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O que é Eutonia?

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(Eutonia utiliza movimentos simples corrigindo-os e utilizando o menor uso da energia física possível para executá-los.)

É uma terapia que trabalha o corpo e a mente, fornecendo ao homem conhecimento e autonomia para realizar os movimentos cotidianos - sentar-se  levantar-se, repousar, empregar força - mas com o tônus muscular equilibrado, sem gerar tensões desnecessárias e economizando energia.

(Por meio de atividades simples o profissional fisioterapeuta eutonista pode identificar onde ocorre o erro no movimento e corrigi-los. A consciência do movimento é algo que surpreende...)

Por exemplo, para beber áua não é preciso contrair os ombros: os ossos, desenham o movimento limoe utilizam apnas os músculos necessários. 

De acordo com os princípios da eutonia, todos nascemos com o tônus correto, que nos sustenta e mantém vivos. 

(Quando estávamos fazendo nossa especialização em Medicina Ayuvérdica conhecemos, rapidamente, esta técnica interessante que pode ser muito útil para reabilitação de idosos e deficientes físicos.)

No entanto, o acúmulo de tensões e o desconhecimento da sua origem e localização no corpo, sobrecarregam algumas regiões, podendo gerar dor, má postura e problemas respiratórios. 

A técnica oi criada em 1940 pela bailarina e musicista alemã Gerda Alexander.

Vítima de endocardite (inflamação da membrana do coração), ela passou a estudar movimentos que não alteravam muito os ritmos cardíaco e respiratório, pesquisando a relação entre economia de esforço e qualidade de movimento. 

 (Os ossos do corpo e alguns dos mais de 300 nomes que os designam.)

O alicerce do método está no profundo conhecimento anatômico e funcional do sistema ósseo, considerado eixo do corpo, e da exploração sensorial da pele, verdadeira antena dos mundos interno e externo do organismo.


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O Espírito das Árvores - Parte 3

(Existem poucas florestas de sequóias no mundo atualmente. Apenas 3% do território mundial são habitadas por elas e apenas nos Estados Unidos. São sobreviventes pré-históricas das grandes plantas que viveram na Terra nos tempos jurássicos. Hoje em dia existe apenas uma espécie das 5 catalogadas até o momento.)

"Ao escrever estas palavras, com 25 anos de idade, completo mais de dois anos morando no topo de uma sequóia gigante de 1.000 anos e 60 metros de altura."

(Julia Hill, militando para salvar Luna.)

Essa frase é de Julia "Butterfly" Hill, na abertura do livro O legado de Luna, relato de sua experiência para salvar uma árvore - que, como vemos, tem nome: Luna - e um trecho dos 3% das florestas nativas de sequóias (as maiores árvores do planeta) que restam na costa oeste dos Estados Unidos. 

Julia é uma moderna veneradora de árvores e também uma das mais radicais.

(Julia, hoje, mais madura e vitoriosa, palestra no mundo todo sua experiência e continua sua milícia para salvar não apenas as sequóias, mas todas as florestas.)

Sua saga começou no dia em que viu as milenares sequóias pela primeira vez:a a majestade das árvores, algumas ali antes da chegada de Colombo na América, causaram nela uma profunda impressão.

(Veja a majestade do tronco da sequóia... Impressiona, realmente!)

Mas, diante de uma sequóia, isso acontece com todo mundo!

O que faz de Julia alguém especial é que, entre 1997 e 1999, ela viveu lá em cima, em uma plataforma coberta, do tamanho de uma cama de casal, sem tocar o chão. 



(Julia cuidando de Luna após ter sido quase seccionada.)

Resistiu sob fortes chuvas, ventanias, frio e o assédio de madeireiros, que a perturbavam dia e noite com helicópteros, sirenes, luzes e motosserras, tentando fazê-la desistir da empreitada. 

(As travas que escoram Luna até o dia de hoje.)

Seu exemplo de persistência e paixão ganhou as páginas e as telas dos noticiários do mundo inteiro. Por fim, houve um acordo com a empresa proprietária do terreno para que fosse poupado um trecho de 60 metros quadrados ao redor daquela grande árvore.

Um ano após a descida de Julia, Luna sofreu um atentado com uma motosserra. 

(Foto de Luna em 2011. A velha senhora continua forte e ainda hoje agrônomos e técnicos ambientais visitam-na todos os meses para observarem seu progresso. Luna ajudou aos profissionais ambientais a criarem técnicas de cuidado e sobrevivência em árvores onde não havia sequer suposições...)

