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Lenha para o Corpo


Indispensável na culinária brasileira, as raízes são fonte de energia e disposição e têm propriedades medicinais.

Sabe aqueles dias em que parece que falta um apoio, algo em que se sustentar? Pode ser falta de raízes!

Melhor botar logo no prato uma boa porção de mandioca, um purê de mandioquinha ou uma batata assada. Raíz dá sustento, não só para as plantas, mas para quem as come.


É ali, escondido do olhar, que muitas espécies vegetais armazenam os nutrientes que produzem, o que faz da raiz da planta uma boa fonte de energia.

Mas talvez, mesmo por estarem sob a terra e parecerem umas com as outras, há muita confusão sobre as variedades de raiz. Até mesmo quem comercializa o produto acaba tropeçando. 



No CEASA, Centro Estadual de Abastecimento, distribuidor de produtos in natura da cidade de Vitória da Conquista, os vendedores ficam perdidos quando questionados: "Isto é cará?", pergunta um. "Não, não. É inhame", responde outro. "É macaxeira, mandioca, aipim, é tudo a mesma coisa?", pergunta um terceiro que ouviu a conversa. 

Resolvi buscar a resposta em outra freguesia!


Raíz é a parte inferior da planta, que a fixa ao solo e permite que dele retire sua nutrição. Também podem ser chamadas de "tubérculos", embora esse termo seja mais comumente aplicado à parte grossa e mais rica em reservas nutritivas. 

O fato de ser a base e a fonte de vida das plantas faz com que seu uso seja indicado, dentro de vária vertentes da medicina alternativa, nos casos de desânimo e perda de energia.


As raízes, como alimento, estão relacionadas ao fortalecimento das estruturas físicas, das partes estruturais do corpo humano. Numa visão holística, os animais não possuem raízes para terem a liberdade de ir e vir. Comendo este tipo de alimento, nos ligamos novamente à terra. 


De fato, as raízes sustentam. Não é possível ter uma dieta saudável sem comer raízes. Simplesmente porque têm bastante amido, que é fonte de energia.

O amido é o açúcar alimentar mais adequado ao metabolismo do ser humano para a realização de esforços físicos e intelectuais, com sua digestão lenta e sua absorção contínua e demorada. Além disso, os tubérculos também são fontes de minerais e vitaminas B e C. 

Atletas e desportistas encontram nas raízes fonte para a energia de explosão, aquela utilizada para fazer grande esforço físico em pouco tempo. 

Alimento Nacional 

O uso das raízes é ancestral na cultura brasileira. A mandioca era (e em muitos lugares continua sendo) a base da alimentação dos povos indígenas. Os portugueses as adotaram não só porque gostaram delas, mas porque precisavam de um alimento tão versátil, que podia ser comido cru, cozido, frito ou transformado em farinhas e purê. 

As raízes são importantes para a história do Brasil. Tome, por exemplo, a mandioca, que já era utilizada pelos índios. Sem ela, os bandeirantes não teriam conseguido se embrenhar pelo Brasil. 


Aliás, desde os primeiros tempos da colonização os portugueses aprovaram o bolo de macaxeira, invenção indígena. O padre Anchieta dizia que a tapioca (pasta feita de mandioca) era um ótimo sustento, apesar de considerar seu gosto "insípido". 


Isso porque ele não conhecia as atuais combinações com doce de leite, coco ralado ou frango desfiado...

O cozido, prato de origem medieval, foi enriquecido com aipim, cará e maxixe quando os lusitanos passaram a prestar atenção nas raízes encontrada no Brasil. E por aí vai, do tucupi do Amazonas à batata frita da lanchonete. 


Mas pouca gente sabe que elas têm propriedades medicinas e funcionais. Fizemos um tira teima entre o vendendor de ervas e raízes Ricardo da Silva, em nossa cidade, representante típico das receitas caseira, e a médica homeopata Muriccia Marciano. 


Ele diz que a beterraba é excelente contra anemia e também serve para prisão de ventre. Ela confirma. 

Ele diz que a mandioca tem efeito positivo sobre a diarréia. Ela diz que a batata, o inhame e o cará também servem.

