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Passeio ao Quilombo dos Palmares

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(Visitar o Quilombo de Palmares na Serra da Barriga é uma viagem ao tempo e à História do Brasil que ainda ressoa em cada parte do território de Alagoas...)

Existem alguns lugares para o historiador visitar no Brasil e no Mundo que são imprescindíveis para aquele que é curioso e onde habita o chamado por compreender a História do mundo... 

Eu já tive oportunidades iluminadas de conhecer lugares no Brasil que são mágicos, mas ainda há alguns que eu estou devendo... E esse, puxa, era vergonhoso...: O Quilombo dos Palmares.


(Para você chegar até ali de forma segura, entre em contato com o Parque Memorial do Quilombo de Palmares, na cidade União dos Palmares à 3h de Maceió para que sua experiência seja ampla e enriquecedora. Todos os dias o parque disponibiliza um ônibus turístico com guias para seus visitantes.)  

Durante todo o período em que a escravidão foi vigente no Brasil, os cativos empreenderam formas diversas de escaparem daquela repressão e assédio físico. 

Dentre as várias manifestações de resistência, os quilombos, também conhecidos como mocambos, funcionavam como comunidades de negros fugidos que conseguiam escapar do controle de seus proprietários.

(Sempre que dá, a Universidade do Sudoeste da Bahia programa viagens por todo o Brasil fomentado pela Monitoria de História da instituição para que os estudantes de História, Filosofia e Ciências Sociais possam compartilhar, juntos, momentos de crescimento e aprendizado nas muitas disciplinas dos cursos. Acima, visita ao quilombo de Ivaporunduva em São Paulo, de 2013.)


(Os quilombos foram sociedades alternativas que tinham como objetivo trazer a política e sociedade dos países de origem dos muitos negros escravizados. No Brasil o local onde os quilombos mais proliferaram foi em São Paulo com 23 quilombos, a Bahia vem em segundo lugar nesse ranque com 18 quilombos e Pernambuco com 13. No sul também houve um pequeno número de quilombos: Santa Catarina com 3, e no Rio Grande do Sul com 6.) 

Sendo local de refúgio, os escravos escolhiam localidades de difícil acesso que impedissem uma possível recaptura. Além disso, os quilombos também eram estrategicamente próximos de algumas estradas onde poderiam realizar pequenos assaltos que garantissem a sua sobrevivência. 

Não sendo abrigo apenas de escravos, os quilombos também abrigavam índios e fugitivos da justiça.

(A arte dos quilombos, hoje, é exportada para todo mundo... Não tem como não se apaixonar ou comprar! - Acima, arte em argila do Quilombo dos Palmares.)

Um dos quilombos mais conhecidos da história brasileira foi Palmares, instalado na serra da Barriga, atual região de Alagoas. 

Com o passar do tempo, Palmares se transformou numa espécie de confederação, que abrigava os vários quilombos que existiam naquela localidade. Seu crescimento ocorreu, principalmente, entre as décadas de 1630 e 1650, quando a invasão dos holandeses prejudicou o controle sobre a população escrava.

(Sim... O Brasil, entre 1500 (na fase de sua implantação) até 1640 foi palco de muitas invasões de piratas franceses, ingleses e holandeses que também queriam uma fatia das Américas para melhorar suas divisas financeiras. E nessa ânsia de defesa, os portugueses pedem que seus escravos lutem para defender suas fazendas. Nessas invasões e lutas os escravos fugiam. Os holandeses foram derrotados, mas muitos dos marinheiros-piratas ficaram no Brasil, e se mesclaram à população crescente local...


...Esse povo branco deu origem aos galegos, como são chamados pelos nordestinos atualmente: Um povo branco, com cabelo ora crespo ora ondulado, de olhos claros e altos. Aquele senhor distinto e alto na foto é meu avô materno, sr. João Miúdo Oliveira, dono de duas fazendas nas terras de Tanque Novo, Bahia, com sua esposa e cunhados, de 1980. - Ah... Ele tinha olhos azuis muito bonitos...)

As prosperidade e a capacidade de organização desse imenso quilombo representaram uma séria ameaça para a ordem escravocrata vigente. 

Não por acaso, vários governos que controlaram a região organizaram expedições que tinham por objetivo estabelecer a destruição definitiva de Palmares. Contudo os quilombolas resistiram de maneira eficaz e, ao longo de oitenta anos, conseguiram derrotar aproximadamente trinta expedições militares organizadas com este mesmo objetivo.