Coisa profissional: o tronco foi cortado na base, em 60% da base da sua área. Um grupo de especialistas veio em socorro e, mesmo sem restituir a força natural da velha senhora, conseguiu escorá-la para que continuasse viva. 

"Embora símbolos possam ser atacados", comentou Julia após o incidente, "o que eles representam nunca será destruído. Quando Luna tombar, irá fertilizar o solo da floresta e dar vez e nova vida."

(O jequitibá é a sequóia brasileira. Sua espécie é a maior árvore de nossa flora. A maior de sua espécie é o jequitibá de Santa Rita do Passo Quatro, interior de São Paulo.) 

Dá para dizer que Julia age de maneira amiga, completa, perene - como uma árvore. 

No Brasil, há bastante gente apaixonada por árvores!

(Harri Lorenzi com Regina Casé em seu Jardim Botânico.)

Como o agrônomo Harri Lorenzi, que passou 10 anos pesquisando para catalogar 1.500 de nossas espécies, guiado pelo anseio de preservar e compartilhar o conhecimento. 

Seu livro, em três volumes, Árvores do Brasil lançado em 1992, já vendeu pelo menos 200.000 cópias.

 (Os livros de Harri são referência no mundo todo.)

Seu maior feito é a sistemática e precisa catalogação, que lista nomes populares e científicos de cada árvore, os usos da madeira, o local de ocorrência, a descrição morfológica. 

E tudo com fotos!

O detalhe e o apuro da obra estimularam o surgimento de uma legião de dendrólatras, pessoas que, a partir de um maior conhecimento das árvores brasileiras, passaram a se dedicar a elas conscientemente. 

(Harry Lorenzi)

Hoje, Harri Lorenzi está à frente do Instituto Plantarum, um centro de pesquisa em Odessa, interior de São Paulo, e de um jardim botânico que conta com cerca de 10.000 espécies.

 (Jardim Botânico Plantarum, 80 mil metros quadrados dentro da área urbana de Odessa, interior de São Paulo.)

"Temos muita árvores, algumas raras, outras quase extintas. A gente procura trazer todas para cá e cultivá-las, para então disseminar seu plantio", ele compartilha em seu livro. 


Continua...



O que é Shantala?

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(A shantala é uma massagem que relaxa qualquer pessoa, mas é usada principalmente no bebê. Os adultos também podem se beneficiar das técnicas da shantala.)

É uma antiga técnica de massagem aplicada em bebês, originária do sul da Índia. 

A shantala tem fundamentos do yoga e da Medicina Ayurvédica, pois se baseia na estimulação dos canais de energia vitais presentes no corpo. 

(As inversões tão comuns na yoga podem também ser usadas na shantala, mas com as devidas restrições e acompanhamento especializado.)

Originalmente, a mãe deve ficar sentada com as pernas estendidas, onde coloca o bebê deitado. 

A massagem, feita com a mãos, é composta de cerca de 20 movimentos, com sequências definidas, que devem ser realizadas diariamente. 

(Além de acalmar e criar um vínculo emocional entre os pais, a shantala pode também trazer analgesia às cólicas do bebê.)

Acredita-se que a técnica proporcione relaxamento, elimine tensões, alivie cólicas e faça com que o bebê tenha um soo tranquilo e profundo. 

Além disso, a shantala aumenta o contato dos pais com o filho, o que traz segurança e faz com que ele se sinta mais amado. 

(A técnica registra 20 posições, mas há mais variações se o terapeuta introduzir algumas posturas de yoga. Mas antes, um bom óleo hipoalergênico é recomendado para este momento.)

Recomenda-se iniciar a prática a partir do primeiro mês de vida do bebê e aplicá-la regularmente até os três anos de idade.

Na Índia, os ensinamentos da massagem são passados oralmente de mãe para filha e apenas as mulheres podem aplicá-la.

(Frédérick Leboyer, o introdutor da técnica para o Ocidente.)

Mas aqui, no Brasil e Ocidente, pais e familiares também participam, pois o contato favorece a aproximação deles com o bebê.

(A jovem mãe que inspirou Frédérick. Na Índia a shantala é feita em qualquer momento e em qualquer lugar.)

O nome shantala é uma homenagem do obstetra francês Frédérick Leboyer, um dos criadores do parto natural, que trouxe a massagem para o Ocidente, quando observava uma jovem mãe indiana praticando a massagem em seu filho.

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O Espírito das Árvores - Parte 2

(A árvore foi o centro de muitas sociedades para explicar coisas misteriosas e insondáveis da espiritualidade e cultura.)

