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Tudo o que Sobe, Desce! - Parte 1

(Minha turma da 8ª série - Escola Adelaide Teixeira - Vila Guilhermina - SP)

Foi durante uma aula do colegial que a ficha caiu...

O professor de Física (prof. Zezinho, saudades...!) estava explicando as leis de Newton e, quando chegou à terceira lei, provocou em mim uma reflexão que me acompanha até hoje - e que cada vez menos tem a ver com a Física. 


A terceira lei de Newton, tambem conhecida como Lei da Ação e Reação, diz: "Se um corpo A aplica uma força sobre um corpo B, esse corpo aplicará simultaneamente uma força de igual intensidade e direção, mas no sentido contrário, sobre o corpo A".

Ora, se a ciência afirma e prova que, do ponto de vista físico, nenhuma ação fica sem uma reação, uma resposta, o mesmo pode acontecer em outras situações, especialmente aquelas provocadas deliberadamente pelo ser humano. 


Você já deve ter escutado frases do tipo: "tudo o que sobe, desce", "o que vai, vem", "aqui se faz, aqui se paga", "assim como plantares, assim colherás". São alguns exemplos da sabedoria popular que expressam essa lei da ação e reação, porém, direcionados à vida cotidiana das pessoas. 

Mas o ser humano ainda tem uma imensa dificuldade de perceber sua conexão com o mundo, de estabelecer uma relação entre as causas e os efeitos. Chega até a achar que não existe uma relação tão íntima entre ambos. Acredite: a dita lei pode ser percebida influenciando as relações humanas, a política, a ecologia, as religiões, enfim, é uma lei que ajuda a explicar a vida. 

Diálogo Contínuo

A maneira como percebemos o mundo deriva dessa relação de causa e efeito. O psicanalista austríaco e pesquisador da psicologia infantil Renné Spitz, falecido em 1979, descobriu que o fator fundamental para a pessoa construir uma imagem de si mesma e de sua interação com o mundo, é o conjunto de relações que ela estabelece, especialmente, na dupla mãe-bebê.


É isso que acontece quando os bebês aprendem a avaliar a relação entre o que fazem, e os episódios que se seguem, protagonizados por sua mãe. Quando ele chora, ela acode. Se ele ri, ela o enche de beijinhos. 

Spitz denomina essa relação de diálogo e diz: "O diálogo é o ciclo da sequência ação-reação dentro das relações mãe-bebê. E é esse ciclo que permite ao bebê transformar, pouco a pouco, os estímulos sem signficados em sinais significativos".

Então, para o bebê, o mundo e ele mesmo começam a fazer sentido. Os pais são os agentes que provocam, com seus atos, a resposta dos filhos. Mas o inverso também é verdade: os filhos causam reações nos pais.


E o resto da vida será uma repetição desse diálogo. Portanto, quanto maior for a percepção de que o diálogo é responsável por nossa relação com o mundo, maior o nível de maturidade. 

Ação Individual é Social

Assim como acontece com o indivíduo desde a tenra idade, a sociedade também amadurece. O sociólogo alemão Max Weber diz que a ação social em si já é uma reação a uma ação prévia, e que a ordem social não é uma realidade exterior ao indivíduo, mas deriva dele e com ele se relaciona


Cada ação humana, por pequena que seja, provoca uma reação que atinge o autor da ação, mas atinge também os outros. 

Uma ação individual nunca estará livre de ser uma ação social. Tudo o que você joga para cima cai. E não apenas na sua cabeça...


Continua...


               

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Aranel Ithil Dior