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Como se explica a Adivinhação?

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(Os oráculos são recursos que o homem sempre utilizou para entender, prever e organizar seu presente em detrimento do futuro.)

A primeira explicação científica foi apresentada por Carl Gustav Jung (1875-1961), que reconheceu o fenômeno das "coincidências significativas" e definiu as bases da teoria da sincronicidade, que especula sobre as relações entre todos os eventos que ocorrem a cada momento.

De acordo com a sabedoria oriental, o adivinho ou profeta pode acessar esse "mundo das correlações" através de oráculos, e assim, interpretar os fatos e prever o futuro.

(A quantidade de oráculos existentes no mundo nos evidenciam a necessidade do homem em manter o controle em sua vida. Sua eficácia pode ser discutida, mas sua permanência até nossos dias dão a dica de que a experiência cotidiana é desconcertantemente real...)

Os oráculos podem ser o I Ching, a borra de café, as cartas do Tarot, ossos e víceras de animais, posição dos astros, etc, que não funcionam com imagens, como sugerem as fantasiosas bolas de cristal. O que conta mesmo é que o adivinho tenha a intuição desenvolvida. O talento para adivinhar está ligado essencialmente a esse dom.

As qualidades intuitivas do adivinho são mais importantes que o tipo de oráculo usado por ele. Ele pode nascer com esse dom ou conquistá-lo com muito treinamento.

(A intuição é a principal porta de entrada das informações do clarividente. Denominamos esta intuição de Sensitividade Astral.)

São consideradas habilidades intuitivas os fenômenos de telepatia (transmissão de pensamentos e sensações à distância), clarividência (dom da vidência), precognição (previsão do futuro) e psicocinésia (influência da mente sobre a matéria) - todos bastante estudados pela parapsicologia.

Os antigos profetas bíblicos, eram também chamados de videntes ou adivinhos, aliás, essa é a tradução literal das palavras hebraicas roeh e/ou hozeh que os denominavam.


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O Espírito das Árvores - Parte 1

(Bosque de Carvalhos em Cambridge, Inglaterra)

Houve um tempo em que saber o nome das árvores era tão normal quanto saber o nome de ruas ou das verduras no prato.

A árvore era parte da vida, das crenças, das construções, da medicina, assim como referência espacial, que marcava os limites e indicava o caminho.

(As naves góticas tinham sua referência visual nas florestas, quando as copas das árvores se encontram. O sentido era para dar proteção e aconchego, mas imponência também. A floresta sempre foi um ambiente muito presente no inconsciente dos europeus.)

Imponentes, resistentes, sólidas, elas sempre despertaram reverência, e muito pela nobreza do porte. Dizem que as amplas naves das catedrais góticas europeias foram modelos para lembrar a sombra das copas de um bosque.

Interessante: o sentimento de amparo na terra e a conexão com o céu. 

Não há dúvida de que o crescimento imperturbável e contínuo das árvores em direção ao alto envolva a imagem da sabedoria.

(Barbárvore foi uma personagem criada por J.R.R. Tolkien que revisitou o tema nas mitologias escandinavas e bretãs. A sabedoria do Carvalho, os espíritos errantes das florestas que os escandinavos chamavam de fadas ou elfos, tudo nestes mitos se resumiu nessa intrigante personagem que Tolkien não teve tempo para definir ou concluir em sua mitologia.)

Na literatura e no cinema, um pouco desse imaginário aparece no personagem Treebeard (Barbárvore) - parte árvore, parte gente, do segundo episódio de O Senhor dos Anéis: figura lenta, solene, penetrante, constante, cuidadosa (visite nosso site sobre este tema, aqui.)

E isso pode não ser apenas uma fantasia: o clássico A Vida Secreta das Plantas, livro de Peter Tompkins e Christopher Bird, mostra que plantas têm sensações, descrevendo as experiências do especialista em detecção de mentiras Cleve Backester, nos anos 60 (click aqui, para saber mais).

(Cleve Backester, e seu famoso teste para a Revista Life da década de 60.)

No teste mais famoso, duas plantas iguais foram colocadas lado a lado, ambas com as folhas conectadas a um polígrafo. 

Então, um homem destruiu uma delas. A partir daí, a planta sobrevivente - a testemunha - emitia sinais claros de excitação na tela do equipamento toda vez o "destruidor de plantas" entrava na sala. 