A árvore tem a forma primitiva do próprio homem. As raízes são como nossa alma: existem mas você não vê. Estão ligadas ao âmago, ao passdo, aos nossos ancestrais. É por isso que se diz, minhas raízes.

Já o tronco é a parte palpável da árvore, equivale ao corpo, o tempo presente, o concreto. 

E a copa é o nosso anseio de atingir o divino, aquilo que se alça para cima, o futuro - é a parte mais espiritual. 

Eu acredito que a árvore é o "pilar" do jardim, por isso sempre investigo a personalidade do proprietário antes de iniciar algum tipo de sessão, para que haja empatia com a textura e a maleabilidade do tronco, a cor e o aroma das flores, o formato da copa e a época da floração.

(Eu com certeza sou uma dendrólatra. Plantei três árvores num espaço minúsculo, coitadas... Mas na Europa tem voltado uma tendência muito usada na França de 1780, que é pintar árvores e paisagens nas paredes da sala ou living. Acima esses adesivos podem ser encontrados em lojas de decoração e são fáceis de aplicar.)

Dendrólatra é o nome que se dá ao venerador de árvores - não soa bem, mas é o que há...

Fora do Brasil, como no extremo Oriente, Europa e Estados Unidos, há vasta literatura dedicada a essas pessoas. 

(As Duas Árvores, Telperion e Laurelin, são as árvores criadas na mitologia do escritor britânico J.R.R. Tolkien para explicar o poder que nutria e sustentava a vida primordial pelo universo criado por Iluvatar, que é Deus.)

O livro Sacred Trees, por exemplo ("Árvores Sagradas", sem tradução por aqui), do americano Nathaniel Altman, traz pesquisa extensa sobre a ligação do Homem com as árvores através da história. 

(A Árvore da Vida, a árvore cabalística onde é sustentada as dimensões e esferas dos Mestres que atuam neste universo.)

O autor, que têm várias obras a respeito de espiritualidade na natureza, primeiro lembra tudo o que a árvore faz em nível terreno.

Ela transforma gás carbônico em oxigênio, e fornece alimento, abrigo, cura e proteção, além de dar o tronco lenhoso. 

(Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. A tentação em conhecer além do que se deve...)


(O verdadeiro significado cabalístico da Árvore do Conhecimento.)

Nenhuma outra espécie vegetal figura em tantos nomes de cidades (ou país, como é o nosso caso), bandeiras nacionais, sobrenomes de gente e lendas...

Por isso, talvez, algumas são tão sagradas!

(A árvore do Pau-Brasil, a árvore que deu nome ao nosso País.)

Despertam o reconhecimento, o respeito e a gratidão pelo papel que desempenham em nossa sobrevivência e evolução. E essa compreensão integra-se à vida cotidiana. 

(A tamareira vence corajosamente o sol escaldante do deserto do Saara... Eu tenho uma em minha casa.)

Esse livro traz muitas boas histórias... Uma delas é a da tamareira, uma palmeira encontrada perto de oásis nos desertos do Oriente Médio que, desde os tempos bíblicos dá alimento, sombra, lenha, papel e cobertura. 

(A família Oliveira é natural de Portugal. Descendentes de Judeus fugitivos das guerras mouras, se abrigaram no Brasil há mais de 430 anos. Proliferamos em muitos e muitos Oliveiras...)


(A Família Morales natural do Sul da França, partiu para Itália (ali nos denominamos Muschi), depois, partimos para Espanha e refugiamo-nos no Brasil, onde conseguimos um local seguro para vivermos nossa fé singular. Ambas as famílias os Moraes Oliveira escolheram o símbolo da árvore para representarem sua força e eternidade.)

Ela foi usada na construção do Templo do Rei Salomão e está associada, como marco, à entrada de Jesus em Jerusalém. 

Na tradição mística da Cabala, a tamareira é chamada "Árvore da Vida", a Oliveira a "Árvore do Espírito" e a figueira, a "Árvore da Verdade".

(A árvore cósmica que precedeu todas as coisas na teologia suméria.)

Mas há outras "espécies" únicas, como a árvore genealógica, a árvore cósmica e a árvore do conhecimento - é fácil observar como as árvores são úteis quando se precisa demonstrar o uno, o todo, a complementaridade das partes ou o fenômeno dos fractais...!

Continua...



Como se explica a Adivinhação?

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(Os oráculos são recursos que o homem sempre utilizou para entender, prever e organizar seu presente em detrimento do futuro.)

