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Descobrindo o seu Tibete - Parte 1

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(Um dia quero fazer uma viagem de moto pelo Brasil, e vou realizar isso! Pilotar uma moto não é apenas prático, barato, nem uma moda. É uma filosofia de vida, em que a liberdade celebra cada centímetro à sua frente.)

Que poder de transformação uma viagem traz consigo?

E que desejos estão ocultos quando nos propomos a realizar uma longa jornada?

"O que suas pernas fazem pode ser maravilhoso." - J.R.R. Tolkien.

Mas, fundamental de fato, é para onde sua alma está voltada, refletia o antigo sábio persa Shabestari sobre a importância de viajar para longe, em busca de conhecimento e crescimento espiritual.

(Mas pequenas viagens também satisfazem... Entroncamento para Caetité-BA.)

Ou, simplesmente, para realizar um velho sonho. 

O segredo de uma viagem valiosa, portanto, não estaria em mapas detalhados e muito menos nos roteiros descolados. Mas, sim, no coração, aberto e disposto a aprender com as novidades impostas pelo caminho. 

Aventurar-se em regiões remotas e misteriosas - especialmente aquelas dotadas de espiritualidade elevada - desde sempre atrai o ser humano. Muitos capítulos da história, aliás, foram escritos por causa de peregrinações.

(Um lugar que adorei conhecer, Stonehenge. A energia ali só pode ser mensurada por aqueles que tocarem suas pedras, é incrível como algo tão antigo, mantém uma sinergia tão viva em emanar respeito e veneração até os dias de hoje.)

Hoje, entre os lugares no mundo que ainda exercem fascínio e mistério extraordinários, poucos podem ser comparados ao Tibete.

Encravado ente as montanhas colossais do Himalaia, numa altitude média de 5 mil metros e com suas fronteiras controladas pela mão de ferro do governo comunista de Pequim, o território tibetano estimula a imaginação de estudantes do esoterismo e peregrinos. 

(O Tibete é a Jerusalém do homem esotérico e místico, ele um dia, precisa ir ali para fazer suas orações.)

Afinal, que lições nos ensinam os tibetanos, conhecedores de filosofias sofisticadas, praticantes de uma religião tão autêntica e donos de uma tolerância incomum no conturbado mundo de hoje?

Disseminando Ensinamentos

Incapazes de compreender a riqueza da cultura tibetana e entorpecidos pela equivocada cartilha comunista de Mao Tsé-Tung, os chineses começaram a ocupar o Tibete em 1949.

(Conflito no Tibete em 2008)

Dez anos depois, a China consolidou a invasão e o anexou ao seu território. Foi quando o décimo quarto Dalai Lama, Tenzin Gyatso, atual líder espiritual do povo tibetano, viu-se obrigado a deixar sua terra, junto com milhares de outras pessoas. 

Ao longo da truculenta ocupação chinesa, calcula-se que 1,2 milhão de tibetanos perderam a vida e cerca de 6.200 monastérios foram destruídos, restando apenas uma dúzia deles. 

(Os tibetanos que tinham condições financeiras exilaram-se na Índia. Ali, levaram sua cultura que, frequentemente, cria dissensões e conflitos num país que já têm seus próprios problemas sócio-culturais e religiosos para encontrar respostas ainda insolúveis.)

Mais de 100 mil tibetanos vivem no exílio, a maioria em países asiáticos. A fé, entretanto, não foi aniquilada.

Apesar da opressora presença chinesa, virtudes como a humildade, a caridade a temperança, a benevolência, a afeição e a consideração por todos os seres vivos são incentivados entre o povo tibetano.

(Estudar as doutrinas das religiões tibetanas, fazer os rituais de meditação ainda hoje, é uma prática mantida e passada de geração em geração.)

Assim como são motivadas a meditação solitária e o antigo costume de debater questões filosóficas do Budismo, práticas que tornam a mente mais alerta. 

Budistas tibetanos têm uma admirável capacidade para compreender as lições que a vida oferece.

(Se um dia ele quiser ser respeitado entre seus compatriotas, essa criança deve aprender mais de 3.000 preceitos, entre doutrinas, rituais e canções. Para ser um budista tibetano, deve-se começar bem cedo essa senda.)

Mestres e monges dizem que, se houve um bem emanado da invasão chinesa, esse bem foi a disseminação dos ensinamentos que estavam restritos ao Tibete. 