A batata e a mandioca ainda podem ser aplicadas quentes sobre abscessos para ajudar dissolvê-los, dizem os dois especialistas. 


Sobre o gengibre, ele diz que é estimulante. Ela indica para inflamações e ainda indica o gengibre para furúnculos, espinhas e outras infecções da pele.

Cuidados

Mas, como tudo na vida, alguns cuidados são necessários. Portadores de diabetes, por exemplo, devem restringir seu consumo, devido à grande quantidade de carboidratos, cujo excesso eles devem evitar. 

A principal preocupação na manipulação de raízes está em sua limpeza. Como vêm da terra, os tubérculos devem ser bem lavados e descascados, tomando cuidado para não cortar demais e desperdiçar o alimento.

Se não forem utilizados imediatamente, as raízes podem ser guardadas em um recipiente com água, para que não oxidem nem percam suas características. 

Além dos cuidados de higiene na manipulação, algumas raízes exigem atenção especial para não causar intoxicação. É o caso da mandioca, que tem duas espécies principais: a mansa, própria para consumo, e a brava, rica em cianureto, veneno que pode provocar até a morte. 


Na verdade, o cianureto está presente nas duas espécies de mandioca, mas é sua concentração que as divide em mansas e bravas. 

A aparentemente inofensiva batata também deve ser descascada e seus brotos retirados, porque podem conter solanina, substância tóxica que pode causar diarréia, cãibras, fadiga e até queda de cabelo. 


Nasceu inhame em sua horta? Cuidado. Algumas espécies são tóxicas. 

As raízes são alimentos fáceis e saborosos de preparar, como dá para perceber pelas receitas de purê abaixo. De preferência, coma-as no período da manhã para ter disposição e força por todo o dia. 

Em tempo: aipim, macaxeira e mandioca, são sim, a mesma raíz...!


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Referências Bibliográficas 

Brasil, 500 anos de Sabor, de Eda Romio, ed. ER Comunicações, 2004.
Livro dos Alimentos, de Paulo Eiró Gonsalves, ed. MG Editores, 2004.

Receita

Purê de Raízes

Ingredientes

1/2 quilo de raíz (mandioca, mandioquinha, cará, inhame, batata, batata-doce, cenoura ou beterraba)

1 Colher de sopa de manteiga

Sal a gosto

Como fazer

Descasque a raíz e cozinhe-a até ficar macia. Amasse-a com um garfo (ou bata no liquidificador) até formar um purê. Leve ao fogo para retirar o excesso de água e ganhar consistência. Tempere com sal e manteiga. 

Dicas

A manteiga pode ser substituída por duas colheres de sopa de creme de leite. Se o purê ficou ralo, acrescente 1/3 de purê de batata. Outros temperos criam sabores diferentes: em vez de sal, experimente usar noz-moscada, alho amassado ou cebolinha. Um fio de azeite também cai bem. 

O que é o Ego?


O ego é uma instância da personalidade definida pela psicologia como o nosso eu mais perceptível. 

Essa conceituação, no entanto, foi revista e ampliada pelo médico austríaco Sigmund Freud, autor da teoria psicanalítica. 

Para ele, o ego é uma instância psíquica relacionada ao princípio de realidade. O psiquismo humano seria composto ainda por duas outras instâncias: o id, que se orientaria pelo princípio do prazer, e o superego, que exerceria a função de juiz ou censor do ego

Em outras palavras, o ego, que é a parte mais perceptível de cada um de nós, age condicionado por nossos desejos, conscientes ou inconscientes, e ao mesmo tempo é moldado por nossa autocensura e pelos nossos juízos de valor, representados pelo superego.

Quando as crianças nascem, elas são regidas pelo id. O ego se forma frente às demandas da realidade e é o coordenador da personalidade como um todo. Ele é o mediador entre o mundo interno e o externo. 

As pessoas com ego mais frágil são, geralmente, mais impulsivas, uma vez que cedem aos impulsos do id. Quem tem o ego mais rígido, por sua vez, está mais submetido às leis do superego e costuma ser lógico e controlador. 

O ideal é que o ego seja mais flexível e, assim, a pessoa possa deixar as emoções fluírem sem sucumbir. 


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Aranel Ithil Dior