica-se sentado, com coluna reta e em silêncio, de olhos fechados, a cada expiração pela boca pronuncia-se o monossílabo escolhido o máximo de tempo possível, percebendo como o som vai reverberando de dentro para fora do corpo, enquanto vai perdendo sua intensidade.


Meditação do Budismo Tibetano - A libertação do Ego

Teoria: Na visão budista, o cerne da confusão é o ego, que nos parece real, e que  nos faz buscar neuroticamente conforto, segurança, prazer. Esse ego, na verdade transitório, não nos protege do sofrimento. 

Prática: A meditação no budismo tibetano visa duas etapas: a pacificação mental e a "visão superior", que traz o desapego do ego. É feita com diferentes mantras, vocalizados, cantados ou repetidos mentalmente, como o clássico "Om Mani Padme Hum", trad. "da lama nasce a flor de lótus".


O Quarto Caminho - Eu me lembro de mim

Teoria: O rumo apontado por Gurdjieff, não é o do mago, nem o do iogue, e nem do faquir, mas o do homem comum. Para ultrapassar o mundo dos sentidos e ganhar outra dimensão existencial, ele deve treinar a atenção, mapeando emoções, pensamentos, sensações, "lembrando-se de si".

Prática: No trânsito, ao dirigir, perceba como seus músculos estão crispados e relaxe-os, dividindo a atenção entre a tarefa de guiar e a percepção do estado da sua musculatura.


Meditação Transcendental - Néctar para céticos

Teoria: A meditação mais popular deste hemisfério foi formulada em 1957 pelo mestre Maharishi. Ele adaptou o saber védico à cultura cética usando linguagem científica, abolindo restrições morais e comprovando os efeitos. Aqui, não importa se a motivação do iniciante é "material", como reduzir estresse ou combater doenças. Para o guru Maharishi, a dualidade, causa de todo sofrimento, é transcendida na repetição de um som pessoal, dado ao iniciado a partir de critérios secretos. A técnica dirige a mente "às camadas mais ricas e ordenadas da consciência, sem esforço de concentração".

Prática: A técnica é transmitida num curso de seis dias. Depois, deve-se praticar 20 min, duas vezes por dia, sempre sentado em posição confortável.


Meditação da Respiração - O milagre de existir

Teoria: A energia vital, que no ioga é camada de "prana", está no ar. O mero ato de respirar com consciência é suficiente para aumentar a captação dessa energia e alterar o nosso estado físico, mental e emocional. 

Prática: Sente-se em postura ereta, feche os olhos e observe sua respiração, sem interferir. Não resista se houver qualquer mudança no ritmo, só observe. Quando perceber que se distraiu com algum pensamento, retorne a atenção à respiração, suavemente. Tente ficar assim por 20 min, apenas existindo.  


Fim .:.


Referências Bibliográficas

As Sete Leis Espirituais do Sucesso, de Deepak Chopra, ed. Rocco, 2006.

Livro Tibetano da Vida e da Morte, de Sogyal Rinpoche, ed. Palas Athena, de 2010.

O Cérebro, Um Guia Para o Usuário, de John Ratey, ed. Objetiva, 2002.

Inteligência Emocional, de Daniel Goleman, ed. Objetiva, 1995.

A Mente Meditativa, de Daniel Goleman, ed. Cultura, 1997. 

Guia da Meditação, de Pedro Kupfer, ed. Cultrix, 2006.

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Aranel Ithil Dior