(O teste)

A natureza das árvores é admirável. É o tronco lenhoso que diferencia das outras espécies vegetais (os arbustos, embora também tenham galhos lenhosos, não tem o tronco). 

A madeira - o material mais resistente de qualquer planta - a mantém de pé e carrega a memória da passagem do tempo. 

O cerne (o miolo) é a parte mais dura e suas células mortas são repletas de resinas. 

(Estrutura interna de uma árvore)

O alburno, a camada intermediária, tem células vivas de lenho, que transportavam água. Apenas a camada externa carrega a seiva e se regenera, assim como suas flores, frutos e folhas. 

E, às vezes, a vida da árvore continua mesmo depois do tronco ter sido serrado.

Mas há uma reverência pelas árvores que vai além do entendimento científico, o que quase sempre resulta da maneira como elas transpõem as profundezas da terra enquanto, ao mesmo tempo, alcançam a imensidão do céu.

Assim, as árvores fazem parte da mitologia entre povos do mundo inteiro.

Poder de Inspiração

Entre os antigos escandinavos, encontramos o mito de Yggdrasil, o freixo que simbolizava a vida universal.

(Tapeçaria medieval onde vemos a representação dos mundos sustentados por Yggdrasil a árvore do mundo.)

Tinha três níveis de raízes: a primeira ia até o nível subterrâneo, o mundo dos mortos; a segunda ia ao mundo do meio, o mundo dos homens; e a terceira ia para o nível de deuses, como Odin e Thor.

Sob essa árvore, mantinham-se coesos os microcosmos que formavam a própria vida. 

(Gameleira branca de 350 anos da Lagoa dos Negros na Serra da Barriga em Maceió, no Quilombo dos Palmares.)


(Mãe de Santo incorporando o orixá Ossain, o limpador, usando as folhas da gameleira branca, para fechar o tempo dentro do terreiro e os guias poderem entrar com a permissão do orixá Iroko, o guardião do tempo.)

Na tradição do Candomblé, temos a gameleira  branca, que é encontrada com frequência à frente dos terreiros, como guardiã e protetora. Ela representa o orixá Iroko, o tempo.

Para os druidas bretões onde a lenda de Merlim se desenvolveu e, entre os japoneses, povos tão equidistantes, elegeram o Salgueiro, a grande senhora da sabedoria e da cura dentre as árvores. 

(O salgueiro foi eleita como a árvore da sabedoria e da cura das dores da alma, espírito e corpo. Aqui no Brasil ela tem o nome de Chorona. Sinto uma enorme conexão com o Salgueiro, ela é uma das minhas árvores preferidas... Acima, Salgueiro de 250 anos do Parque do Ibirapuera em São Paulo.)

Do salgueiro era confeccionado o bastão ou a varinha entre os magos, por meio de suas cascas os magos extraiam o analgésico mais antigo do mundo; e entre os japoneses, o salgueiro era a sábia árvore que tudo podia predizer sobre o passado, presente e futuro...

(A Dríade dos gregos, um espírito que habita todas as árvores. Quem já teve uma experiência de acessar uma dríade sabe que isso não são apenas contos de fadas...)

Há muitos exemplos de mitos pré-colombianos, africanos, orientais e europeus, nos quais a árvore é adorada como entidade espiritual.

Mulheres que se esfregavam em árvores para aumentar a fertilidade, druidas que veneravam várias espécies e nelas viam deuses, e mãe que enterrava o cordão umbilical dos filhos e a plancenta junto à raízes, para assegurar vida longa ao recém-chegado.

(As mulheres irlandesas e bretãs criaram as extensas e adoráveis superstições familiares sobre as árvores. Rituais para manter o casamento, ter filhos, e até se manterem mais jovens... São muitos os recursos espirituais desses seres...! Por isso, o ditado irlandês imortalizado entre os americanos: Para viver bem: Plante uma árvore, escreva um livro, faça um filho.) 

Sem falar nos personagens que, recostados a um tronco, alcançaram grande sabedoria.

(Odin, pendurado sobre Yggdrasil para obter a sabedoria das runas mágicas. Após isso, ele ficou cego.)

