Siga-me no Twitter RSS FEED

O Nascimento do Teto de Deus - Parte 2


Ou seja, a verdadeira história dos afrescos da Capela Sistina joga por terra a visão romântica em torno da obra do gênio renascentista: ele aceitou um trabalho que não queria; não teve a liberdade artística para pintar o que quisesse, tendo que driblar interferências políticas a todo momento; e, por fim, enfrentou diversos contratempos práticos na execução da obra, que durou exaustivos quatro anos. 

Mesmo assim, qual foi o resultado?

Sob os pincéis de Michelangelo, o que poderia ter sido um fiasco de porporções monumentais se transformou em um dos maiores feitos artísticos da humanidade, uma obra-prima para se admirar rezando. 

Início Catastrófico

A cena escolhida por Michelangelo para iniciar seu trabalho no teto da Capela Sistina, em meados de 1508, foi justamente a catástrofe que quase destruiu a Terra - o Dilúvio. Mas não tardou para que a escolha do tema revelasse uma irônica coincidência com o modo como transcorreu o começo da obra.

Foram tropeços atrás de tropeços. A própria composição, cheia de figuras humanas e detalhista ao extremo - é possível ver bancos, trouxas de roupas e até talheres - foi a primeira pedra do caminho.

Ainda durante a primeira etapa do trabalho, novo contratempo: brigas com alguns dos assistentes, que abandonaram a tarefa. Em seguida, devido a problemas até hoje não elucidados pelos hitoriadores, Michelangelo precisou refazer metade do afresco.

Para piorar, no início de 1509 o clima chuvoso do inverno de Roma trouxe mais dor de cabeça a Michelangelo. Usando componentes inadequados na preparação do afresco, ele viu a superfície do teto ser tomada por fungos e sais cristalizados, que escureceram as imagens. 

Desmotivado, o artista chegou a pedir ao papa para abandonar a empreitada - pedido prontamente negado. 

Como se não bastassem os reveses de ordem prática, Michelangelo enfrentou ainda a concorrência com outros famosos pintores renascentista. Na mesma época em que refazia a obra malfadada, a poucos metros dali Rafael pintava - com sucesso - afrescos nos aposentos particulares do papa Júlio II.
(click na imagem para vê-la ampliada)

Ou seja, o desastre natural que ele tentava produzir provou-se uma tarefa também desastrosa, que ele levou dois meses para terminar. 

Dedo do Mestre

Dois anos após o início do trabalho, Michelangelo teve outro aborrecimento. O acordo firmado com Júlio II previa que, finalizada a primeira metade do teto, ela deveria ter a aprovação do Santo Padre para que o trabalho prosseguisse.

Porém, no final de 1509, quando Michelangelo terminou a primeira porção, o papa estava envolvido em guerras para expulsar os franceses da Itália. Além disso, o pagamento do artista estava atrasado. Resultado: a primeira metade do teto foi revelada apenas em agosto de 1511.

 (click na imagem para vê-la ampliada)

Assim, A Criação de Adão - com a famosa imagem da união dos dedos de Criador e criatura - demorou catorze meses para sair do papel e finalmente revelar um Deus jamais visto - de carne, osso e feições humanas.

Profetisas Pagãs

Ícone do mundo católico, a Capela Sistina abriga figuras vindas diretamente da cultura pagã: as sibilas, profetisas da mitologia greco-romana.


Na Idade Média, as sibilas representavam no mundo pagão o que os profetas representavam no mundo cristão. Em muitos círculos ainda não havia a contradição entre mundo pagão e mundo cristão. 

Assim, construiu-se uma lenda de que as sibilas também anunciavam a vinda de Cristo. Uma dessas mulheres misteriosas é a que podemos ver na imagem abaixo: Délfica, famosa por ter dito a Édipo que ele mataria o pai e se casaria com a mãe.


Também aparece com destaque no teto a sibila Cumana, que recebe uma maldição do deus Apolo e, apesar de ser imortal, não pára nunca de envelhecer. 