(A Capeira é um tipo de luta sagrada no sincretismo do Candomblé, religião esta que muda seus dogmas de acordo com o país de origem do nativo africano. No Quilombo dos Palmares o candomblé vigente é de origem Xangô proveniente da Angola com língua Banto; na Bahia o candomblé têm raízes no Queto e provenientes dos países de Moçambique e Nigéria, esses negros eram mais musculosos e trabalhadores. Os negros dos Estados Unidos eram provenientes do Norte da África, e por isso, mais artísticos e intelectuais, por isso a discrepâncias quanto a cultura negra entre os países escravocratas.)

Mediante a resistência daquela população quilombola e não mais suportando a exaustão das derrotas, o governador de Pernambuco, Aires Sousa e Castro, e Ganga Zumba, importante líder palmarino, pernambucano reconhecia a liberdade de todos os negros nascidos em Palmares e concedia a utilização dos terrenos localizados na região norte de Alagoas. 

Alguns membros do Quilombo não aceitaram o termo estabelecido por Ganga Zumba, que acabou sendo envenenado por seus opositores quilombolas. 

(Os quilombos nunca tiveram a intenção de serem cidades ricas, mas apenas um tipo de paraíso na terra, afinal, os negros sabiam que não poderiam nunca mais voltar para seu país natal, já que muitos negros deportados para o Brasil era resultado de invasões de cidades praticadas por outros povos negros da África...)

A partir de então, o controle de Palmares passou para as mãos de Zumbi, que não aceitava negociar com as autoridades e preferia sustentar a situação de conflito. 

Com essa opção, estava traçado o caminho que culminaria na destruição deste grande quilombo.




(Acima, um conjunto de imagens do fotógrafo brasileiro Alberto Henschel que viajou pelo Brasil tirando fotos para serem vendidas como souvenirs exóticos na França e Estados Unidos, de 1855.)

(Esses tipos de fotogramas foram tão famosos que no filme Lincoln houve dois momentos que mostraram o assédio desse tipo de escravidão.Acima, cenas do filme Lincoln, de 2012.) 

Em 1694 sob a liderança do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, as forças oficiais começaram a impor a desarticulação de Palmares. Inicialmente, mesmo ocorrendo a destruição quase definitiva, Zumbi e alguns resistentes fugiram, se organizaram e continuaram lutando. 

No ano seguinte, Zumbi foi morto e degolado pelos bandeirantes, que enviaram a sua cabeça até Recife como símbolo maior da vitória contra os quilombolas palmarinos.

(Acima, visita ao restaurante da Yalorixá Neide.)

Atualmente, as lideranças do movimento negro brasileiro reverenciam a ação heroica dos palmarinos e prestigiam Zumbi como um símbolo de resistência. 

No dia 20 de novembro, mesma data em que Zumbi foi morto, é comemorado o Dia da Consciência Negra.


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Mesa para Um! - Parte 4

(Adoro toda a linha Pergola, provinente de Campestre da Serra, no Rio Grande do Sul. Hoje, existem destilados e sucos dos mais saborosos... Hummm! Adoro o de Uva com Morango e de Pêssego... Acabam rapidinho...!)

Um copo de vinho será outra boa companhia - e esse também não deve ser um drama do solteiro.

Existem muitos vinhos vendidos em meia garrafa, porção ideal para a refeição de um bebedor comedido.

Mas, se seu rótulo preferido só existe em garrafa inteira, não será um problema. Beba o quanto quiser. O que ficar na garrafa, tampe e leve à geladeira. 

O frio ajuda a conservar tudo inclusive o vinho (a menos que seja uma safra antiga, um vinho muito delicado, que pode ter menos tempo de sobrevida depois de aberto). 

(O Vacu Vin é uma alternativa barata de condicionar bebidas alcóolicas que utilizam rolhas para seu vedamento. É uma bombinha que subtrai o ar de dentro da garrafa e vem com um kit de 5 rolhas plásticas maleáveis para tampar vários tipos de bebidas. O preço é variado e você pode encontrar de 32,00 até 75,00 pela internet.)

Claro que isso não é indefinido, mas com certeza até a próxima refeição, ou por um ou dois dias, a bebida ainda estará saborosa. 

Congelados?

Microondas?

É verdade... A solução de comprar e fazer no dia-a-dia seus alimentos é muito mais atraente!

Mas não há nada mais dramático em comer, semanas depois, mais um pouquinho daquele ensopado que você fez para os amigos durante horas e tinha ficado tão bom...

Claro, pode não ser tão bom quanto o feito no dia, mas a sua própria comida apreciada descontraidamente em sua casa, será sempre muito melhor do que um fast food engolido na rua ou um prato industrial deglutido sem vontade em frente à TV.


Cinco Regras de Ouro


Faça você mesmo, de preferência em Casa!

