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Yoga - Parte 5

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O Verdadeiro Mestre

No ocidente, onde em grande parte o yoga tornou-se um produto de consumo, a escolha de um mestre tornou-se tarefa complicada...

A melhor coisa a fazer é informar-se atentamente sobre o estilo de yoga e a linhagem do professor ou mestre no qual você possivelmente esteja interessado. 

Essas informações não estão sistematizadas. Ou seja, você terá de batalhar por esse conhecimento! 

(Dr. Prerak Shah, mestre e professor hindu, que com esforço, dedicação e vocação, tem habilitado e ensinado a senda da harmonia e equilíbrio a seus alunos. Dr. Prerak foi meu professor em 2006 a 2007 em minha especialização em Medicina Ayurvédica.)

Procure nos livros, na internet, converse com pessoas que você conhece e praticam yoga há algum tempo. É certo que você encontre seu caminho e seu mestre (esperamos que o resumo sobre os principais mestres que faremos agora possa ajudar!).

Os professores costumam dizer que os mestres mostram como seguir o caminho do yoga, mas somente o praticante, com determinação e esforço próprios, poderá através de suas experiências trilhar este caminho. 

(Shibendu Lahiri)

Lembro-me de que depois de uma semana de palestras em São Paulo, na época de minha especialização, o mestre kriya yoga, Shibendu Lahiri, em visita ao Brasil, um discípulo o procurou, querendo largar tudo e ficar mais em contato com o mestre. Shibendu lhe disse:

- Depois de tantos anos, por que você insiste em ficar na dependência de um mestre? O guru mostra um caminho e pode trazer inspirações, mas não é uma personalidade para ficar sendo adorada. O processo de aprendizado é individual.Você precisa caminhar com seus próprios pés...!

E finalizando a conversa, disse-lhe ainda:

- É a sua vida, e você deve perceber qual é a melhor forma de vivê-la...!

Grandes Mestres

O yoga que conhecemos no Ocidente chegou por meio de alguns grandes mestres, que inspiraram milhares de pessoas em todo o mundo. Há muitos deles e abaixo você encontra alguns dos mais famosos e respeitados:


Muktananda (1908-1982)

Foi escolhido pelo seu mestre para difundir o siddha yoga pelo mundo. Entre as práticas espirituais estão o canto de mantras, a meditação e os serviços de adoração ao guru. 

www.siddhayoga.org

Pattabhi Jois (1915- )

Aprendeu yoga com Krishnamachariya e ajudou a desenvolver o método chamado ashtanga vinyasa yoga, caracterizada pela interligação de posturas num fluxo contínuo de movimento e respiração.

www.ayri.org



Yogananda (1893-1952)

Vem de uma sucessão de três grandes mestres indianos, Babaji, Lahiri Mahasaya (1827-1895) e Swami Sri Yukteswar (1855-1936). Difundiu a filosofia do kriya yoga (junta às técnicas de meditação e respiração) no Ocidente. 

www.yogananda.com.br

Krishnamacharya (1888-1989)

É considerado o pai do yoga moderno. Descobriu um texto de yoga muito antigo, o Yoga Korunta, e o sistematizou em uma prática de hatha yoga intensa, que se desenvolve em séries de posturas.

www.kym.org

Kuvalayananda (1883-1966)

Desenvolveu o que se chama hoje de yogaterapia. Fundou a escolha Kaivalyadhama, em Lonavla, Índia, considerada o primeiro laboratório para a pesquisa científica do yoga.

www.kdham.com



Aurobindo (1872-1950)

Criou o yoga integral, que busca trazer a consciência divina em cada pessoa. Sua maior discípula, Mirra Alfassa, construiu a cidade de Auroville, na Índia, que cultua o conhecimento do mestre. 

www.sriaurobindosociety.org.in

Ramakrishna (1836-1886)

Seguidor do vedanta, escola filosófica que acredita que a natureza humana é divina, e propagador da filosofia do yoga. O discípulo Vivekananda (1863-1902) foi dos primeiros yogues a ir para o Ocidente.

www.vedanta.org.br

Satchidananda (1914-2002)

Disseminou técnicas de yoga na América nos anos 60. Ficou conhecido por sua performance na abertura do Festival de Woodstock em 1969. Fundou diversos ashrams (retiros espirituais) nos E.U.A. 

www.yogavision.net



Sivananda (1887-1963)

Dedicou-se aos ensinamentos de Patanjali e às práticas de hatha yoga. Seu discípulo Vshnu Devananda (1927-1993) levou os ensinamentos do yoga e do vedanta para o Ocidente. 

www.sivananda.org.br

Iyengar (1918- )

Foi pupilo de Krshnamacharya. Desenvolveu o próprio método de hatha yoga, que usa o conceito de alinhamento nas posturas com objetivo de trazer mais consciência para o corpo e a mente.

www.bksiyengar.com

Os Oito Preceitos Yogues

Yama - A Disciplina

São cinco orientações morais para o bom convívio social: não causar dor a nenhuma criatura, não mentir, não roubar, controlar os impulsos sexuais e abandonar o sentimento de posse, de cobiça.

