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O Espírito das Árvores - Parte 2

(A árvore foi o centro de muitas sociedades para explicar coisas misteriosas e insondáveis da espiritualidade e cultura.)

A árvore tem a forma primitiva do próprio homem. As raízes são como nossa alma: existem mas você não vê. Estão ligadas ao âmago, ao passdo, aos nossos ancestrais. É por isso que se diz, minhas raízes.

Já o tronco é a parte palpável da árvore, equivale ao corpo, o tempo presente, o concreto. 

E a copa é o nosso anseio de atingir o divino, aquilo que se alça para cima, o futuro - é a parte mais espiritual. 

Eu acredito que a árvore é o "pilar" do jardim, por isso sempre investigo a personalidade do proprietário antes de iniciar algum tipo de sessão, para que haja empatia com a textura e a maleabilidade do tronco, a cor e o aroma das flores, o formato da copa e a época da floração.

(Eu com certeza sou uma dendrólatra. Plantei três árvores num espaço minúsculo, coitadas... Mas na Europa tem voltado uma tendência muito usada na França de 1780, que é pintar árvores e paisagens nas paredes da sala ou living. Acima esses adesivos podem ser encontrados em lojas de decoração e são fáceis de aplicar.)

Dendrólatra é o nome que se dá ao venerador de árvores - não soa bem, mas é o que há...

Fora do Brasil, como no extremo Oriente, Europa e Estados Unidos, há vasta literatura dedicada a essas pessoas. 

(As Duas Árvores, Telperion e Laurelin, são as árvores criadas na mitologia do escritor britânico J.R.R. Tolkien para explicar o poder que nutria e sustentava a vida primordial pelo universo criado por Iluvatar, que é Deus.)

O livro Sacred Trees, por exemplo ("Árvores Sagradas", sem tradução por aqui), do americano Nathaniel Altman, traz pesquisa extensa sobre a ligação do Homem com as árvores através da história. 

(A Árvore da Vida, a árvore cabalística onde é sustentada as dimensões e esferas dos Mestres que atuam neste universo.)

O autor, que têm várias obras a respeito de espiritualidade na natureza, primeiro lembra tudo o que a árvore faz em nível terreno.

Ela transforma gás carbônico em oxigênio, e fornece alimento, abrigo, cura e proteção, além de dar o tronco lenhoso. 

(Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. A tentação em conhecer além do que se deve...)


(O verdadeiro significado cabalístico da Árvore do Conhecimento.)

Nenhuma outra espécie vegetal figura em tantos nomes de cidades (ou país, como é o nosso caso), bandeiras nacionais, sobrenomes de gente e lendas...

Por isso, talvez, algumas são tão sagradas!

(A árvore do Pau-Brasil, a árvore que deu nome ao nosso País.)

Despertam o reconhecimento, o respeito e a gratidão pelo papel que desempenham em nossa sobrevivência e evolução. E essa compreensão integra-se à vida cotidiana. 

(A tamareira vence corajosamente o sol escaldante do deserto do Saara... Eu tenho uma em minha casa.)

Esse livro traz muitas boas histórias... Uma delas é a da tamareira, uma palmeira encontrada perto de oásis nos desertos do Oriente Médio que, desde os tempos bíblicos dá alimento, sombra, lenha, papel e cobertura. 

(A família Oliveira é natural de Portugal. Descendentes de Judeus fugitivos das guerras mouras, se abrigaram no Brasil há mais de 430 anos. Proliferamos em muitos e muitos Oliveiras...)


(A Família Morales natural do Sul da França, partiu para Itália (ali nos denominamos Muschi), depois, partimos para Espanha e refugiamo-nos no Brasil, onde conseguimos um local seguro para vivermos nossa fé singular. Ambas as famílias os Moraes Oliveira escolheram o símbolo da árvore para representarem sua força e eternidade.)

Ela foi usada na construção do Templo do Rei Salomão e está associada, como marco, à entrada de Jesus em Jerusalém. 

Na tradição mística da Cabala, a tamareira é chamada "Árvore da Vida", a Oliveira a "Árvore do Espírito" e a figueira, a "Árvore da Verdade".

(A árvore cósmica que precedeu todas as coisas na teologia suméria.)

Mas há outras "espécies" únicas, como a árvore genealógica, a árvore cósmica e a árvore do conhecimento - é fácil observar como as árvores são úteis quando se precisa demonstrar o uno, o todo, a complementaridade das partes ou o fenômeno dos fractais...!

Continua...



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Aranel Ithil Dior