São alguns dos encantos dessa terra distante...


Continua...


A Cura Essencial - Parte 4


(A maior função da Medicina Ayurvédica é acertar os ponteiros do Corpo, Alma e Espírito, para que a hora de cada ação ocorra com a maior integração possível da individualidade de cada um.)

Nossas avós e a Ayurveda concordam no fato de que é preciso respeitar o relógio da natureza. As avós falam em hora certa de comer e dormir e a Ayurved fala em cclos do dia, também divididos nos humores de Vata, Pitta e Kapha.

Kapha, o mais letárgico, impera das seis às dez da manhã. Ou pulamos da cama até as seis, ou depois brigamos com a natureza para despertar, porque a inércia está no comando. 

(Numa terapia budista e Ayurvédica preconiza-se que o indivíduo faça seus exercícios físicos sempre pela manhã para limpar o organismo e utilizar as energias metabólicas e hormonais acumuladas durante a noite.)

Nesse período, é bom fazer exercícios físicos. 

Entre 10 e 4 horas é o ciclo de Pitta: quem manda é a força da transformação. É a fase ideal para fazzer a principl refeição, porque o fogo de Pitta ascende a digestão e transmuta alimento em energia.

Entre 14 e 18 horas quem reina e o agitado Vata. Tempo de cria, usar a mente. Das 18 às 22 horas, Kapha volta a predominar. A digestão fica lenta e o consumo de alimentos pesados é contra-indicado.

A Velha Receita
 
Se fosse para seguir os Vedas ao pé da letra, teríamos de nos aquietar como os passarinhos depois do pór-do-sol. Mas como conseguir isso, se já tem luz elétrica na aldeia e a agenda tem mais compromissos do que horas do dia disponíveis?

(Entender a própria agenda diária de cada um e se motivar a cortar, eliminar ou alternar as atividades trará o equilíbrio tão desejado à vida do indivíduo que busca essa alternativa de cuidado físico e emocional.)

A alternância de ação e repouso, proposta na rotina ayurvédica, é um tremendo desafio, mais premente que nunca. Só muito recolhimento e muita meditação para fazer frente a esse tempo nervoso - um típico distúrbio coletivo do dosha Vata.

Como tudo é cíclico, o que virá depois dessa loucura será um retorno aos hábitos simples... O futuro pede intuição, vidas no silêncio, na meditação, de dentro para fora. Já nos afastamos demais de nós e da natureza. Toda doença é saudade do lar...
 
(Os doshas no organismo)

Muito além da saúde, essa volta para casa promete felicidade mesmo, acesso pleno ao poder sem tamanho do universo. 

O caminho, invariavelmente, é o do autoconhecimento, esse "remediozinho ayurvédico" sem contraindicação nem prazo de validade, que vem sendo receitado há uns cinco mil anos.

A Revelação do seu Dosha

Se você já teve alguma aproximação com a ciência Ayurvédica, deve estar estranhando não ter encontrado aqui aquele questionário para que a pessoa encontre sua classificação - Vata, Pitta ou Kapha.

É comum esse teste gerar mais dúvids que certezas... A maioria de nós tem um humor predominante e um segundo bem atuante também. Mais raras são as pessoas que recebem influência dos três tipos na mesma proporção e ainda mais incomuns são as regidas por uma só natureza. 

Portanto, parece bastante adequado procura a ajuda de um profissional reconhecido, em vez de brincar com as forças dos cinco elementos! 

Contudo, falemos brevemente sobre os doshas:

Vata - O Humor do Movimento

Vata governa a circulação, a respiração, o fluxo das ideias, sentimentos e pensamentos. 

A pessoa é agitada, magra, com estrutura física leve e organismo seco.

Tem olhos pequenos e lábios finos. 

(Biotipo Vata)

Sente muito frio e odeia vento. 

Os passos são rápidos. É tagarela e não escuta os outros.

É instável no apetite, no sexo e no humor. Em desequilíbrio, é ansiosa e sofre de insônia. Em equilíbrio é entusiasmada, muito criativa, ágil e comunicativa. 

Vata se desequilibra no outono e deve evitar a agitação.

Kapha - O Humor da Estabilidade

Kahpa governa a estrutura corporal.

A pessoa tem constituição pesada, ombros e quadris largo. Tem tendência  engordar e, às vezes, é atarracada. A pele, os olhos e os cabelos são bonitos, lubrificados. Os lábios, grossos.

