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Você tem Fome de Quê?! - Parte 2

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(Hummm...! Uma saladinha fresquinha é maravilhosa...!)

O comedor agrícola, ao contrário, reafirma sua conexão com a terra pela refeição.

Ele vislumbra as vidas envolvidas na cadeia alimentar - da semeadura à colheita, da embalagem à distribuição - e seu prazer surge também da sua relação responsável e harmônica com o ciclo orgânico. 

Para ele, o mundo é uma comunidade viva.

Ele conhece a procedência dos produtos que ingere e cada ingrediente é percebido num contexto social e biológico.

Importa bastante saber quem plantou ou colheu, qual é a oferta da estação, como é a lavoura.

...bem, é só inverter as características do comedor industrial (!).



Galinhas Turbinadas põem mais Ovos

Partindo das ideias de Wendell Berry, podemos gostar de frango, por exemplo. Mas faz toda a diferença optarmos por um espécime caipira, que andou livre e ciscou no terreiro, em vez de um criado em confinamento, turbinado por hormônios, vítima de incontáveis sofrimentos, um bicho que, depois, é envolto em plástico e congelado.

Ou seja, a questão primeira é aproximar-se da terra e de seus ciclos naturais.

(Apesar do descontrole e da ganância industrial, existem muitos profissionais interessados no cuidado dos animais que ingerimos. Se a indústria é impiedosa, muitos veterinários e zoólogos estudam meios de amenizar o máximo possível o estresse desses animais.)

Indo além das percepções de Berry, surge fácil a questão sobre comer ou não comer carne. Tudo bem, ser vegetariano ou não é uma questão pessoal - mas apenas até certo ponto. 

Porque não há como se alienar da maneira como todo tipo de carne é produzida hoje!

Boa parte dos disparates da distribuição de comida no mundo podem ser entendidos quando observamos as indústrias bovinas, avícolas e suínas. 

A produção de cada quilo de carne de gado consome 7 quilos de grãos, usados na alimentação do animal - grãos que poderiam alimentar muito mais pessoas e não apenas aquelas que podem pagar pela carne - 38% da colheita mundial de grãos é destinada aos rebanhos. 

(O Sorgo é uma planta de origem africana que sempre foi usada para alimentar o gado, exatamente, para que haja menos impacto na quantidade de pasto para os animais. Agora, pesquisas têm sido feitas e o sorgo já é usado em conjunto com a farinha de trigo para preparos de pães e bolos, e também para produção de etanol. É a tentativa inteligente de responder positivamente à agressão à natureza.) 

Um hectare usado para criação de animais produz um décimo da energia ou proteína que o mesmo hectare forneceria se nele fosse plantado soja ou trigo.

E cada vez mais água é usada na criação de animais e não em plantações para o consumo humano.

As práticas para aumentar a produtividade de rebanhos por meio do estímulo ao crescimento e da maior rotatividade nos locais de criação começaram nos anos 60. 

Veio o uso em larga escala de hormônios e de grandes doses de antibióticos como prevenção contra as doenças que se alastram rapidamente quando um grande rebanho é absurdamente confinado. 

Tempo e espaço custam dinheiro.

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(É o que a propaganda diz... Temos que acreditar, pois é lei desde 2004, que animais de abate não podem fazer uso de hormônios de crescimento. Mas é um fato: os animais para abate engordam e crescem mais rapidamente do que há 30 anos. O argumento dado pelos criadores e órgãos federais é que isso se deve pela melhoria genética dos animais. Mas os mesmos órgãos afirmam que deformidades nas gerações dos animais e morte súbita são registradas em muitos lotes. Acompanhem a matéria por este link: Uso de hormônio no Frango.)

O resultado: o gado que antes levava três anos para crescer e engordar, agora está pronto para o abate em 18 meses. 

Da mesma forma, galetos que antes levavam 12 semanas para atingir o peso de mercado, hoje estão no ponto em seis semanas. 

A vaca em cativeiro, que antes produzia 4.000 litros de leite por ano, hoje dá 10.000 litros, dez vezes acima do que sua natureza permitiria se criada em liberdade. 

O ritmo das galinhas poedeiras foi alterado para que elas produzam, cada qual, 300 ovos por ano, quando o normal seria algumas dezenas. 

A qualidade desses produtos, tanto no paladar quanto em nutrientes, está cada vez pior...




Continua...






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Aranel Ithil Dior