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A Cura Essencial - Parte 3

(A meditação não é apenas uma forma de focar a mente em algo, mas usar a agitação da mente para encontrar esse algo!)

Na guerra às toxinas, a meditação é arma obrigatória, indicada como prática diária para higienizar a mente.

A dieta alimentar, que é adequada a cada dosha, é outra forma de controlar o acúmulo de impurezas.

(O terapeuta ayurvédico observa atentamente para seu paciente desejando encontrar, além das palavras, pistas que indiquem quem ele é. Na hora de administrar a dieta ou tipo de meditação o reconhecimento dos doshas dominantes são imprescindíveis.)

Acontece que um filme de ação pode ser mais tóxico que uma feijoada - isso depende da sensibilidade de cada um. 

Podemos não perceber como a saúde é afetada por uma cena de TV ou uma palavra atravessada, mas o saber hindu dá extrema importância ao que entra pelos buracos da nossa cabeça!

(O toque físico, seja da pele ou de óleos e ervas, é muito importante na terapia hindu. Sentir o calor, a textura, a pressão faz com que o indivíduo se sinta onipresente não apenas na busca de sua saúde corporal mas na consciência de que ele está vivo e deve permanecer assim.)

Como é através dos sentidos que se conversa com o universo, as práticas da Ayurveda querem refiná-los, para que sempre extraiam do meio um máximo de energia e um mínimo de toxinas. 

É natural que a massagem tenha tanta ênfase: a pele além de ser nossa proteção, é o maior órgão dos sentidos. 

Massagem na Alma

Você pode ler a teoria, mas outra coisa é deitar, fechar os olhos e se entregar, por exemplo, ao conforto que vem de um fio de óleo morno, descendo contínua e lentamente sobre a testa. 

Esse toque curativo, sem mãos, chama-se "shirodhara" e é só isso mesmo: sobre a cabeça do felizardo, a tigela presa a um suporte verte um preparado de ervas medicinais. 

(Shirodhara)

Na sessão, a percepção vai sendo atraída, suavemente, para o ponto entre as sobrancelhas, que está sendo acariciado pelo calor e a viscosidade do líquido. O relaxamento é tanto que há um vislumbre de expansão de consciência, talvez porque o estímulo esteja localizado na região conhecida como "terceiro olho" - o chakra ligado à nossa espiritualidade. 

Naqueles 60 minutos nada mais existe, só o prazer de estar ali. Não há turbulência mental que resista ao poder de shirodhara. A técnica harmoniza os hemisférios cerebrais, combate estresse, depressão e insônia. 


(Abhianga)

Todo mundo merece, também, passar pela "Abhyanga" (que significa "mãos amorosas"), a massagem Ayurvédica mais difundida. A pessoa é banhada em muito óleo morninho e tem os dois lados do coro friccionados ao mesmo tempo, por quatro mãos sincronizadas.

A técnica, usada para acelera a liberação de toxinas e fortalecer o sistema imunológico, tem uma versão de automassagem, para ser feita todo dia, e uma dedicada aos bebês.

E é mesmo como um bebê que a pessoa é recebida e cuidada, na versão da abhyanga a quatro mãos. É fácil regredir ao útero em meio a tanta proteção, num leito quente e inundado de óelo. 

 (Os marmas)

As manobras ritmadas dos terapeutas, um à esquerda, outro à direita da maca, dão mais coerência ao corpo. é como e tudo se encaixasse quando os seus dois lados ganham toques simultâneos. É como se você deixasse de ser cabeça, tronco e membros para se sentir um todo...

Outra delícia é a massagem que ativa os "marmas", os centros de energia vital onde os tecidos do corpo se encontram. Os marmas, também vistos como elos entre matéria e consciência, correspondem aos pontos trabalhados na medicina chinesa.

(O instituto tem credenciais para dar suas especialização em Medicina Ayurvédica, além de ser o mais antigo do Brasil na disseminação da cultura hindu.)

Como há por ai um uso não lá muito ético do nome da Ayurveda, antes de deitar e relaxar é melhor perguntar como, onde, com quem e em quanto tempo o massagista se formou. 

(Formandos da especialização em Medicina Ayurvédica de 2007.)

Não custa saber que o Estado de Keralla, no sul da Índia, é o berço e a cena dessa ciência; que a Califórnia é o grande centro de estudos e difusão; que os médicos norte-americanos David Frawley e Vasant Lad são os únicos ocidentais considerados no métier e, principalmente, que ninguém vira terapeuta Ayurvédico após um workshop de fim de semana. 




Continua...  


Zen Retoque



Um traço, um ponto, uma linha. 