(Biotipo Kapha)

A digestão é lenta e as ações idem Apresenta letargia matinal, tende à depressão e é sensível `umidade e ao frio. 

No amor e no sexo é constante e sensual.

Em equilíbrio, é diplomática, amorosa e tolerante - finalmente, um dosha que sabe ouvir!

Em desequilíbrio, é preguiçosa, pessimista e apegada ao passado. 

Kapha se desequilibra no inverno e deve evitar buscar conforto emocional na comida. 

Pitta - O Humor do Fogo

Pitta rege o metabolismo, as transformações químicas do corpo, a fome, a sede, a energia e a temperatura corporal. A pessoa tem estrutura média, não é gorda nem magra. 

A pele é clara e quase sempre com sardas. 

(Biotipo Pitta)

Tem muito apetite, é sensível ao calor e transpira demais. Extrapola na comida (mas não engorda), no sexo e no trabalho.

Fala menos que Vata, mas também não escuta o outro, porque se sente superior. 

Em desequilíbrio, tem temperamento inflamado: julga e critica, é intolerante e irritada. 

Em desequilíbrio é perfeccionista e determinada. Pitta se desequilibra no verão e não pode abusar do sol. 



Fim.:.


Crianças podem Meditar?

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(É muito difícil conseguir a atenção necessária para que uma criança possa ficar pelo menos 10 min meditando. Mas com pequenos exercícios, o tempo vai aumentando e a concentração pode chegar aos 10 min preconizados para esta faixa etária, o que já é uma enorme vitória.)

Depende da idade.

Especialistas dizem que crianças novas, com menos de 12 anos, não conseguem atingir o estado de atenção plena (para dentro de si mesmas ou em algum objeto), o que é necessário para a prática meditativa.

Elas têm dificuldades naturais de concentração, pois estão numa fase em que precisam conhecer o mundo por meio dos contatos (táteis) e experiências (visuais, por exemplo).

(Quando Isabelle (de calça lilás à esquerda) estava na 3ª série na Escolinha Betesda, fizemos um pequeno trabalho com meditação com alguns alunos. Tudo deve ser feito como uma brincadeira. Não se pode obrigar a criança a exercer a concentração, para que a experiência não seja apreendida como algo ruim. Com paciência, as crianças cumprindo algumas pequenas etapas, brincando, podem alcançar uma ótima concentração nos momentos de estudo em casa.)

Inibir isso, forçando o pequeno a ficar sentado com os olhos fechados, não é aconselhável. 

Meditar não é apenas sentar numa posição fixa. Os procedimentos necessários para a meditação, que incluem concentração, esvaziamento da mente e processo contemplativo, são muito técnicos. 

(O ideal é os pais saberem meditar e ensinarem aos filhos como uma rotina normal do dia a dia. Isabelle, hoje, consegue manter 4h de estudos diários, porque começou como a garotinha acima, bem cedo, a manter a mente focada numa única tarefa. Essa é a maior dádiva que a Meditação concede aos pequenos.)

A criança não consegue alcançá-los. Mas, elas podem fazer exercícios mais simples para começar a entrar em contato com a meditação.

É necessário maturidade para atingir os graus de abstração necessários para a meditação. Se a criança reencarna como um lama, desde muito pequena já sabe meditar, porque vem com esse conhecimento da outra vida. 

(Nos Estados Unidos e Europa a meditação e o Yoga são disciplinas curriculares que as crianças são introduzidas a vivenciarem desde cedo e que não causam nenhuma estranheza para elas.) 

Após os 12 anos, a maioria está apta a experimentar qualquer uma das diversas técnicas de meditação existentes e seus benefícios - acalmar a mente, relaxar, ampliar a consciência geral, a lucidez e o sentimento de paz.


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A Cura Essencial - Parte 3

(A meditação não é apenas uma forma de focar a mente em algo, mas usar a agitação da mente para encontrar esse algo!)

Na guerra às toxinas, a meditação é arma obrigatória, indicada como prática diária para higienizar a mente.

A dieta alimentar, que é adequada a cada dosha, é outra forma de controlar o acúmulo de impurezas.

(O terapeuta ayurvédico observa atentamente para seu paciente desejando encontrar, além das palavras, pistas que indiquem quem ele é. Na hora de administrar a dieta ou tipo de meditação o reconhecimento dos doshas dominantes são imprescindíveis.)