A Lei da Gravidade foi descoberta quando Sir Isaac Newton descansava sob uma macieira (bem... é o que se conta!)...


(Newton e sua lenda sobre a maçã. Será que foi verdade?)

...enquanto o Caminho do Meio nasceu sob a sombra de uma figueira, quando Buda, cansado, decidiu que não faria mais nada de sua vida, enquanto a resposta da pergunta: Por que estou aqui? não lhe sobreviesse!

(Buda e sua resoluta decisão em somente sair debaixo da Figueira após obter a resposta de sua busca. A Figueira é outra árvore famosa nos mitos, e Jesus Cristo amaldiçoou uma quando não encontrou frutos nela. No cristianismo, a figueira representa o adepto que precisa sempre dar frutos doces para alimentar seu semelhante.)



Continua...


 

Qual a origem da Maçonaria?

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(A Maçonaria é a fraternidade mais antiga do mundo, pois, apesar de ter havido outras organizações semelhantes, apenas ela permaneceu até nossos dias.)

A organização surgiu na Europa durante a Idade Média, como uma espécie de embrião dos sindicatos - as chamadas corporações de ofício.

Nelas se reuniam trabalhadores medievais típicos, como alfaiates, sapateiros, ferreiros e principalmente pedreiros - estes os maçons, na língua francesa. 

(Os primeiros dessa fraternidade organizada foram os franceses, apesar de ter havido seguidores ingleses e escoceses. Estes, apenas mais tarde, por conta das perseguições na França, é que se organizaram em lojas.)

Ao final desse período, a maçonaria passou a admitir membros de outros setores, sempre do sexo masculino, transformando-se em uma fraternidade dedicada à liberdade de pensamento e expressão, religiosa ou política.

(A maçonaria foi uma das grandes molas propulsoras para a aceitação da burguesia e a queda da Coroa Francesa. Até hoje a maçonaria manipula muitas ações políticas pelo mundo.)

Então, a Ordem difundiu-se rapidamente em outros países, acolhendo membros famosos como Voltaire, Goethe, Napoleão Bonaparte, Mozart e Beethoven, entre outros.

No Brasil, há registros da maçonaria desde o fim do século 18, e acredita-se que a organização tenha sido um isntrumento de divulgação na luta pela independência: alguns revoluncionários da Confederação Mineira eram maçons, entre eles o célebre Tiradentes.

(Monumento dedicado aos primeiros maçons no Brasil em Santos, litoral paulista. A maçonaria chegou ao Brasil em 1797, e em 1815 ela reunia os primeiros jovens estudantes que mudariam o curso da política brasileira promovendo a independência do Brasil.)

Para fazer parte da maçonaria, o indivíduo precisa crer em Deus e ter uma conduta ética e honesta.

Deve também afiliar-se a uma loja, que o nome dado às organizações básicas da maçonaria. 

O objetivo da fraternidade é promover paz entre todos os povose ajuda mútua entre seus membros.

Para saber mais, acesse:

www.maconariadobrasil.org.br


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Ponto de Vista - Parte 3

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(Pontos de vista... No final, qualquer coisa pode ser qualquer coisa!)

Entre duas ou mais pessoas, com visões, ideias e propósitos individuais, só o exercício da dialética pode construir. 

Para que uma síntese surja é necessário que teses e antíteses sejam expostas e sepultadas, por meio da substituição pela síntese - o crescimento. 

Portanto, o crescimento deriva de diferenças, não de igualdades!

A psicologia também se preocupa com o crescimento a partir das diferenças de visão dos fatos, e aposta na possibilidade do aprimoramento permanente na maneira de ver o mundo e encarar os problemas.

(Mas o que realmente importa numa conversa é trocar novas perspectivas e assumir, com humildade, o que é mais correto e verdadeiro, naquele momento e naquela cultura vigente do indivíduo.)

Uma de suas correntes recebe o nome curioso de Psicologia Gestalt.

Trata-se de uma palavra alemã que não tem tradução literal para nossa língua, e quer dizer algo como "forma" ou "partes" que se somam para formar um todo.

(Como sua mente reage as muitas formas que lhe são apresentadas? Positivamente? O que você vê primeiro? O horror? A beleza? O estudo da Gestalt é interessantíssimo...)