Em movimentos ágeis a mão desliza sobre o papel, que absorve a tinta. As pinceladas são únicas, sem retoques. É assim, em poucos minutos que nasce uma pintura sumi-ê, uma técnica chinesa que chegou ao Japão no século 14 e de lá se espalhou pelo mundo. 

Sua principal característica é mesmo a rapidez. O artista sabe que o trabalho deve ser único, espontâneo, sem hesitação, pois qualquer tentativa de corrigir o desenho vai resultar num borrão



Se não ficou bom, lixo. Por essa razão, a pintura sumi-ê está muito ligada à meditação, é preciso estar "inteiro", totalmente concentrado na atividade, para deixar o braço deslizar sobre a folha e refletir os sentimentos do autor naquele exato momento. 


Como se pode ver pelas imagens que ilustram a matéria, não há perspectiva nem claro-escuro. É muito mais um croqui, um esboço, uma espécie de caricatura. Em vez de formas perfeitas, são figuras subjetivas que nos obrigam a buscar na memória os "pedaços" que faltam para completá-las. 


Na China, os desenhos têm muita cor e ocupam quase todo o papel. No Japão, é muito mais simples, porque assim é considerado mais nobre.

É também por uma questão de etmologia. Sumi, em japonês, quer dizer tinta preta. Ê é desenho, pintura. Até o início do século passado, o sumi-ê era só preto no branco mesmo. Mais recentemente, as tintas coloridas (gansai), sempre em tons suaves, passaram a ser aceitas pelos mestres nipônicos - agora, aliás, elas estão na moda, mas só para pontuar detalhes ou compor um pedaço do fundo. 


O que realmente importa é valorizar os espaços vazios. você não pode invadir o branco porque essa é uma pintura que honra o silêncio e a ausência de cor. São os espaços não pintados que dão vida á cena. 

Rita Böhn, que viveu em São Paulo durante 25 anos, entre as décadas de 70 e 90, e praticante do zen-budismo (ensinamento filosófico e religioso que tem por objetivo alcançar o vazio total e deixar aparecer o verdadeiro espírito), ela foi aluna do mestre japonês Massao Okinaka, o primeiro a trazer essa técnica de pintura para o Brasil, em 1932.


E encontrou grandes semelhanças entre as duas práticas. Os praticantes do zen procuram libertar a mente dos fatos coitidianos por meio de exercícios de meditação - a mesma busca pelo desprendimento, pelo vazio, que orienta os desenhos. No papel, esses princípios estéticos e filosóficos se traduzem em assimetria, singeleza, naturalidade, profundidade, desapego, quietude e serenidade interior.
(Mestre Massao Okinaka)

Mas como alcançar tantas coisas boas? Como (quase) tudo na vida, esse caminho requer dedicação e treino. 


Primeiro, é essencial aprender a dominar os materiais. O pincel deve ser jáponês e feito com pêlos de animais (o mesmo usado pela caligrafia). A tinta é feita à base de carvão e cola e precisa ser diluída em água. 

No Japão, muitos preferem ao papel de arroz. Aqui, o melhor é o papel-filtro, encontrado em laboratórios químicos, justamente para absorver instantaneamente a água e não deixá-la se espalhar, como na pintura de aquarela. 


Depois, vem a técnica. No começo, a base é copiar, como em diversos processos orientais. O mestre faz e o aluno reproduz. A ideia é fazer o mesmo traço tantas vezes até ele passar a ser seu. 

O "alfabeto" do sumi-ê (linha fina, chia, curta, longa, só um pontinho) está todo contido em quatro figuras básicas: orquídea selvagem, bambu, ameixeira e crisântemo.


As figuras representam as quatro estações e expressam, por suas características, valores como humildade, integridade, firmeza e lealdade, entre outros. 

Depois de executá-las à exustão, você está apto a desenhar qualquer outra coisa. 

Percebe-se que é preciso ter muita concentração e disciplina. Sem nunca ter estudado, não dá para acordar e dizer: hoje vou fazer uns sumi-ês. Assim como a maioria das práticas orientais, esta também exige não só dedicação, mas integração, porque existe um objetivo maior: no caso, expressar a espiritualidade humana. 


Só depois de muito treino é que vem o toque, a alma. Na hora de criar um sumi-ê, deve-se estar só, em silêncio ou com música bem tranquila. O que motiva o pintor é o prazer do resultado tão belo. 

O maior benefício do sumi-ê é nos trazer para o agora. Ele tira as ansiedades e preocupações. Só fica o traço. E uma dúvida: você usa a tinta ou ela usa seu corpo para se expressar?


Quer saber mais? Acesse:

www.sumi-e-berlin.de

www.aikidoharmonia.com.br - (11) 3813-4101

www.nihonsite.com - (11) 5042-4461  

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Aranel Ithil Dior