Acontece que um filme de ação pode ser mais tóxico que uma feijoada - isso depende da sensibilidade de cada um. 

Podemos não perceber como a saúde é afetada por uma cena de TV ou uma palavra atravessada, mas o saber hindu dá extrema importância ao que entra pelos buracos da nossa cabeça!

(O toque físico, seja da pele ou de óleos e ervas, é muito importante na terapia hindu. Sentir o calor, a textura, a pressão faz com que o indivíduo se sinta onipresente não apenas na busca de sua saúde corporal mas na consciência de que ele está vivo e deve permanecer assim.)

Como é através dos sentidos que se conversa com o universo, as práticas da Ayurveda querem refiná-los, para que sempre extraiam do meio um máximo de energia e um mínimo de toxinas. 

É natural que a massagem tenha tanta ênfase: a pele além de ser nossa proteção, é o maior órgão dos sentidos. 

Massagem na Alma

Você pode ler a teoria, mas outra coisa é deitar, fechar os olhos e se entregar, por exemplo, ao conforto que vem de um fio de óleo morno, descendo contínua e lentamente sobre a testa. 

Esse toque curativo, sem mãos, chama-se "shirodhara" e é só isso mesmo: sobre a cabeça do felizardo, a tigela presa a um suporte verte um preparado de ervas medicinais. 

(Shirodhara)

Na sessão, a percepção vai sendo atraída, suavemente, para o ponto entre as sobrancelhas, que está sendo acariciado pelo calor e a viscosidade do líquido. O relaxamento é tanto que há um vislumbre de expansão de consciência, talvez porque o estímulo esteja localizado na região conhecida como "terceiro olho" - o chakra ligado à nossa espiritualidade. 

Naqueles 60 minutos nada mais existe, só o prazer de estar ali. Não há turbulência mental que resista ao poder de shirodhara. A técnica harmoniza os hemisférios cerebrais, combate estresse, depressão e insônia. 


(Abhianga)

Todo mundo merece, também, passar pela "Abhyanga" (que significa "mãos amorosas"), a massagem Ayurvédica mais difundida. A pessoa é banhada em muito óleo morninho e tem os dois lados do coro friccionados ao mesmo tempo, por quatro mãos sincronizadas.

A técnica, usada para acelera a liberação de toxinas e fortalecer o sistema imunológico, tem uma versão de automassagem, para ser feita todo dia, e uma dedicada aos bebês.

E é mesmo como um bebê que a pessoa é recebida e cuidada, na versão da abhyanga a quatro mãos. É fácil regredir ao útero em meio a tanta proteção, num leito quente e inundado de óelo. 

 (Os marmas)

As manobras ritmadas dos terapeutas, um à esquerda, outro à direita da maca, dão mais coerência ao corpo. é como e tudo se encaixasse quando os seus dois lados ganham toques simultâneos. É como se você deixasse de ser cabeça, tronco e membros para se sentir um todo...

Outra delícia é a massagem que ativa os "marmas", os centros de energia vital onde os tecidos do corpo se encontram. Os marmas, também vistos como elos entre matéria e consciência, correspondem aos pontos trabalhados na medicina chinesa.

(O instituto tem credenciais para dar suas especialização em Medicina Ayurvédica, além de ser o mais antigo do Brasil na disseminação da cultura hindu.)

Como há por ai um uso não lá muito ético do nome da Ayurveda, antes de deitar e relaxar é melhor perguntar como, onde, com quem e em quanto tempo o massagista se formou. 

(Formandos da especialização em Medicina Ayurvédica de 2007.)

Não custa saber que o Estado de Keralla, no sul da Índia, é o berço e a cena dessa ciência; que a Califórnia é o grande centro de estudos e difusão; que os médicos norte-americanos David Frawley e Vasant Lad são os únicos ocidentais considerados no métier e, principalmente, que ninguém vira terapeuta Ayurvédico após um workshop de fim de semana. 




Continua...  


A Música das Esferas existe?

(Esse conceito medieval é um ensinamento dos professores cabalista sobre proporção e analogia que dominou a Idade Média nas primeiras Universidades européias.)

Teoricamente, sim.

No entanto, ainda não há comprovação científica de que seja possível ouvir o movimento dos astros, como propõe esse conceito abstrato.