A Gestalt dedica-se a compreender as diferentes "formas" que o mundo toma, a partir das diferenças de percepção das pessoas. 

Para facilitar as coisas, utiliza muito a percepção visual e suas variações. Lembro-me de um amigo que teve sua vida mudada, para muito melhor, em apenas uma sessão de terapia, com um terapeuta gestaltiano, quando este o estimulou a perceber uma situação de sofrimento como oportunidade de crescimento pessoal.

Foi uma pequena mudança no ângulo de visão, uma nova percepção da realidade existente, e operou um milagre. 

Um novo "ponto de vista" pode se transformar num novo "ponto de partida" para uma vida mais plena, mais rica em realizações e em felicidade. 

Meu "ponto de vista" existe porque é o que permite a "vista do meu ponto", ou seja, é assim que eu enxergo o mundo a partir do ponto, físico ou psicológico, em que me encontro.

(A máquina mais simples e primitiva do mundo, também pode ser o ponto de partida emocional para muitas pessoas. Hoje posso dizer como Arquimedes, engenheiro e matemático grego: Deem-me um ponto de apoio, e eu moverei o mundo!)

Uma pequena mudança em relação ao meu ponto poderá provocar uma grande mudança em minha visão. 

De preferência, para ver uma paisagem mais bela, é claro. E ser mais feliz, que é a única coisa que interessa, no final... 

Bem, pelo menos é o meu ponto de vista...!



FIM.:.

Como age a Hidroterapia?

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(A hidroterapia tem muitas abordagens como forma de tratamento, a mais utilizada é como uma forma de relaxamento pelo indivíduo.)

Seu poder curativo é baseado nos efeitos da água em banhos, duchas ou compressas: a água quente ativa a circulação sanguínea e ajuda a relaxar e aliviar a dor, enquanto a água fria estimula e tonifica os tecidos.

(Hipócrates, filósofo e médico grego)

Hipócrates (século 5 a.C.), pai da medicina, foi quem consagrou as técnicas hidroterápicas no Ocidente, embora muitas sejam usadas por diferentes culturas há séculos, cada qual com uma interpretação diferente.

(Na Medicina Ayurvédica a água é o Elemento da aceitação, da humildade. Através da água o médico ayurveda ajuda seu paciente a se desprender de emoções que podem alimentar doenças de fundo psicossomático.)

Para a Medicina Ayurvédica, por exemplo, os benefícios da água têm a ver com a transferência de energia vital às pessoas.

(Apesar do poder da água ser algo admitido em várias culturas do mundo, desde os bretões até os chineses, dos índios americanos aos incas, os maiores propagadores do uso da técnica como remédio para o corpo foram os romanos. Acima uma terma romana na cidade de Bath na Inglaterra.)

Entre as muitas versões domésticas da hidroterapia, encontramos da prosaica chuveirada ao escalda pés e até a hidromassagem - esta última eficiente no combate ao estresse, pois massageia e relaxa os músculos, estimulando a produção de endorfina, analgésico natural do corpo. 

(O watsou é uma técnica hidroterápica que trabalha com as inversões de posições no corpo e em pontos específicos da musculatura que aliviam dores e emoções do paciente.)

Uma técnica moderna é o watsu, em que o terapeuta sustenta o paciente nos braços numa piscina e pressiona pontos específicos, como o shiatsu na água. 

O aconchego e o contato com a água morna lembram a tranquilidade do conforto uterino. As terapias aquáticas produzem efeitos que ultrapassam os limites físicos, atuando no emocional, no humor e na qualidade do sono. 

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Ponto de Vista - Parte 2

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(Ser diferente é normal...!)

Ora, a idiossincrasia representa a riqueza da diversidade humana!

Não somos iguais, ainda bem...! Todos sabemos que não há duas impressões digitais iguais, como também não há duas íris nem dois registros de eletrocardiograma idênticos.  Também não encontraremos duas percepções dos fatos do mundo absolutamente coincidentes. 

Como costumam dizer os franceses: "Vive la différence!

A igualdade não é inteligente... Mas, a compreensão da diversidade, é!

Voltando a falar da dialética, é bom lembrar que ela apresenta três protagonistas: a tese, a antítese e a síntese. 