Não se torne escravo do mau restaurante nem dos congelados industriais. Esteja sempre preparado para fazer sua refeição em casa, confeccionada por você a cada dia, em pouco tempo e sem stress...

Respeite sua vontade de cada dia!

Não se torne escravo também da rotina dos cardápios predeterminados. Habitue-se a passar no mercado, no açougue e no setor de frios do supermercado diariamente, no caminho de casa, exatamente para preparar o que mais o atrair naquele momento. 


(Não... Não... Eu não pretendo ser uma Masterchef, mas adoro brincar de cozinhar... Sempre fiz isso, sempre adorei a cozinha...)

Pratos elaborados, só se for bastante!

Não desanime de fazer, de vez em quando, pratos mais trabalhosos ou demorados: Carnes, ensopados, feijão e molho à bolanhesa, por exemplo. Mas, aproveite para fazer uma grande quantidade e congele o que não consumir em pequenas porções, para usar depois. 

Congelar e Descongelar não é feio!

Não tenha medo do freezer e do microondas - mas aprenda a usá-los adequadamente, para que sejam seus aliados para ganhar tempo, quando necessário. 

Beba devagar e sempre...

Não tenha pena de abrir uma garrafa de vinho se for beber apenas um pouco. Tampe a garrafa e leve o que restou à geladeira, para continuar bebendo durante um ou dois dias. 


Como usar o Gelo?


Para congelar, utilize sacos plásticos que se fecham hermeticamente, retirando todo o ar antes de fechar.

Se utilizar potes plásticos, procure enchê-lo com o alimento e retirar o máximo de ar possível ao fechar. 

Faça ensopados com menos tempero, faça grelhados mal passados quando pensar em congela-los. 

Separe a porção que vai comer na hora e tempere-a ou deixe um pouco mais na grelha 

Para descongelar, retire do freezer o alimento horas antes (nunca force a barra passando-os em água quente, por exemplo!).

Use o microondas atento às instruções do fabricante, e saiba que sua relação com ele melhora com a experiência (aos poucos você percebe  que precisa fazer para ter a comida como quer).

No caso de ensopados, pode também levar do freezer à panela, em fogo baixo, acrescentando um pouco de líquido, água ou caldos.


Fim.:.


Referências Bibliográficas


Guia Para a Sobrevivência do Homem na Cozinha, de Alessandra Porro, ed. Objetiva, 2010.


A Arte de Varrer o Chão! - Parte 1

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(Saber valorizar o que há perto de você... Saber entender as diferenças de cada ser humano e agregar tudo isso à sua formação acadêmica e trabalho, é algo que a gente empreende todos os dias! - Acima, trabalho da aluna do 3º Semestre em História, Ana Paula Marques , de 2016.)

Em seu famoso livro Autobiografia de um Iogue, o mestre Yogananda decreve a primeira vez em que seu guru lhe concedeu a experiência do Samádhi, a consciência cósmica almejada pelos santos da Índia. 

Depois de surfar nos mares do deleite transcendental, Yogananda, emocionado, resolveu se ajoelhar aos pés de seu guru para agradecer a experiência, mas o mestre pediu que ele se levantasse imediatamente e varresse o chão. 

Escreve Yogananda:

"Fui buscar a vassoura. O mestre, eu sabia, estava me ensinando o segredo da vida equilibrada. A alma deve alarga-se sobre os abismos cosmogônicos, enquanto o corpo executa seus deveres diários."
Autobiografia de um Iogue, pag. 28

A mesma natureza de pensamentos pode ser encontrada aqui no Brasil no Centro Drukpa em Uberlândia-MG.

 (Retiro budista no Centro Drukpa em Uberlâdia-MG, em 2015.)

Ali, o monge Daiju Bitti e seus discípulos usam o trabalho como parte da disciplina espiritual.

Trabalhar cotidianamente é colocar a meditação em ação.

A iluminação que todo mundo busca só vai se revelar no cotidiano, e o trabalho faz parte disso. Manter o mosteiro limpo, cumprir os horários de meditação e sorver humilde e silenciosamente os alimentos faz parte de qualquer disciplina espiritual. Trabalhar é uma das principais ações da vida espiritual. 

(A rotina de um professor que ama o que faz, também possui suas tarefas chatas, mas essenciais para que a vida de muita gente siga seu próprio processo de crescimento. Acima, alunos em fase de estágio, formandos em fase de monografias e mestrandos em busca de dados para pesquisas do curso de História. Acima, setor acadêmico de Monitoria em História da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus Vitória da Conquista.)