As músicas das esferas existe para quem tem a capacidade de ouvi-la interiormente. é possível ouvir algo além do que o ouvido humano é capaz de captar. 

(Nesta disciplina, a música, ou melhor, o som, participa de todas as coisas visíveis e invisíveis. As visíveis seriam comandadas pelos sons sônicos e as invisíveis pelas ultrassônicas. Em suma, tudo vibra e, portanto, canta uma nota para o universo.)

A ideia dessa música acompanha a humanidade desde os tempos do grego Pitágoras (580-500 a.C.). Mas foi o astrônomo Johannes Kepler (1571-1630) quem aprimorou esse conceito utilizando a matemática, desenvolvendo as leis que regem os movimentos dos astros.

(Johannes Kepler, astrônomo, matemático e astrólogo alemão.)

Kepler descobriu que os planetas fazem um traçado elíptico e não redondo, ao redor do Sol. Assim, calculou o ponto mais próximo da rota de cada um em relação ao Sol (periélio) e, depois, o ponto mais distante (afélio).

(Movimento dos planetas em nosso sistema solar.)

Analisando o tempo que cada planeta leva para dar uma volt ao redor do Sol ( a Tera, por exemplo, leva +/-  365 dias), Kepler transpôs proporcionalmente as medidas dessas órbitas em fequências, encontrando assim tons e intervalos musicais. 

(A canção dos planetas.)

Ou seja, teoricamente Júpiter, Vênus, Saturno e outros planetas produzem suas próprias melodias. 

(Mas, apesar de parecer, a princípio, uma teoria maluca, a NASA já catalogou sons, frequências e vibrações de Galáxias, estrelas e quasares. Assim, hoje, a ciência não apenas comprova esse conceito, mas utiliza-o para detectar prováveis colapsos ou nascimentos de estrelas. Acima documentário do canal History que explora esse assunto.)

Apesar de ser um conceito abstrato, a matemática torna a Música das Esferas um fato!


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A Cura Essencial - Parte 2

(Os doshas são energias geradas pela força do espírito de cada um de nós.) 

Combinações entre os elementos geram os três princípios da Ayurveda: São os "doshas" (tipos), ou humores, através dos quais a inteligência do universo se expressa nas pessoas. 

Espaço mais Ar dão o biótipo VATA, que representa movimento, agilidade. É a instabilidade do vento. Fogo e (pouca) Água dão PITTA, que representa metabolismo, irritabilidade. É a combustão do fogo. Terra e (muita) Água dão KAPHA, que representa estrutura, estabilidade. É o peso da lama. 

Uma piada ayurvédica ajuda a entender como esses humores nos regem!

- Se um avião atrasa, o passageiro do tipo Vata reage preoucupado, antevê um desastre na sua agenda e dá um jeitinho de se culpar pelo incidente: "Eu devia ter previsto isso. E agora?

- O passageiro Pitta, decerto irratadíssimo, ameça o representante da companhia e cobra uma solução, com o rost rubro de raiva. 

- O passageiro Kapha, bem zen, aproveita a confusão e faz uma boquinha na lanchonete.

(Determinar corretamente o dosha de cada indivíduo fará com que o terapeuta também determine uma rotina de terapias e condutas que o levarão a mudar para sempre sua vida.)

Cada dosha tem comportamento, traços físicos e metabolismo próprios. Não que a Ayurveda catalogue toda a fauna humana em três estereótipos. Ao contrário, cada pessoa é tratada como única - a grande diferença em relação à medicina ocidental. 

Um médico indiano não cura nem gripe usando a mesma receita para dois indivíduos!

Todo mundo recebe influências de Vata, Pitta, e Kapha, em proporções diferentes. É mais comum a pessoa ter um dosha dominate e  outro em proporção elevada. Nesse caso é classificada como Vata-Pitta, Kapha-Vata, etc. A leitura da descrição dosha ajuda na identificação, mas para um diagnóstico preciso só meso numa consulta ao vivo. 

Serpente, Rã e Cisne

Sempre se espera um pouco,  de um sofá coberto por um velho cobertor...

Em minha casa, exercendo limitadamente minha especialização, já que ainda estou tentando concluir minha graduação em Fisioterapia, me parece, que sou a única especialista formada nesta área aqui em minha cidade...(!)

(Primeiro, verificar o ritmo da corrente sanguínea no corpo do paciente...)