Nesse conjunto de três elementos, uma pessoa apresenta uma proposição (tese), que é contrariada ou refutada por seu interlocutor (antítese), o que faz surgir uma nova tense, permitindo uma discussão construtiva que leva a uma conclusão híbrida, com elementos retirados tanto das teses quanto das antíteses, construindo um consenso (síntese).

(Campus da UESB Vitória da Conquista)

[Ufa... Tá vendo Dr. Valdomiro, me lembro muito bem de suas aulas de apologética!? E o senhor que falava que eu pulava postulados e tals... Nunca me esquecerei daquele velho e empoeirado púlpito da UESB que os alunos de Direito e História tinham que (obrigatóriamente) proferir seus discursos: (Como é que o senhor falava, mesmo?) "Fogo, gente, inflamem as pessoas! Como eu vou convencer que estou certo, assim! Incendeiem esse lugar!"]

Dada sua importância, a dialética nasceu como um movimento filosófico ainda na Grécia antiga, e tem como fundamento o fato de que, uma vez que as pessoas não são iguais, elas podem e devem, para poder viver em sociedade, construir uma comunidade harmônica, bastando para tanto o exercício do respeito pelas ideias do semelhante e da comunicação clara. 

De acordo com o célebre filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), a dialética é o processo fundamental das mudanças históricas 

(Georg Wilhelm Friedrich Hegel)

Estudando a história da humanidade, ele citava o que chamou de "momentos dialéticos", nos quais os conceitos e as instituições então existentes atravessam um período de grandes conflitos internos, que só são superados pela criação de um novo "momento" - a síntese. 

Hegel afirmava que a realidade não é estática, mas dinâmica; e que sua modificação, necessária ao desenvolvimento das pessoas, deriva dos momentos de oposição, de contradição, de perda de unidade, e da busca de uma nova unidade. 

A percepção da realidade é dependente da dialética, das discussões, dos debates, sendo que o próprio pensamento individual deve ser dialético, o que pressupõe discussões e debates internos. 

(A negação da realidade ou a própria autonegação, são reflexos de uma personalidade que, em conflitos, não consegue se adequar ao que está acontecendo ao seu redor. Se adaptar é a chave para viver melhor.)

A negação das diferenças pessoais e da dialética levaria à estagnação. 

Até a natureza é dialética...!

Hegel cita o exemplo da planta, em que o botão precisa desaparecer para que surja a flor, e esta também deve desaparecer para que surja o fruto, e compara essa sequência com a vida de todas as coisas, que passam por permanentes processos de conflitos e transformações dinâmicas, o que leva a uma síntese superior.

É a dialética da vida... Nada mais simples!


Continua...






  

Plantas têm Sentimentos?

(A maior flor do mundo, chamada de flor cadáver, porque ela exala um forte odor semelhante a carniça, rara, pois sua florescência é curta e edêmica apenas na Indonésia.) 

Tudo indica que sim. 

As primeiras experiências científicas sobre esse fenômeno começaram em Nova York, quase por acaso, numa noite de verão de 1966.

Apenas para saciar sua curiosidade, o norte-americano Cleve Beckster resolveu colocar os eletrodos de um polígrafo - aparelho detector de mentiras - nas folhas de uma exuberante Dracaena Massageana que sua secretária havia colocado sobre a mesa. 

(Cleve Beckster e seu experimento casual que revelou ao mundo que as plantas também têm emoções.)

Beckster era o maior especialista em detecção de mentiras nos Estados Unidos na época, mas não tinha a menor ideia do que iria acontecer em seguida. 

Para seu espanto, quando imaginou que poderia queimar uma das folhas da planta para testar sua reação, imediatamente as agulhas do polígrafo começaram a se mexer. 

O efeito se repetiu dramaticamente quando ele colocou uma caixa de fósforos perto das folhas ou simulou situações em que a planta fosse ameaçada. 

(Gráfico de Beckster divulgado pela revista Life em 1967.)

Da mesma maneira, o pesquisador verificou que a planta também reagia a estímulos de carinho ou palavras proferidas com afeto. 

A supreendente experiência de Beckster abriu um campo enorme de pesquisas para outros cientistas, em diversos países.

(Livro de Peter Tompkins e Christopher Bird que mudou a visão do homem moderno para a necessidade de respeitar a Natureza.)