A primeira explicação científica foi apresentada por Carl Gustav Jung (1875-1961), que reconheceu o fenômeno das "coincidências significativas" e definiu as bases da teoria da sincronicidade, que especula sobre as relações entre todos os eventos que ocorrem a cada momento.

De acordo com a sabedoria oriental, o adivinho ou profeta pode acessar esse "mundo das correlações" através de oráculos, e assim, interpretar os fatos e prever o futuro.

(A quantidade de oráculos existentes no mundo nos evidenciam a necessidade do homem em manter o controle em sua vida. Sua eficácia pode ser discutida, mas sua permanência até nossos dias dão a dica de que a experiência cotidiana é desconcertantemente real...)

Os oráculos podem ser o I Ching, a borra de café, as cartas do Tarot, ossos e víceras de animais, posição dos astros, etc, que não funcionam com imagens, como sugerem as fantasiosas bolas de cristal. O que conta mesmo é que o adivinho tenha a intuição desenvolvida. O talento para adivinhar está ligado essencialmente a esse dom.

As qualidades intuitivas do adivinho são mais importantes que o tipo de oráculo usado por ele. Ele pode nascer com esse dom ou conquistá-lo com muito treinamento.

(A intuição é a principal porta de entrada das informações do clarividente. Denominamos esta intuição de Sensitividade Astral.)

São consideradas habilidades intuitivas os fenômenos de telepatia (transmissão de pensamentos e sensações à distância), clarividência (dom da vidência), precognição (previsão do futuro) e psicocinésia (influência da mente sobre a matéria) - todos bastante estudados pela parapsicologia.

Os antigos profetas bíblicos, eram também chamados de videntes ou adivinhos, aliás, essa é a tradução literal das palavras hebraicas roeh e/ou hozeh que os denominavam.


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O Espírito das Árvores - Parte 1

(Bosque de Carvalhos em Cambridge, Inglaterra)

Houve um tempo em que saber o nome das árvores era tão normal quanto saber o nome de ruas ou das verduras no prato.

A árvore era parte da vida, das crenças, das construções, da medicina, assim como referência espacial, que marcava os limites e indicava o caminho.

(As naves góticas tinham sua referência visual nas florestas, quando as copas das árvores se encontram. O sentido era para dar proteção e aconchego, mas imponência também. A floresta sempre foi um ambiente muito presente no inconsciente dos europeus.)

Imponentes, resistentes, sólidas, elas sempre despertaram reverência, e muito pela nobreza do porte. Dizem que as amplas naves das catedrais góticas europeias foram modelos para lembrar a sombra das copas de um bosque.

Interessante: o sentimento de amparo na terra e a conexão com o céu. 

Não há dúvida de que o crescimento imperturbável e contínuo das árvores em direção ao alto envolva a imagem da sabedoria.

(Barbárvore foi uma personagem criada por J.R.R. Tolkien que revisitou o tema nas mitologias escandinavas e bretãs. A sabedoria do Carvalho, os espíritos errantes das florestas que os escandinavos chamavam de fadas ou elfos, tudo nestes mitos se resumiu nessa intrigante personagem que Tolkien não teve tempo para definir ou concluir em sua mitologia.)

Na literatura e no cinema, um pouco desse imaginário aparece no personagem Treebeard (Barbárvore) - parte árvore, parte gente, do segundo episódio de O Senhor dos Anéis: figura lenta, solene, penetrante, constante, cuidadosa (visite nosso site sobre este tema, aqui.)

E isso pode não ser apenas uma fantasia: o clássico A Vida Secreta das Plantas, livro de Peter Tompkins e Christopher Bird, mostra que plantas têm sensações, descrevendo as experiências do especialista em detecção de mentiras Cleve Backester, nos anos 60 (click aqui, para saber mais).

(Cleve Backester, e seu famoso teste para a Revista Life da década de 60.)

No teste mais famoso, duas plantas iguais foram colocadas lado a lado, ambas com as folhas conectadas a um polígrafo. 

Então, um homem destruiu uma delas. A partir daí, a planta sobrevivente - a testemunha - emitia sinais claros de excitação na tela do equipamento toda vez o "destruidor de plantas" entrava na sala. 

(O teste)

A natureza das árvores é admirável. É o tronco lenhoso que diferencia das outras espécies vegetais (os arbustos, embora também tenham galhos lenhosos, não tem o tronco). 

A madeira - o material mais resistente de qualquer planta - a mantém de pé e carrega a memória da passagem do tempo. 

O cerne (o miolo) é a parte mais dura e suas células mortas são repletas de resinas. 