Apesar de envergar alguns diplomas, e tals, eu mesma atendo meus telefones, agendo e organizo as visitas.

O diagnóstico começa com um exame do pulso, usa-se os dedos indicador, médio e anular para perceber a frequência de Vata, Pitta e Kapha - os três diferentes humores da Ayurveda. 

Com diferentes pressões, mede-se 15 pulsações, rastreando a situação e órgãos e tecidos  detectando desequilíbrios, antes que virem doenças.

(Detectar sinais fisiológicos no rosto é uma ciência chamada de Fisiognomonia. Em seu livro Bioenergética, Alexander Lowen diz: “A atitude do indivíduo em relação à vida ou seu estilo pessoal refletem-se no seu comportamento, em sua postura e no modo como se movimenta.”)

O pulso de Vata é rápido e irregular, igual ao deslizar da serpente. O de Pita é quente e ativo como os pulos de uma rã. A pulsação de Kapha é lenta, estável como um cisne nadando. 

Para o olhar treinado, o rosto é outro mapa do estado físico e emocional. Rugas revelam tudo!

(Pode ser perturbador, mas o médico ayurvédico encara profundamente o paciente quando em sua presença, para definir, somar, concluir o que está acontecendo com ele apenas com as pistas apresentadas no cenário físico do rosto.)

Se houver distúrbio, estará indicado na face, o espelho da mente. Da minha visão não escapa, por exemplo, aquela linha vertical entre as sobrancelhas (que eu tenho, chato...!) que, do lado direito indica emoções reprimidas no fígado, no lado esquerdo aponta problemas no baço (no meu caso, o descanso repõe a juventude...).

Depois do diagnóstico, monta-se um tratamento com dietas, massagens, exercícios e meditação ou remédios de ervas. Tudo para purificar corpo, mente e espírito.

(A medicina alopática consegue, pela rapidez, seus resultados. Mas um tratamento ayurvédico cuida com pouca ou nenhuma reação adversa o corpo. Isso, porque o local de nascimento do indivíduo ou, o local onde ocorreu a lesão, deve conter, sistematicamente, o antídoto do problema. Este é um ensinamento Teravada do Budismo, encontrado no livro Ensinamento dos Anciãos.)

O segredo da saúde, nessa medicina, é reconhecer, eliminar e reduzir a captação de toxinas, que bloqueiam o fluxo da energia vital. 

É claro que um médico pode fazer muito para que cheguemos lá, mas o auto-estudo é fundamental: cada um precisa aprender a ligar seu próprio detector de venenos.


Continua...


O Espírito das Árvores - Parte 4

(Em 2007 uma tempestade derrubou um eucalipto com mais de 30 anos de idade em Vitória da Conquista. O perfume que os jovens eucaliptos exalavam durante a madrugada nunca mais será sentido novamente.. Apesar da falta do cuidado da Prefeitura, a culpa foi colocada nas árvores, como dito em sessão da Câmara dos Vereadores: "Calçada não é lugar de árvores." - Assim, todas foram retiradas, num total de 7 árvores. Hoje a Av. Brumado é quente e o clima do Bairro Brasil foi completamente alterado...)

Plantar uma árvore é uma causa que gera resultados práticos, como melhoria da qualidade do ar e queda de temperatura, além de benefícios psicológicos.

Além disso, com o devido treino você pode perceber que uma árvore é tão viva e que produz respostas, tal como um animal pode produzir.

(Por outro lado, as praças da cidade que estavam abandonadas, nos últimos 5 anos revitalizaram-se. E, anualmente, feiras de plantas e flores são pontos de encontros para os amantes da natureza nas principais praças de Vitória da Conquista.)

Árvores Sagradas

A Sumaúma ou Seiva pectante, é arvore majestosa, de grande porte. Se espalha do sul do México ao Brasil e tem significado espiritual para muitos povos (inclusive os maias).

É uma das mais simbólicas e reverenciadas espécies da região porque faz uma ligação com o divino. 

(Árvore Sumaúma no porto de Vitória no Espírito Santo.)

Até por sua imponência, evoca a imagem de poder e proteção. Foi, e ainda é, plantada por algumas etnias próximo de áreas de cultivo para proteção espiritual e boas colheitas.