Estes foram apenas dois momentos que selecionei em minha experiência pela busca de satisfação plena no trabalho. E, em todas elas, sempre há algo em comum, um caminho que é dedicação em nossas tarefas, não importando quão complexas ou tediosas elas possam ser, podemos empreender, silenciosamente, uma transformação interior ao cumpri-las!


O trabalho é nossa vida. 

Está equivocada a pessoa que só enxerga prazer depois que acaba o expediente. 

(Manter a mente e emoções equilibradas quando estamos em contato direto com tantas pessoas de níveis e histórias diferentes, é um teste e tanto para qualquer buscador da espiritualidade. Todo ano os alunos do 1º e 2º semestre do curso de História precisam visitar alguns setores relacionados ao curso para habituarem-se e compor suas pesquisas e estudos, algo proposto por nós e mantido desde 2011. Acima, os novos alunos do curso de História do ano de 2017, visitando o Museu Regional Casa Henriqueta Prates-UESB.)

Então, olhando bem, é tudo muito simples. Mas há uma diferença entre o tipo de dedicação de um iogue ou de um monge e o da maioria dos mortais. 

Sem dúvida, mais e mais buscamos nos espelhar nesses modelos, não vamos tão mal, mas quantos de nós conseguem realmente meditar enquanto trabalha? Como "alargar a alma sobre os abismos cosmogônicos" quando quem nos dá ordens não está exatamente interessado em nos ensinar o segredo da vida equilibrada?

 (Trabalhar em iluminação é encontrar respostas otimistas para si mesmo e para os outros, pois nossos companheiros de profissão necessitam ser guiados por aqueles que já conhecem os caminhos que contêm um bom número de obstáculos. Acima, reunião mensal dos vários projetos do curso de História que visitam a Zona Rural de Vitória da Conquista e Região, uma parceria de prefeituras da região e UESB-Vitória da Conquista, de 2016.)

Como nos desprender da ideia que nossas tarefas não são tão "complexas" do que varrer o chão?

Porque o mundo, hoje, vive um momento inédito em relação ao trabalho. Não contávamos com tantas brechas de mobilidade social, não éramos tão senhores do nosso destino.

(A primeira escola que abrigou o ensino fundamental em Vitória da Conquista foi a Escola Normal criada em 1850 pelo Padre Palmeira. Como o ensino fundamental, para época, só podia ser exercido por mulheres, por muito tempo o prédio formou professorinhas que trabalharam na cidade de Vitória da Conquista e regiões adjacentes. Acima, turma de normalistas de 1952.)

(Amada e desprezada... Amparada e rejeitada... A história da Escola Normal, e, em 1954 sua transformação para o Instituto Euclides Dantas, sempre representou a preocupação da Cidade de Vitória da Conquista em se destacar no ensino e cultura, já que isso era uma competição amarga entre a cidade de Caetité que sempre levou os louros culturais da capital de Salvador-BA.)

(Quando o IEED era ainda a Escola Normal, a preparação das normalistas para serem professoras, era algo inédito em toda a região. Essas meninas foram as mentes mais modernas de seu tempo, que com esforço e dedicação, trouxeram a amplitude de nossa cidade. Elas participaram de eventos políticos e na formação intelectual de crianças em 4 décadas de trabalho ininterrupto, influenciando toda nossa região e circunvizinhança. Acima, turma de 1961.)

(Após várias crises políticas e possíveis fechamentos, a Escola Normal vence, com a permanência de professores vindos de outras capitais do Brasil, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador. Acima, uma foto preciosa e rara onde  primeira turma de formandos da Escola Normal estão reunidos, de 1914.)

Para o bem ou para mal, tínhamos quem nos dissesse o que fazer, e em geral, podíamos fazê-lo mecanicamente - quem sabe até tirando proveito disso, criando alguma liberdade para a alma...

Agora, mais que em qualquer outra época, temos liberdade de escolha, podendo definir os rumos de nossa vida profissional. 

Isso é lindo, mas cria problemas novos, para os quais talvez não estivéssemos preparados...

[As fotos em preto e branco usadas nesta postagem fazem parte de um acervo particular da Loja Maçônica Cavaleiros do Oriente, cedidas gentilmente para esta matéria.]



Continua... 

Mesa para Um! - Parte 3

 (Simples, mas funcional! - Minha cozinha!)

Aliás, eu aprendi com o tempo que geladeira e freezer são aliados valiosos do cozinheiro solitário, assim como um bom micro-ondas - apetrechos dos quais será necessário perder o preconceito!

Assumindo que num belo dia chega-se tarde em casa, já sem tempo de passar no mercado, ou que em outro, nem sequer se saiu de casa ainda e já está na hora do almoço, é sempre bom ter em casa algumas possibilidades. 