Boa parte desses estudos estão descritos num clássico do gênero, o livro A Vida Secreta das Plantas, dos norte-americanos Peter Tompkins e Christopher Bird.

Falaremos mais sobre isso no decorrer deste semestre...!

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Yoga - Parte 5

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O Verdadeiro Mestre

No ocidente, onde em grande parte o yoga tornou-se um produto de consumo, a escolha de um mestre tornou-se tarefa complicada...

A melhor coisa a fazer é informar-se atentamente sobre o estilo de yoga e a linhagem do professor ou mestre no qual você possivelmente esteja interessado. 

Essas informações não estão sistematizadas. Ou seja, você terá de batalhar por esse conhecimento! 

(Dr. Prerak Shah, mestre e professor hindu, que com esforço, dedicação e vocação, tem habilitado e ensinado a senda da harmonia e equilíbrio a seus alunos. Dr. Prerak foi meu professor em 2006 a 2007 em minha especialização em Medicina Ayurvédica.)

Procure nos livros, na internet, converse com pessoas que você conhece e praticam yoga há algum tempo. É certo que você encontre seu caminho e seu mestre (esperamos que o resumo sobre os principais mestres que faremos agora possa ajudar!).

Os professores costumam dizer que os mestres mostram como seguir o caminho do yoga, mas somente o praticante, com determinação e esforço próprios, poderá através de suas experiências trilhar este caminho. 

(Shibendu Lahiri)

Lembro-me de que depois de uma semana de palestras em São Paulo, na época de minha especialização, o mestre kriya yoga, Shibendu Lahiri, em visita ao Brasil, um discípulo o procurou, querendo largar tudo e ficar mais em contato com o mestre. Shibendu lhe disse:

- Depois de tantos anos, por que você insiste em ficar na dependência de um mestre? O guru mostra um caminho e pode trazer inspirações, mas não é uma personalidade para ficar sendo adorada. O processo de aprendizado é individual.Você precisa caminhar com seus próprios pés...!

E finalizando a conversa, disse-lhe ainda:

- É a sua vida, e você deve perceber qual é a melhor forma de vivê-la...!

Grandes Mestres

O yoga que conhecemos no Ocidente chegou por meio de alguns grandes mestres, que inspiraram milhares de pessoas em todo o mundo. Há muitos deles e abaixo você encontra alguns dos mais famosos e respeitados:


Muktananda (1908-1982)

Foi escolhido pelo seu mestre para difundir o siddha yoga pelo mundo. Entre as práticas espirituais estão o canto de mantras, a meditação e os serviços de adoração ao guru. 

www.siddhayoga.org

Pattabhi Jois (1915- )

Aprendeu yoga com Krishnamachariya e ajudou a desenvolver o método chamado ashtanga vinyasa yoga, caracterizada pela interligação de posturas num fluxo contínuo de movimento e respiração.

www.ayri.org



Yogananda (1893-1952)

Vem de uma sucessão de três grandes mestres indianos, Babaji, Lahiri Mahasaya (1827-1895) e Swami Sri Yukteswar (1855-1936). Difundiu a filosofia do kriya yoga (junta às técnicas de meditação e respiração) no Ocidente. 

www.yogananda.com.br

Krishnamacharya (1888-1989)

É considerado o pai do yoga moderno. Descobriu um texto de yoga muito antigo, o Yoga Korunta, e o sistematizou em uma prática de hatha yoga intensa, que se desenvolve em séries de posturas.

www.kym.org

Kuvalayananda (1883-1966)

Desenvolveu o que se chama hoje de yogaterapia. Fundou a escolha Kaivalyadhama, em Lonavla, Índia, considerada o primeiro laboratório para a pesquisa científica do yoga.

www.kdham.com



Aurobindo (1872-1950)

Criou o yoga integral, que busca trazer a consciência divina em cada pessoa. Sua maior discípula, Mirra Alfassa, construiu a cidade de Auroville, na Índia, que cultua o conhecimento do mestre. 

www.sriaurobindosociety.org.in

Ramakrishna (1836-1886)

Seguidor do vedanta, escola filosófica que acredita que a natureza humana é divina, e propagador da filosofia do yoga. O discípulo Vivekananda (1863-1902) foi dos primeiros yogues a ir para o Ocidente.