(Estrutura interna de uma árvore)

O alburno, a camada intermediária, tem células vivas de lenho, que transportavam água. Apenas a camada externa carrega a seiva e se regenera, assim como suas flores, frutos e folhas. 

E, às vezes, a vida da árvore continua mesmo depois do tronco ter sido serrado.

Mas há uma reverência pelas árvores que vai além do entendimento científico, o que quase sempre resulta da maneira como elas transpõem as profundezas da terra enquanto, ao mesmo tempo, alcançam a imensidão do céu.

Assim, as árvores fazem parte da mitologia entre povos do mundo inteiro.

Poder de Inspiração

Entre os antigos escandinavos, encontramos o mito de Yggdrasil, o freixo que simbolizava a vida universal.

(Tapeçaria medieval onde vemos a representação dos mundos sustentados por Yggdrasil a árvore do mundo.)

Tinha três níveis de raízes: a primeira ia até o nível subterrâneo, o mundo dos mortos; a segunda ia ao mundo do meio, o mundo dos homens; e a terceira ia para o nível de deuses, como Odin e Thor.

Sob essa árvore, mantinham-se coesos os microcosmos que formavam a própria vida. 

(Gameleira branca de 350 anos da Lagoa dos Negros na Serra da Barriga em Maceió, no Quilombo dos Palmares.)


(Mãe de Santo incorporando o orixá Ossain, o limpador, usando as folhas da gameleira branca, para fechar o tempo dentro do terreiro e os guias poderem entrar com a permissão do orixá Iroko, o guardião do tempo.)

Na tradição do Candomblé, temos a gameleira  branca, que é encontrada com frequência à frente dos terreiros, como guardiã e protetora. Ela representa o orixá Iroko, o tempo.

Para os druidas bretões onde a lenda de Merlim se desenvolveu e, entre os japoneses, povos tão equidistantes, elegeram o Salgueiro, a grande senhora da sabedoria e da cura dentre as árvores. 

(O salgueiro foi eleita como a árvore da sabedoria e da cura das dores da alma, espírito e corpo. Aqui no Brasil ela tem o nome de Chorona. Sinto uma enorme conexão com o Salgueiro, ela é uma das minhas árvores preferidas... Acima, Salgueiro de 250 anos do Parque do Ibirapuera em São Paulo.)

Do salgueiro era confeccionado o bastão ou a varinha entre os magos, por meio de suas cascas os magos extraiam o analgésico mais antigo do mundo; e entre os japoneses, o salgueiro era a sábia árvore que tudo podia predizer sobre o passado, presente e futuro...

(A Dríade dos gregos, um espírito que habita todas as árvores. Quem já teve uma experiência de acessar uma dríade sabe que isso não são apenas contos de fadas...)

Há muitos exemplos de mitos pré-colombianos, africanos, orientais e europeus, nos quais a árvore é adorada como entidade espiritual.

Mulheres que se esfregavam em árvores para aumentar a fertilidade, druidas que veneravam várias espécies e nelas viam deuses, e mãe que enterrava o cordão umbilical dos filhos e a plancenta junto à raízes, para assegurar vida longa ao recém-chegado.

(As mulheres irlandesas e bretãs criaram as extensas e adoráveis superstições familiares sobre as árvores. Rituais para manter o casamento, ter filhos, e até se manterem mais jovens... São muitos os recursos espirituais desses seres...! Por isso, o ditado irlandês imortalizado entre os americanos: Para viver bem: Plante uma árvore, escreva um livro, faça um filho.) 

Sem falar nos personagens que, recostados a um tronco, alcançaram grande sabedoria.

(Odin, pendurado sobre Yggdrasil para obter a sabedoria das runas mágicas. Após isso, ele ficou cego.)

A Lei da Gravidade foi descoberta quando Sir Isaac Newton descansava sob uma macieira (bem... é o que se conta!)...


(Newton e sua lenda sobre a maçã. Será que foi verdade?)

...enquanto o Caminho do Meio nasceu sob a sombra de uma figueira, quando Buda, cansado, decidiu que não faria mais nada de sua vida, enquanto a resposta da pergunta: Por que estou aqui? não lhe sobreviesse!

(Buda e sua resoluta decisão em somente sair debaixo da Figueira após obter a resposta de sua busca. A Figueira é outra árvore famosa nos mitos, e Jesus Cristo amaldiçoou uma quando não encontrou frutos nela. No cristianismo, a figueira representa o adepto que precisa sempre dar frutos doces para alimentar seu semelhante.)



Continua...


 

Aranel Ithil Dior