Nyama - A Autodisciplina

São cinco condutas individuais de purificação: pureza mental e corporal, contentamento, esforço consciente para alcançar a autorrealização, estudo da metafísica do yoga e práticas devocionais.


Asana - A Postura

Postura adequada à meditação. Deve ser estável, firme e confortável.

Pranayama - O Domínio da Força Vital

É o controle da energia vital, o prana, através de exercícios de respiração.


Pratyahara - A Retração dos Sentidos

O praticante recolhe seus sentidos, perde a noção do corpo físico e do mundo para mergulhar na consciência interior.

Dharana - A Concentração

É a fixação da atenção num só objeto, concreto ou abstrato.


Dhyana - A Meditação

Situação em que o observador percebe que não é a sua mente, mas algo que a observa.

Samadhi - A Hiperconsciência

Estado alcançado com a meditação profunda, quando o praticante chega até a sua essência.


FIM .:.


Referências Bilbiográficas

Livros

A Ciência do Yoga, de I.K.Taimini, Ed. Teosófica, Brasília, 1996.

A Tradição do Yoga - História, Literatura, Filosofia e Prática, de Georg Feuerstein, ed. Pensamento-Cultrix, São Paulo, 2001.

Autobiografia de um Iogue, de Paramahansa Yogananda, ed. Lótus do Saber, Rio de Janeiro, 2002.

A Árvore do Ioga, de B.K. S. Iyengar, ed. Globo, São Paulo, 2001.

Yoga, Imortalidade e Liberdade, de Mircea Eliade, ed. Palas Athena, 1997.

Yoga, de Caco de Paula e Marcia Bindo, Coleção Saber Mais, Superinteressante, ed. Abril, 2005.

Internet

www.suryayoga.org

www.yoga.pro.br

www.palasathena.org

www.yogajournal.com

www.yrec.org

www.profhermogenes.com.br


                               

Yoga - Parte 4

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Yoga é Religião?

Sim e não... Dependendo dos conceitos usados para definir yoga e religião. Na sua forma mais antiga, o yoga era uma prática espiritual intimamente ligada aos rituais religiosos indianos. 

Hoje, o que se entende como yoga refere-se mais a um sistema de pensamento com posições filosóficas, em que as divindades religiosas funcionam como símbolos. 

(Yoga e Religião, possível, mas esse não é o foco desta prática. A maior conexão a ser feita num primeiro momento é entre Você e sua Consciência. Naturalmente, após isso, a busca do divino acontecerá...)

O yoga pode ser entendido como religião quando é definido como um processo de religação do homem com sua essência, ou ainda como um sistema de transmissão de conhecimentos e códigos de comportamento. 

Mas não é religião no significado mais comum do termo, pois sua prática não depende de nenhuma crença particular, além daquela que considera possível o aperfeiçoamento do ser humano através do autoconhecimento. 

O Preceito da Meditação

Os Yoga Sutras de Patanjali definem yoga como um estágio em que acontece a inibição das flutuações da consciência, e no qual o praticante encontra a sua própria essência. 

Mas como isso acontece?

(A ilusão de cada acontecimento que afeta nossa estrutura mental e emocional é o que mais nos afasta de percebermos o quanto a vida é simples...)

A explicação espiritual diz que a mente é como um lago com muitas ondulações (os pensamentos), e que não conseguimos enxergar o que há no fundo. 

Mas, quando o lago está sem turbulências, conseguimos ver o que há dentro dele. O caminho para se chegar a essa percepção seria praticar meditação - um dos oito preceitos do yoga (que veremos mais adiante nesta matéria).

A prática da meditação pode trazer um efeito calmante que se reflete em nossas atitudes na vida.

(À todo aquele que tiver coragem de mergulhar o mais profundo de si mesmo retornará de tal jornada forte, independente e com uma visão única da vida que poucas coisas poderão abalar.)

No cotidiano, o tempo inteiro respondemos às ações de acordo com padrões inconscientes, e de forma emocional, de como estamos no momento. O yoga mostra que nossas respostas emocionais são educáveis, modificáveis. 

Tranquilizando o corpo e nosso fluxo de pensamentos, ficamos mais calmos e transmitimos serenidade ao nosso redor. 