www.vedanta.org.br

Satchidananda (1914-2002)

Disseminou técnicas de yoga na América nos anos 60. Ficou conhecido por sua performance na abertura do Festival de Woodstock em 1969. Fundou diversos ashrams (retiros espirituais) nos E.U.A. 

www.yogavision.net



Sivananda (1887-1963)

Dedicou-se aos ensinamentos de Patanjali e às práticas de hatha yoga. Seu discípulo Vshnu Devananda (1927-1993) levou os ensinamentos do yoga e do vedanta para o Ocidente. 

www.sivananda.org.br

Iyengar (1918- )

Foi pupilo de Krshnamacharya. Desenvolveu o próprio método de hatha yoga, que usa o conceito de alinhamento nas posturas com objetivo de trazer mais consciência para o corpo e a mente.

www.bksiyengar.com

Os Oito Preceitos Yogues

Yama - A Disciplina

São cinco orientações morais para o bom convívio social: não causar dor a nenhuma criatura, não mentir, não roubar, controlar os impulsos sexuais e abandonar o sentimento de posse, de cobiça.

Nyama - A Autodisciplina

São cinco condutas individuais de purificação: pureza mental e corporal, contentamento, esforço consciente para alcançar a autorrealização, estudo da metafísica do yoga e práticas devocionais.


Asana - A Postura

Postura adequada à meditação. Deve ser estável, firme e confortável.

Pranayama - O Domínio da Força Vital

É o controle da energia vital, o prana, através de exercícios de respiração.


Pratyahara - A Retração dos Sentidos

O praticante recolhe seus sentidos, perde a noção do corpo físico e do mundo para mergulhar na consciência interior.

Dharana - A Concentração

É a fixação da atenção num só objeto, concreto ou abstrato.


Dhyana - A Meditação

Situação em que o observador percebe que não é a sua mente, mas algo que a observa.

Samadhi - A Hiperconsciência

Estado alcançado com a meditação profunda, quando o praticante chega até a sua essência.


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Referências Bilbiográficas

Livros

A Ciência do Yoga, de I.K.Taimini, Ed. Teosófica, Brasília, 1996.

A Tradição do Yoga - História, Literatura, Filosofia e Prática, de Georg Feuerstein, ed. Pensamento-Cultrix, São Paulo, 2001.

Autobiografia de um Iogue, de Paramahansa Yogananda, ed. Lótus do Saber, Rio de Janeiro, 2002.

A Árvore do Ioga, de B.K. S. Iyengar, ed. Globo, São Paulo, 2001.

Yoga, Imortalidade e Liberdade, de Mircea Eliade, ed. Palas Athena, 1997.

Yoga, de Caco de Paula e Marcia Bindo, Coleção Saber Mais, Superinteressante, ed. Abril, 2005.

Internet

www.suryayoga.org

www.yoga.pro.br

www.palasathena.org

www.yogajournal.com

www.yrec.org

www.profhermogenes.com.br


                               

Ponto de Vista - Parte 1

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(Uma Rosa vista de cima é tão suave e cheia de promessas de alegria, perfume e carinho...)

Uma rosa é apenas uma rosa, se assim nos parece... Mas tudo depende muito de como vemos as coisas!

É inegável a presença de K'ung Fu-Tzu, ou Confúcio, como personagem da história da humanidade. Ele nasceu em 551 a.C., na região nordeste da China, viveu até 479 a.C. como um filósofo de grande importância na corte e até hoje influência milhares de pessoas com seus pensamentos. 

(...mas de perto, a mesma Rosa, que no início era tão cheia de promessas, reserva seus espinhos dolorosos... Como conviver com a realidade sem se machucar?)

O confucionismo pode ser aceito como uma religião, mas também, como um sistema ético adotado por qualquer pessoa, pois se refere principalmente ao respeito em relação à família e à sociedade, e também à justiça moral e social exercida através da virtude suprema do altruísmo e da benevolência. 

Confúcio deixou muitos seguidores, entre eles Mêncio Mangtzú (371-289 a.C.) e Hsun-Tzu (300-230 a.C.). Ambos desenvolveram pensamentos nitidamente confucionistas, no entanto, intriga que essas ideias apresentem entre si diferenças conceituais marcantes. 