(Palmeiras Imperiais, este tipo ocorre apenas no Brasil. Apesar de existirem mais de 2.500 espécies de Palmeiras espalhadas pelo mundo todo, nenhuma e tão imponente quanto a Imperial. Estas foram plantadas pelo próprio Imperador Dom Pedro II. Como um estudioso e botânico, fundou o Jardim Botânico Real do Rio de Janeiro.)

O Brasil era conhecido pelos índios como Pindorama, ou Terra das Palmeiras. Os guaranis acreditavam que, durante o dilúvio universal, um casal conseguiu sobreviver subindo na copa de um pindô, ou Acrocomia totai, palmeira típica do Mato Grosso do Sul e Paraguai.

(Pindorama, árvore símbolo do Mato Grosso. Apesar de seus galhos serem finos, eles são bem resistentes e é uma ótima árvore para construir casas de árvores.)

O Casal de guaranis esperou as águas descerem e deu origem às espécies, segundo a visão cosmogônica deste povo.

(Curupira ou Caipora é um espírito protetor das florestas brasileiras. Existem relatos intrigantes de pessoas que se perderam e, algumas foram salvas e outras não.)

Curupira é o protetor da floresta, segundo as histórias de seringueiros. Se você se perde ou faz uma caça desordenada, ele amarra você na floresta.

A pessoa não vê mas sente.

(Duda Mendes, Antonio Teixeira Mendes)

Quando a árvore ainda está fazendo seu serviço para a natureza - tem uma paca usando ela, algum pássaro com ninho - se você a colher o curupira pega. 

Duda Mendes, primo de Chico Mendes, contou que ficou derrubado no chão, amarrado no pé da árvore, quando se enveredou na mata amazônica. Ele sentiu o pêlo do bicho e ficou lá, passando a noite amarrado ali.

(Jurema)

A Jurema ou Mimosa verrucosa, fazia parte dos rituais indígenas, mas foi absorvida pelos cultos afro-brasileiros - Catimbó, Candomblé, Umbanda.

A árvore tem propriedade alucinógena, e de suas raízes  raspas dos galhos, os pajés preparavam a bebida dos ritos de passagem e para fins medicinais. 

É das poucas árvores do semi-árido da caatinga, que, durante a estiagem, preserva a cor verde. 

Já foi sinônimo de feitiçaria e magia.

(Catuaba)

As características morfológicas influenciam na percepção das árvores. 

Os seringueiros do Acre acreditam que a catuaba, árvore com propriedades afrodisíacas, aparece como macho e como fêmea.

                                                           (Catuaba Macho)

Do ponto de vista botânico, não existe lógica para essa distinção, que eles baseiam em protuberâncias na casca da árvore. 

Se a protuberância tem a forma arredondada, como um seio, é fêmea; se a forma é fálica, a catuaba é macho. 

Então a árvore chamada de macho serve para o homem, e a chamada de fêmea é usada para a mulher.



A macieira era venerada por druidas e celtas (por ser típica de clima nórdico, evidentemente, ela não era a árvore do Jardim do Paraíso, afinal, ele geograficamente se encontrava na Ásia).

À Macieira foi atribuído o poder da imortalidade. 

Quando o Rei Arthur se feriu gravemente, viajou para a ilha mítica de Avalon, ou Ilha das Maçãs, para se curar. 

Até hoje o povo inglês preserva o ditado "Uma maçã por dia afasta o médico".

E também simbolizava a fertilidade: mulheres rolavam no solo ao redor da árvore para induzir a gravidez, ou lavavam suas mãos numa mistura feita com agua e sua seiva.

Assim, as árvores não apenas nos dão frutos, mas também nos dão a vida e o conhecimento. 


Fim.:.





A Cura Essencial - Parte 1

(O conceito básico da Medicina Ayurvédica é: Todo o remédio que seu corpo precisa, seu local de origem produz.)

O nome é áspero ao ouvido ocidental, a teoria é vasta e a embalagem, exótica... Mas a Ayurveda, ou "ciência da vida", é simples. 

Tem um pouco dela nos hábitos da roça, nos conselhos das mães e em toda cura baseada na observação da natureza, como a praticada pelos índios.

Antiguidade não é selo de qualidade. O que fascina na medicina indiana não é tanto a origem milenar mas a facilidade de se renovar e adaptar a culturas e épocas. Sua força não está no passado, tem a ver com o presente.