Estudo da Consciência

Muitos anos antes das teorias psicanalísticas surgirem, o yoga já havia feito uma profunda análise da consciência. 

Acredita-se até que os conceitos da psicanálise de Freud trazem princípios do yoga, que chegaram até ele por meio de Schopenhauer, filósofo alemão que mais se inspirou nos textos clássicos da Índia. 

Nos Yoga Sutras de Pantajali, a consciência (citta) é classificada em: mente (manas), que faz ligação entre o mundo sensorial e o mundo interior; intelecto (buddhi), sede da memória, das impressões latentes e o determinador da natureza dos fenônemos; e o ego (ahamkara), responsável pelo princípio de individuação e pelo nosso estado de ignorância. 

(O yoga pode ajudar no processo de aprendizagem e na criatividade do indivíduo pois ela oferta um treino da concentração e silêncio, próprios às atividades mentais, fazendo com que os fluxos mentais ocorram com mais precisão e foco.)

O yoga ajuda até no processo de criatividade. 

A mente é uma ferramenta que julga, analisa. A pessoa que consegue reduzir as atividades da mente tem mais criatividade, pois a criação só acontece quando estamos livres de julgamentos. 

Um artista, por exemplo, quando está fazendo algo novo,fica totalmente presente durante sua produção, completamente absorvido nesse processo, e só consegue isso quando a mente está quieta. 

A Lei do Carma

Outro fundamento importante do yoga é a lei do carma (karma), presente em alguns textos de yoga e que corresponde ao princípio da causalidade: par algo acontecer, existiu alguma coisa anterior que possibilitou sua ocorrência. 

Ou ainda: cada ação implica uma reação.

Assim, se quisermos, por exemplo,levar uma vida mais tranquila, o melhor a fazer é sermos pessoas pacíficas. Ora, raiva cria mais raiva, da mesma forma que amor desperta mais amor. A partir do momento em que percebemos isso, caem fichas importantes, como a de que a gente sofre porque quer sofrer. 

(O Carma não é algum tipo de castigo como muitos interpretam. O carma é uma nova oportunidade de revisitar uma ação iniciada no passado do indivíduo, e que deve ser refeita para que haja restauração de um caminho que foi interrompido. Ao fazer isso, ele se liberta do peso e eleva-se a um nível de novos encontros e contatos espirituais. O carma é sempre elevação, sublimação e transmutação.)

Alinhado com a lei do carma,o yoga mostra que cada pessoa é totalmente responsável por seus atos, pela forma como encara as situações da vida e pela própria felicidade. 

Costumamos responsabilizar os outros - família, sociedade, governo - por nossos problemas, e também depositamos a razão dessas alegrias em coisas passageiras e materiais. 

Com a prática do yoga, vamos aos poucos alinhando nessas percepções, transformando substancialmente nossa vida.

A Causa do Sofrimento

Segundo o yoga, a principal causa de sofrimento é a falta de percepção da realidade, a ignorância da verdadeira natureza humana. 

Há ainda outras quatro causas do sofrimento: o egocentrismo, o apego às coisas que dão prazer, a aversão sentida aos objetos que causam dor e o apego da vida. 

(No egocentrismo o indivíduo acredita possuir suas próprias respostas às questões de sua vida. Ao fechar-se em si mesmo, poucas oportunidades ou esperanças podem mudar este destino...) 

A filosofia dos Kleshas (sofrimento), que está nos Yoga Sutras de Patanjali, explica que a prática de yoga serve par eliminar essas tormentas. 

De que forma?

Com a percepção de que todas as manifestações na Terra fazem parte de uma consciência maior, e de que todas as coisas no mundo são passageiras. 

Assim, pode-se viver com menos apego aos desejos...
 

Continua...




Yoga - Parte 3

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Os benefícios das posturas corretas já foram cientificamente comprovados. 

(Na América os indivíduos começam cada vez mais cedo sua senda dentro da yoga. Quando não são os pais os introdutores da técnica, há muitas escolas que tem em seus currículos a matéria Meditação para ajudar na concentração e calma das crianças.)

Pesquisas quanto aos efeitos do yoga na saúde foram realizadas em diversas instituições norte-americanas, européias e indianas.

(Yoga Journal é uma revista especializada em Yoga, também existe sua versão brasileira) 

A Yoga Journal, revista americana especializada, publicou uma reportagem interessante em sua edição de outubro de 2011: Pesquisas sobre o efeito de posturas de yoga no corpo dos praticantes regulares, que não faziam nenhum outro exercício físico, revelaram que todos estavam com ótima saúde, além de admirável flexibilidade e força muscular. 