(O ser humano já nasceu com a bondade intrínseca em seu interior, basta ele apenas encontrá-la, por meio de exercícios meditativos, como Mêncio acreditava.)

Mêncio parte do princípio confucionista da benevolência e cria a doutrina da bondade inata do homem. Segundo ele, o ser humano é naturalmente bom, virtuoso, e precisa apenas identificar e aprimorar essas qualidades. Para tanto, ele sugere a meditação.

Já Hsun-Tzu considera o homem um ser dotado de maldade inata. De acordo com ele, o ser humano é mau, agressivo e indisciplinado por natureza, portanto precisa da aplicação das leis e do controle social para permitir o convívio e a harmonia entre as pessoa.

(Para Hsun, todos são maus e poucas espécimes humanas conseguem ter a oportunidade de expressar uma bondade realmente incondicional.)

Dois seguidores do mesmo mestre, estudiosos da mesma filosofia, co-precursores da mesma religião, com diferenças tão grandes sobre um tema tão importante: as características originais do homem e a contribuição da organização social para sua conduta. 

Como explicar tal (aparente) discrepância?

Simplificando, trata-se apenas do exercício de uma das mais peculiares características humanas: o "ponto de vista". 

As religiões cristãs parecem concordam com Hsun-Tzu, pois aceitam a existência de um pecado original.

(Para Rousseau, o grande culpado da personalidade pérfida do homem é a sociedade que tolheu as oportunidades de seu desenvolvimento em ser melhor.)

Já alguns pensadores importantes, do quilate de Jean-Jacques Rousseau e Carl Gustav Jung, concordam com Mêncio, pois apontam, em seus escritos, para a existência de um bem natural, que a sociabilização e a educação podem exacerbar, ou a sociedade pode sufocar. Ponto de vista!

E claro que essa gente toda exerceu o direito de externar seus pontos de vista, suas percepções próprias a partir da autoridade de suas mentes respeitáveis. Não falaram disparates! Externaram suas visões e as sustentaram. São estudiosos, pessoas inteligentes, observadores sagazes do comportamento humano, mas não compartilham das mesmas opiniões. 

Simplesmente porque o consenso nem sempre é possível, e à vezes é até indesejável. Como disse o teatrólogo e grande frasista Nelson Rodrigues: "Toda unanimidade é burra."

(Para Gandhi, a consciência do homem é que faz uma ação ser boa ou ruim. Sem a consciência de cada ação o homem nunca alcançará seu aperfeiçoamento dentro de um grupo.)

Somos 7 bilhões de pessoas vivendo no mesmo mundo, o planeta Terra. E o curioso é que cada pessoa vê este mesmo mundo com seus próprios olhos, de seu jeito, usando sua própria óptica, o que transforma, para vários efeitos, em 7 bilhões de mundos diferentes.

Isso é ótimo, pois justamente a partir dessa imensa diversidade é que surge a capacidade humana de interagir e construir novos e variados cenários. Mas, ao mesmo tempo, é dessa diferença que surge algo que nos incomoda: o conflito. 

Pessoas são Diferentes

Em uma roda de conversa, o que mais se ouve são frases que começam invariavelmente por "Eu acho que...", ou "Na minha opinião...", ou ainda "Minha visão sobre esse assunto é...". Trata-se do exercício democrático da manifestação da individualidade. 

(A Livraria conquistense que com bom vinho e muita idiossincrasia conquista uma galerinha antenada com pontos de vistas bem diferentes, graças a Deus...)

Por isso, a importância da dialética, que é a arte de discutir, de argumentar, de comunicar ideias, de debater. A dialética pressupõe a existência do diálogo, e não da coincidência de ideias, de pontos de vista semelhantes. 

No dicionário achamos a palavra "idiossincrasia", que com frequência é muito mal utilizada. Significa: "disposição do temperamento do indivíduo, que o faz reagir de maneira muito pessoal à ação dos agentes externos"; ou ainda: "maneira de ver, sentir e reagir, próprio de cada pessoa" (Aurélio).

No entanto, não é comum alguém se referir a outra pessoa, com quem não concorda ou com quem acaba de ter uma discussão dizendo: "o problema dele é a idiossincrasia!".


Continua...



 



  

Aranel Ithil Dior