(Os primeiros contatos da medicina ayurvédica com o ocidente foi na invasão inglesa à Índia. Quando aquele país se tornou colônia britânica, a troca de informações e conhecimentos foram inevitáveis. Acima, uma ilustração publicada num dos vários artigos ingleses que mostravam as técnicas da medicina da vida.)

Hoje, a Ayurveda é a segunda razão que leva turistas à Índia (a primeira é a busca religiosa). Na Europa e nos Estados Unidos, há um mercado forte de remédios, temperos e cosméticos dessa linha terapêutica. 

Por aqui, a despeito de termos 80% das plantas usadas na Índia, a Ayurveda ainda é coisa spa de luxo e clínica de beleza. E é pena que um método preventivo e barato fique restrito à elite e à estética, quando até a Organização Mundial de Saúde o recomenda aos países pobres.

(O rejuvenescimento percebido pela Medicina Ayurvédica é obtido pela união de várias disciplinas: A meditação, que cuida do estado energético mental; A alimentação, que qualifica o tipo de energia que cada corpo precisa; e a prescrição de técnicas de tratamento que podem ser massagens até energizações e exercícios que equilibram o corpo, resultando na saúde do indivíduo.)

O rejuvenescimento é só o efeito mais vistoso de um sistema completo, que trata corpo, mente e espírito. De início, a teoria diz o óbvio: somos parte da natureza, devemos nos alinhar a ela para viver mais e melhor.

Saúde pede integração. E conhecimento.

A cartilha Ayurvédica classifica de "ignorância" a aceitação do mundo físico como única realidade. Nosso corpo (e toda a Criação) seria a manifestação restrita e transitória de uma consciência maior. A matéria é tida apenas como uma espécie de ilusão.

(Maya é a Deusa que impôs um véu de ilusão em tudo que cerca a vida dos encarnados. Seu objetivo é ludibriar os corações fracos e fortalecer os merecedores de uma nova chance de vida: A evolução é o grande prêmio para aqueles que atravessarem o véu de Maya.)

Essa concepção vem dos Vedas, os velhos textos hindus que nos mandam levantar o véu de "maya" (ilusão), ou seja, ver a essência por trás da aparência.

Por aqui essa história pode soar religiosa demais, mas - graças à Deus - o médico indiano Deepak Chopra já adaptou a coisa toda à mentalidade ocidental. 

(O médico Deepak, indiano de nascença, trouxe consigo os conceitos de saúde e equilíbrio, para os ocidentais. Seu grande sucesso na década de 90 se deveu ao fato dele entender a ansiedade ocidental por respostas imediatas e as vantagens da simplicidade indiana por tempo, espaço e equilíbrio.)

Usando conceitos da física de ponta, ele mostrou que a ayurveda não faz mágica quando altera a matéria alterando a energia, já que esta vem antes daquela. 

"O corpo físico é um rio de átomos, a mente é um rio de pensamentos e o que os mantém unidos é um rio de inteligência", escreveu ele no livro O Caminho da Cura (Editora Rocco).

Entrando no Fluxo

Chopra gosta de dar o exemplo dos ossos, que, apesar da aparente solidez, se renovam a cada três meses, célula por célula. É mais que um exemplo, é um alento para quem quer transformação.

Parece tarefa hercúlea mudar o corpo, o estado de espírito, a vida?

A ayurveda diz assim: 

Olha como tudo muda o tempo todo no universo, aproveite, entre no fluxo, seja o universo - e mude você também!

É essa "genial simplicidade" que torna a tradição tão atual! A física quântica já mostra que matéria e energia são uma coisa só. 

É a ciência atravessando o véu de Maya!

A consciência que move o mundo na visão ayuvédica, se manifesta por meio de Espaço, Ar, Fogo, Água e Terra.


(Os elementos da natureza são as principais ferramentas para construir uma nova mente e corpo na filosofia da Medicina Ayurvédica. Aquele que dominar esse poder será jovem e saudável.)

A "matéria-prima" é sempre essa, mas reunida de formas diferentes, o que resulta na diversidade que vemos. 

Comparar essa ideia é meio como assumir a responsabilidade pelo cosmo, porque se você e eu e tudo o mais somos os cinco elementos, estamos conectados para o bem e para o mal, sujeitos às mesmas forças.

Cada ação individual pode gerar saúde ou desequilíbrio, para o indivíduo e a humanidade inteira. Um pensamento negativo aqui causa um ato violento lá...


Continua...



Aranel Ithil Dior