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Para que serve o Ideograma?


Os ideogramas, símbolos que você conhece da escrita japonesa, servem para representar idéias através de sinais gráficos, funcionando como uma forma de comunicação.

Os ideogramas são um tipo de escrita não romanizada. Em diversas línguas ocidentais, como português, inglês, francês ou espanhol, a linguagem escrita é significada por palavras formadas por uma sucessão de letras que exprimem um som.

Alguns povos, no entanto, recorrem aos símbolos abstratos para representar a linguagem escrita. É o caso dos antigos egípcios e dos chineses e japoneses da atualidade. 


No caso dos egípcios, os ideogramas receberam o nome de hieróglifos, uma misteriosa escrita que levou séculos para ser totalmente compreendida pelos linguístas. 


Embora tenham alguma semelhança entre si, os ideogramas usados no Japão e na China não são os mesmos. Na China, eles surgiram por volta de 3000 a.C., e foi a partir deles que nasceu a forma de escrita japonesa. 

Cada ideograma referia-se a uma palavra falada e, muitas vezes, era uma representação simplificada do que essa palavra designava. 

O ideograma da Lua, por exemplo, correspondia a uma metade de círculo.

Com o passar do tempo, os ideogramas foram sendo estilizados e hoje praticamente não existem mais aqueles cujo desenho se assemelha à coisa que representa. 


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O Nascimento do Teto de Deus - Parte 2


Ou seja, a verdadeira história dos afrescos da Capela Sistina joga por terra a visão romântica em torno da obra do gênio renascentista: ele aceitou um trabalho que não queria; não teve a liberdade artística para pintar o que quisesse, tendo que driblar interferências políticas a todo momento; e, por fim, enfrentou diversos contratempos práticos na execução da obra, que durou exaustivos quatro anos. 

Mesmo assim, qual foi o resultado?

Sob os pincéis de Michelangelo, o que poderia ter sido um fiasco de porporções monumentais se transformou em um dos maiores feitos artísticos da humanidade, uma obra-prima para se admirar rezando. 

Início Catastrófico

A cena escolhida por Michelangelo para iniciar seu trabalho no teto da Capela Sistina, em meados de 1508, foi justamente a catástrofe que quase destruiu a Terra - o Dilúvio. Mas não tardou para que a escolha do tema revelasse uma irônica coincidência com o modo como transcorreu o começo da obra.

Foram tropeços atrás de tropeços. A própria composição, cheia de figuras humanas e detalhista ao extremo - é possível ver bancos, trouxas de roupas e até talheres - foi a primeira pedra do caminho.

Ainda durante a primeira etapa do trabalho, novo contratempo: brigas com alguns dos assistentes, que abandonaram a tarefa. Em seguida, devido a problemas até hoje não elucidados pelos hitoriadores, Michelangelo precisou refazer metade do afresco.

Para piorar, no início de 1509 o clima chuvoso do inverno de Roma trouxe mais dor de cabeça a Michelangelo. Usando componentes inadequados na preparação do afresco, ele viu a superfície do teto ser tomada por fungos e sais cristalizados, que escureceram as imagens. 

Desmotivado, o artista chegou a pedir ao papa para abandonar a empreitada - pedido prontamente negado. 

Como se não bastassem os reveses de ordem prática, Michelangelo enfrentou ainda a concorrência com outros famosos pintores renascentista. Na mesma época em que refazia a obra malfadada, a poucos metros dali Rafael pintava - com sucesso - afrescos nos aposentos particulares do papa Júlio II.
(click na imagem para vê-la ampliada)

Ou seja, o desastre natural que ele tentava produzir provou-se uma tarefa também desastrosa, que ele levou dois meses para terminar. 

Dedo do Mestre

Dois anos após o início do trabalho, Michelangelo teve outro aborrecimento. O acordo firmado com Júlio II previa que, finalizada a primeira metade do teto, ela deveria ter a aprovação do Santo Padre para que o trabalho prosseguisse.

