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Os Orixás - Os deuses africanos - Parte 3

OMULU 

A história de Omulu é, de longe, a mais triste do candomblé. Adolescente, foi expulso de casa pela mãe Nanã, senhora mais antiga do candomblé, por se envolver com prostitutas e contrair as mais variadas doenças venéreas.

Quando Iemanjá o acolheu, oferecendo-lhe cuidado e proteção, era tarde demais. As feridas da alma de Omulu já estavam abertas e nunca mais iriam fechar.

Essa fase de sua vida iria marcá-lo para sempre, fazendo dele um deus amargo, solitário, pessimista, com tendências auto-destrutivas, Omulu costuma provocar doenças, que depois ajuda a curar graças à intervenção de Nanã.

É o pai dos que sofrem com problemas crônicos na pele, é o senhor das epidemias. Seus filhos, sem exceção, são hipocondríacos, melancólicos e negativistas. Incapazes de identificar os aspectos positivos das próprias desgraças para aprender com elas, as pessoas consagradas a Omulu vivem se queixando.

Isso claro, não os ajuda a sair das situações difíceis em que se envolvem, nas quais não faltam decepções, frustrações, desencontros amorosos. “Pesados”, carrancudos, sem nenhum charme ou elegância, afastam os poucos que tentam se aproximar.

Omulu usa uma vestimenta de palha-da-costa (capim claro e maleável), que vai até a cintura e lhe cobre o rosto. Inspira respeito, medo e é considerado um deus solitário.

Elemento: Terra

Dia: segunda-feira

Cor: vermelho 


OSSAIM 

“Kosi ewe, kosi orixá”, esse ditado popular do candomblé, que significa: “sem folhas não há orixás”, expressa bem a medida da importância das plantas, portadoras do axé, o poder e o princípio vital. Sem elas não haveria a vida. É por isso que Ossaim (ou Ossanha), deus das plantas, é tão venerado. Ossaim rege as plantas medicinais e tudo o que cresce livremente.

As folhas tem o dom de curar, matar, alucinar e acalmar. Produzem a fertilidade, mas também acabam com ela. Vem do reino vegetal as oferendas e os instrumentos dos orixás. E tudo isso depende do reino governado por Ossaim, que como seus filhos, é vegetariano.

Introvertidos e imprevisíveis, pais e filhos são no geral calados, discretos e cheios de mistérios. Muitos se tornam médicos ou cientistas, sob a benção do orixá. São pacientes, tolerantes e amam os animais. Principalmente os pássaros. Adoram brilhar e que tudo gire em torno de si, sua palavra-chave é a admiração.

Acima de tudo, porém, Ossaim e seus filhos prezam a liberdade, marca aliás, de todos os deuses das florestas. As pessoas consagradas a Ossaim são gentis e delicadas e possuem quase sempre uma saúde frágil. Na velhice, podem ficar mancos ou aleijados. Ossaim, por sinal, se faz acompanhar sempre por Aroni, anão de um braço, uma perna e um olho, que lembra o saci-pererê ou o Caipora.

Elemento: Terra

Dia: segunda-feira

Cor: verde

Signo: Leão 


OXALÁ 

Orixá maior na mitologia africana, seu nome significa Providência.

Contam as lendas que Oxalá, primeiro filho de Olorum, foi confiado a tarefa de criar o mundo. O deus supremo lhe deu um punhado de terra dentro de um camaleão e uma galinha de cinco patas para que ele executasse sem problemas a missão.

Mas Oxalá, sempre altivo e obstinado, recusou-se a fazer oferendas a Exu, o “mensageiro” do Candomblé, que jurou vingança e o deixou com uma sede terrível. Para saciá-la, Oxalá bebeu da seiva de uma palmeira e embriagado por ela, acabou se esquecendo da missão sagrada, então executada por Odudua, seu irmão mais novo e grande rival.

Quando a bebedeira passou, Oxalá, inconformado pela trapaça, foi contar a Olorum o que acontecera. Então o grande pai, para consolá-lo, encarregou-o de criar o homem e tudo o que povoa o mundo. Foi o que ele fez, modelou os corpos em argila e insuflou neles o Ar da vida.

No entanto, às vezes ele voltava a se embriagar com a seiva, mesmo durante o trabalho. Com isso, acabava esculpindo figuras deformadas ou as retirava do forno antes do tempo. Por esse motivo, todas as pessoas com defeitos físicos contam com a sua proteção.

Elemento: Ar

Dia: sexta-feira

Cor: branco

Signo: Capricórnio


OXALUFÃ

É a representação de Oxalá mais velho. Sempre calmo, é respeitado por todos os filhos e como todo bom pai experiente, é também um tanto teimoso.

continua...

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Aranel Ithil Dior