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Os Orixás - Os deuses africanos - Parte 2

IEMANJÁ

Quem já passou a noite de Ano Novo na praia certamente se encantou com a multidão vestida de branco que invade as areias, levando oferendas e acendendo velas para Iemanjá.

Rainha dos mares, mãe de todos os Orixás, ela recebe as homenagens dos que desejam um ano de fartura e tranquilidade. Senhora das ondas e das oferendas, rainha das marés, abre os caminhos pela atração, pois dizem que não há nada que exerça mais atração do que o mar.

À deusa das águas recorrem as mulheres que não conseguem engravidar, porque é Iemanjá quem controla a fertilidade, simbolizada em seu corpo robusto, forte, em seus seios volumosos e na aparência sensual, qualidades, aliás, de todas as suas “filhas”, que se revelam excelentes como donas de casa, educadoras e mães.

Generosas, prestativas, eficientes, as pessoas que tem Iemanjá como protetora são, em contrapartida, possessivas e ciumentas. Embora se mostrem tranquilas a maioria do tempo, podem se tornar verdadeiras feras quando perdem a paciência. Mais que isso, não perdoam ofensas com facilidade. Intrometem-se tanto na vida dos familiares que chegam a sufocar. Mas a intenção é sempre das melhores.

A origem mítica de Iemanjá é atribuída aos povos pertencentes ao tronco espiritual iorubá. Na Nigéria, a noroeste da capital nacional, Lagos, está “Ilé-Ifé”, a antiguíssima cidade sagrada do mundo iorubá e lugar de nascimento, segundo a lenda transmitida oralmente desde remotas épocas, de todos os orixás.

Identificada com a água do mar, Iemanjá ocupa um lugar especial por ser considerada a matriz geradora de quase todos os orixás, sendo portanto símbolo da maternidade e procriação. Segundo a religião iorubá, Iemanjá deu à luz a maior parte dos orixás que encarnaram forças da natureza e estão associados a múltiplas atividades desempenhadas pelo ser humano.

Iemanjá chegou à América durante o período da escravidão. Cruzou o Atlântico com os africanos iorubás, os quais mantiveram aqui (Brasil, Uruguai, Equador, etc.) suas crenças, mesmo sendo vítimas de um grande processo de cristianização compulsiva.

Os africanos escravizados procedentes de outras vertentes culturais professavam religiões muito similares a iorubá, que só se diferenciavam em alguns pontos, já que todas coincidiam nos mesmos núcleos ideológicos e na identificação de seus deuses.

A convivência em cativeiro promoveu o assentamento de uma religião unificada, baseada na visão comum a todos os africanos e centrada fundamentalmente nos orixás do grupo iorubá, o qual exerceu maior influência cultural sobre o conjunto.

Os contingentes africanos que trouxeram sua cultura e religiosidade à América, começaram a predominar, mesmo diante dos brancos católicos dominantes e também dos indígenas, suas própias tradições religiosas.


Elemento: Água

Dia: sábado

Cores: azul, branco e verde

Signo: Peixes


LOGUM-EDÉ 

Este orixá flerta com homens e mulheres. Conta a lenda que o filho de Oxum Okê e Oxóssi, sempre buscando o equilíbrio, tomou uma poção mágica para viver seis meses na forma de mulher, com sua mãe e seis meses como homem, com o seu pai. A lenda nos mostra que a dificuldade de Logum é a escolha. Sua palavra-chave é a opção.

Elemento: Água

Signo: Libra


NANÃ

Nanã, senhora de muitos búzios, que simbolizam fecundidade, riqueza e morte, é a entidade mais antiga da candomblé. É associada ao barro com que foi moldado o primeiro homem, ao fundo de rios e mares, às águas paradas e aos pântanos.

É o ponto de contato entre as águas e a terra. Suas filhas tem um temperamento introvertido. Ativas e severas, gostam de ordem e limpeza. São discretas, cumpridoras de suas promessas e adoram crianças.

Elemento: Água

Dia: sábado

Cores: azul-escuro e branco. 


OBÁ

Presidido por Diana, a caçadora, deusa virgem da batalha e da luta, sua palavra de ordem é auto-suficiente.

Signo: Virgem. 


OBALUAIÊ

Está vinculado à morte e às doenças, mas tem também o poder da cura. Apresenta-se sempre com o rosto coberto de palha-da-costa.

Signo: Escorpião


OGUM

Quando você deparar com uma pessoa cheia de vontades, briguenta, que não se importa nem um pouco em apelar para a violência, pode ter certeza de que estará diante de um filho de Ogum.

Guerreiro, comandante de exércitos que aniquilaram nações inteiras, ele é o macho viril que não admite relacionamentos homossexuais, ao contrário dos outros orixás.

Corajoso e forte, Ogum é um deus sanguinário, intolerante e é um viril lutador. Aquilo que se costuma chamar de um homem bruto.

Seu passado de militar o capacita a enfrentar os momentos mais difíceis. Quem já o invocou nessas horas sabe que ele nunca falta. “Baixa” de modo rápido e violento, o corpo se movimenta ao som e ao ritmo da dança guerreira, brandindo a espada no ar. Ele age como se estivesse em meio à mais terrível das batalhas.

Detentor dos segredos do ferro, Ogum é o orixá dos processos técnicos e da civilização. Foi com o ferro que se fez o arado, por exemplo, permitindo que nações inteiras cultivassem a Terra e matassem a fome.

Ogum é também considerado irmão gêmeo de Exu. De fato, há muita semelhança entre ambos, principalmente na coragem e na agitação.

Contam que foi Ogum quem se rebelou contra a dominação das mulheres, encabeçada por Iansã, e delas roubou o poder sobre os mortos. Chegou até mesmo a maltratar Oxum.

Associado a São Jorge, protetor dos que trabalham com ferramentas, ele não descansa enquanto não obtém o que deseja e da maneira como quer. Sua palavra-chave é a ação.

Elemento: Terra

Dia: terça

Cores: vermelho, verde e azul

Signo: Áries.


OLORUM

Olorum não é propriamente um orixá. Não tem filhos na Terra e por isso não se manifesta, isto é, não “baixa” em ninguém. Não participa do cerimonial do candomblé, não exige oferendas nem comidas caprichadas ou vestimentas especiais. Na verdade Olorum, que alguns chamam de Olodumaré, está acima dessas e de outras necessidades.

Senhor de todas as coisas, ele é o princípio criador. Sem sua permissão, Odudua, orixá que se apresenta ora como homem ora como mulher, não teria gerado o mundo, nem Oxalá poderia dar vida aos orixás e aos homens.

Ele não é homem nem mulher, não tem características humanas, nem se envolve nos problemas do dia a dia. Sua única ligação com os homens acontece por intermédio dos orixás e do arco-íris, que ele criou especialmente para esse fim, em apenas quatro dias. Depois, retirou-se para o merecido descanso.

Elemento: Ar


continua...

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Aranel Ithil Dior