Porém, no final de 1509, quando Michelangelo terminou a primeira porção, o papa estava envolvido em guerras para expulsar os franceses da Itália. Além disso, o pagamento do artista estava atrasado. Resultado: a primeira metade do teto foi revelada apenas em agosto de 1511.

 (click na imagem para vê-la ampliada)

Assim, A Criação de Adão - com a famosa imagem da união dos dedos de Criador e criatura - demorou catorze meses para sair do papel e finalmente revelar um Deus jamais visto - de carne, osso e feições humanas.

Profetisas Pagãs

Ícone do mundo católico, a Capela Sistina abriga figuras vindas diretamente da cultura pagã: as sibilas, profetisas da mitologia greco-romana.


Na Idade Média, as sibilas representavam no mundo pagão o que os profetas representavam no mundo cristão. Em muitos círculos ainda não havia a contradição entre mundo pagão e mundo cristão. 

Assim, construiu-se uma lenda de que as sibilas também anunciavam a vinda de Cristo. Uma dessas mulheres misteriosas é a que podemos ver na imagem abaixo: Délfica, famosa por ter dito a Édipo que ele mataria o pai e se casaria com a mãe.


Também aparece com destaque no teto a sibila Cumana, que recebe uma maldição do deus Apolo e, apesar de ser imortal, não pára nunca de envelhecer. 

Pecadores Expulsos

Outra coincidência cercou a obra: enquanto Michelangelo pintava a expulsão de Adão e Eva do Paraíso, o papa buscava banir da Itália outros "pecadores", os estrangeiros a quem chamava de "bárbaros".


Alheio às intrigas políticas, a representação do artista florentino para o pecado original foi peculiar: ao contrário do que narra a Bíblia, o afresco de Michelangelo retrata uma Eva com menor carga de culpa. 

Na cena, ela recebe o fruto proibido da serpente, mas divide o pecado com Adão, que também tenta alcançar a árvore. 

Uma coisa interessante nesta cena é que a árvore do Bem e do Mal é uma figueira, não uma macieira. Naquela época, o figo era uma alusão ao sexo feminino, por causa do formato da fruta. 

Auto-Retrato

Após quatro anos de tabalho intenso, Michelangelo estava exausto e transferiu parte de sua irritação e melancolia para alguns dos afrescos. 

Uma dessas imagens de desassossego é a do profeta Jeremias, tida como um auto-retrato do artista. A pose do profeta, afundado em um trono e segurando o queixo com uma das mãos, é tão forte que influenciou a criação da escultura O Pensador, do francês Auguste Rodin.

(Jeremias Capela Sistina - Michelangelo)

(O Pensador - Rodin)

Jeremias tem feições que poderiam lembrar Michelangelo, mas seria um Michelangelo muito velho, porque o artista tinha só 37 anos naquela época. 

Apesar de todos os contratempos relatados, Michelangelo entra ainda para o rol dos Mestres Artistíticos das teorias das conspirações. Ao lado de Da Vinci, Michelangelo é tido também como um artista que deixou mensagens subliminares em seus afrescos. 

Sabemos que elas tiveram um apelo de protesto, mas mesmo que isso irrite historiadores e marcháns, a verdade ainda será difícil de ser exposta, afinal, foram tantas situações estranhas nas quais Michelangelo se envolveu. No final de suas obras, e com amizades com membros de sociedades secretas, ele queimou todos os seus escritos e alguns projetos e rascunhos e, por isso, jamais saberemos quais realmente foram as suas intenções seja com a tinta ou com o mármore...!


Fim.:.



Referências Bibligráficas

Livro 

Michelangelo e o Teto do Papa, de Ross King, ed. Record, 2004.
A Arte Secreta de Michelangelo: Uma Lição de Anatomia na Capela Sistina, de Gilbson Barreto e Marcelo G. Oliveira, ed. Arx, 2004.

Site

Dê um passeio virtual por toda a Capela Sistina acessando este link: Sistine Chapel

Vídeo

Documentário sobre a vida e obra de Michelangelo pelo National Geografic Channel.


                   

Aranel Ithil Dior