Pecadores Expulsos

Outra coincidência cercou a obra: enquanto Michelangelo pintava a expulsão de Adão e Eva do Paraíso, o papa buscava banir da Itália outros "pecadores", os estrangeiros a quem chamava de "bárbaros".


Alheio às intrigas políticas, a representação do artista florentino para o pecado original foi peculiar: ao contrário do que narra a Bíblia, o afresco de Michelangelo retrata uma Eva com menor carga de culpa. 

Na cena, ela recebe o fruto proibido da serpente, mas divide o pecado com Adão, que também tenta alcançar a árvore. 

Uma coisa interessante nesta cena é que a árvore do Bem e do Mal é uma figueira, não uma macieira. Naquela época, o figo era uma alusão ao sexo feminino, por causa do formato da fruta. 

Auto-Retrato

Após quatro anos de tabalho intenso, Michelangelo estava exausto e transferiu parte de sua irritação e melancolia para alguns dos afrescos. 

Uma dessas imagens de desassossego é a do profeta Jeremias, tida como um auto-retrato do artista. A pose do profeta, afundado em um trono e segurando o queixo com uma das mãos, é tão forte que influenciou a criação da escultura O Pensador, do francês Auguste Rodin.

(Jeremias Capela Sistina - Michelangelo)

(O Pensador - Rodin)

Jeremias tem feições que poderiam lembrar Michelangelo, mas seria um Michelangelo muito velho, porque o artista tinha só 37 anos naquela época. 

Apesar de todos os contratempos relatados, Michelangelo entra ainda para o rol dos Mestres Artistíticos das teorias das conspirações. Ao lado de Da Vinci, Michelangelo é tido também como um artista que deixou mensagens subliminares em seus afrescos. 

Sabemos que elas tiveram um apelo de protesto, mas mesmo que isso irrite historiadores e marcháns, a verdade ainda será difícil de ser exposta, afinal, foram tantas situações estranhas nas quais Michelangelo se envolveu. No final de suas obras, e com amizades com membros de sociedades secretas, ele queimou todos os seus escritos e alguns projetos e rascunhos e, por isso, jamais saberemos quais realmente foram as suas intenções seja com a tinta ou com o mármore...!


Fim.:.



Referências Bibligráficas

Livro 

Michelangelo e o Teto do Papa, de Ross King, ed. Record, 2004.
A Arte Secreta de Michelangelo: Uma Lição de Anatomia na Capela Sistina, de Gilbson Barreto e Marcelo G. Oliveira, ed. Arx, 2004.

Site

Dê um passeio virtual por toda a Capela Sistina acessando este link: Sistine Chapel

Vídeo

Documentário sobre a vida e obra de Michelangelo pelo National Geografic Channel.


                   

O que é Prana?


De acordo com a antiga tradição espiritual indiana, prana é a energia vital do Universo, a força cósmica que mantém todos os organimos vivos e saudáveis.

Diversas civilizações também acreditam nessa energia vital e lhe dão diferentes nomes.

Prana é o mesmo que Chi para os chineses e Ki para os japoneses. Em grego, ela é chamada de pneuma.

Já em polinésio essa energia é conhecida como mana, e em hebraico, de ruah, que significa "respiração da vida", e essa palavra é encontrada no Gênesis quando Jeová sopra as narinas de Adão lhe ofertando vida.

O Prana está em todos os organismos vivos, mas em intensidades diferentes, de acordo com a saúde de cada um. A fonte principal de prana é a energia solar, que é absorvida pelo planeta e pelos seres vivos.

Acredita-se que o prana permeia o ar e é assimilado pelo seres vivos na respiração pelos pulmões. Existem diversas técnicas de respiração, utilizadas nas mais variadas tradições espirituais, que objetivam a maior absorção dessa energia.

No yoga, por exemplo, existe a prática de pranayama ou "controle da energia vital", em que vários exercícios respiratórios são realizados para promover mais vitalidade.

Acredita-se também que o prana absorvido pelo solo entra no nosso corpo pela sola dos pés. Por isso, afirmam os especialistas, andar de pés descalços aumenta a quantidade de absorção dessa energia vital.


.:.





Aranel Ithil Dior