(Naldo Lene em sua pescaria em Anagé... Seus amigos sempre recebem peixes fresquinhos após essas aventuras!)

Eu já aprendi a manejar o micro-ondas com suficiente habilidade para descongelar ingredientes que mantenho no freezer. Sempre tenho, para as emergências, algum peixe congelado (e saiba que peixe congelado no barco (em Anagé, no exato momento da pesca), pode estar bem mais fresco do que aqueles da feira, pescados dias antes); fatias bem grossas de alguma carne bovina (como contrafilé, miolo de alcatra) congeladas separadamente (para poder utilizar um bife de cada vez); filés de carne de porco (que eu não como de forma alguma!) costelas de bode para nós ou de cordeiro para os sulistas (nem sempre todas ao mesmo tempo).

(Caldos que você faz a partir de ossos, miúdos e espinhas de frango e peixe são maravilhosas fontes de sabor, colágeno e gorduras nobres!)

Guardo também caldo de carne, frango e de peixe (que faço periodicamente com as carcaças de frango e espinhas de peixe, e aquele restinho de caldo que sobra na panela após o cosimento de alguma carne), depois que o caldo está pronto, congelo em pequenas porções. 

E tenho sempre algumas comidas prontas. 

Pois não faz sentido fazer arroz, ou feijão, na quantidade grande para apenas uma pessoa. Sempre que faço, já preparo numa quantidade grande e congelo o que não vou comer na hora, para uso futuro. Acho que minha geladeira parece um arquivo...

(Antes e depois.. É só ficar uns dias fora de casa que Isabelle faz a festa... Uma geladeira bem organizada é o melhor aliado de qualquer dona de casa! TEM QUE USAR POTES, ABAIXO AOS PLÁSTICOS FILM e/ou PELÍCULA STRETCH, pesquisas comprovam que essas coisas soltam, sim, inúmeras substâncias tóxicas!!!)

É claro que a regra não vale para uma macarronada, mas há vários outros pratos que vale a pena guardar: um goulash (um tipo de picadinho húngaro) ou qualquer guisado de carnes, uma feijoada, cozidos em geral (de frango, de carne) e mesmo carnes grelhadas e assadas, como uma peça inteira de miolo de alcatra, que se prepara bem mal passada (para não passar do ponto no reaquecimento) e pode ser congelada. 

Muitos molhos podem também ser guardados muito bem: aquele molho à bolonhesa que fica horas e horas apurando no domingo pode ser feito em quantidade tal que, boa parte dele seja congelada para dias de maior pressa. 

Dependendo do caso, procuro sempre congelar em várias pequenas porções individuais, para ir usando aos poucos. 

(Melhor dia para fazer molhos, é no dia de fazer macarronada! - A gente faz um pouquinho a mais... Corta uns tomatinhos a mais... Faz umas graças a mais... E, pronto, come-se feliz no dia e depois também!)

A vantagem de ter esse estoque é que, quando então surge uma emergência, posso me socorrer escolhendo um dos ingredientes do freezer.

Em seguida, é preciso seguir acuradamente as instruções do manual do micro-ondas (que já conheço de cor!), para realizar adequadamente o descongelamento (é bastante prático e mais rápido que o descongelamento natural, mas mesmo assim demora um pouco e requer atenção: é necessário ter paciência para não desandar o processo).

(O descongelamento pelo micro-ondas é gradual... É necessário saber exatamente o tempo para cada alimento, pois o aparelho ficará irradiando uma frequência de onda alta, fazendo com que o alimento se aqueça sutilmente, simulando a temperatura ambiente, calculada em 25° a 30° Celsius, sem deteriorar os músculos dos vários tipos de carne.)

Um belo bife de chorizo, cru, pode ser descongelado e ir para a grelha, para então ser acompanhado por arroz ou batatas. 

Num dia de desespero, experimente levar a carne direto do freezer para a grelha... Funciona!

(Se você nunca viu, convém buscar saber! - Sim, hoje em dia existem variadas formas de você fazer churrasco ou defumar alimentos, em aparelhos simples e portáteis. Eu comprei essa churrasqueira este ano, e vou tirar minha barriga da miséria para comer umas carnes assadas direto na brasa no conforto de casa!)

Se a pressa é maior, o que vai para o micro-ondas é um potinho de blanquette de vitelo - que também acompanha muito bem a batata, ou o arroz, ou o espaguete na manteiga feito na hora. 

Outra solução é colocar um macarrão na água fervente enquanto descongela aquele molho de tomates feito com cuidado no domingo.


Continua...

  

Aranel Ithil Dior