Esses praticantes tinham também desenvolvido excelentes capacidade pulmonar e performance cardiovascular. 


Vencendo Medo

Os professores de yoga costumam dizer que as aulas servem como um laboratório para a vida. 

Nelas, podemos aprender a desenvolver equilíbrio e concentração em várias situações do cotidiano e até descobrir como lidar com emoções recônditas ou adormecidas, como o medo.

(As posições invertidas são as melhores para trabalhar o medo, o ressentimento e as inseguranças do praticante.)

Ou seja, a prática não termina no tapetinho...!

Nas posturas invertidas, em que ficamos de cabeça para baixo, ou então nas retroflexões, quando flexinamos o corpo para trás, lidamos com o medo do desconhecido, do que nunca foi experimentado. 

Vencer essas emoções durante as aulas pode ajudar a derrubar barreiras também na vida. 


As Técnicas Respiratórias

O yoga também ensina exercícios respiratórios chamados pranayamas - ou o controle da energia vital, o prana.

Segundo as antigas escrituras, o prana circula pelo corpo através dos nadis, traduzidos com "rios de energia".

(Os nadis  não são os pontos da acupuntura. São pontos de energia, no entanto, o que os ativa é a respiração do praticante e, não uma ação mecânica, mas uma ação da consciência.)

Existem 72 mil nadis em nosso corpo, sendo que os três mais importantes são: sushumna, que passa pelo canal da espinha, dentro da coluna vertebral; ida que vai do ovário ou testículo direito até a narina esquerda; e pingala, que passa do ovário ou testículo direito até a narina direita.

Estes últimos não correm pelo corpo em linha reta, mas serpenteiam e se cruzam sete vezes, formando os chakras, os centros sutis de energia

(O único movimento original e cósmico é a respiração. Nos conceitos búdicos, iogues e mágicos, este movimento simples de inspiração e expiração, cria e recria todas as coisas. Quem dominar sua respiração pode mover as colunas do mundo...)

Por isso, os exercícios de respiração trabalham o prana com a respiração controlada pelas narinas. Os pranayamas ajudam a limpar esses canais para que o prana possa circular melhor e entrar no canal central da coluna. 

E o que isso, enfim, pode trazer de benefícios para a vida prática?

Bem, com as técnicas de pranayamas, o praticante começa a perceber que o nível respiratório está intrinsicamente relacionado com os estados mentais. 


(A respiração desperta o corpo e o energiza. Cada respiração, uma função. Saber utilizar a respiração de forma adequada a cada momento, faz do homem o dominador de seu meio. As avançadas práticas de pranayama devem ser acompanhadas por profissionais devidamente credenciados nesta arte, que cura, mas também pode provocar muitas complicações físicas e, em casos extremos e isolados, a morte.)

Respiramos de maneira diferente quando dormimos, fazemos amor, quando estamos nervosos ou calmos. Se a respiração está superficial, agitada, essas serão as características do fluxo mental. Tranquilizando a respiração, també,m nos acalmamos, ficamos mais concentrados. 

Portanto, em situações de estresse, nervosismo, agitação, preste atenção na sua respiração: ela certamente estará mais forte e superficial. Um exercício simples é começar a respirar de forma profunda, regular e lenta, o que trará calma e reduzirá o fluxo mental...


Continua...

Yoga - Parte 2

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(O Yoga procura manter a mente aberta e receptiva do praticante para os acontecimentos diário, mas de forma equilibrada e com autocontrole)

De acordo com o Yoga clássico, o caminho mais fácil para alcançar a consciência plena é partir dos aspectos visíveis e palpáveis, como o corpo, em direção aos mais sutis, como a respiração e a mente. 

Por isso, existem as práticas de asana - pronuncia-se "ássana", e são as prosturas de Yoga - que nos ajudam desenvolver mais consciência corporal. 

(As posturas do yoga são chamadas de asanas)

A ideia é que o praticante passe também a perceber a conexão que existe entre corpo mente, descobrindo que as posturas provocam um efeito nas nossas emoções e no fluxo de pensamentos.

Com o refinamento dessa percepção, o praticante é levado a entender o inverso: nossos estados mentais influenciam a saúde do corpo. Um momento de raiva pode gerar contração muscular, o nervosismo pode acarretar uma doença, o medo pode dar frio na barriga, e excitação, deixar o corpo alerta demais e assim por diante. 

Com mais consciência do corpo, ganhamos também maior consciência sobre nossos estados mentais. 

O Corpo é Ferramenta

A prática conhecida como hatha yoga, que usa o corpo como ferramenta para libertação dos condicionamentos da mente, foi que mais se popularizou no Ocidente. 

Em geral, as pessoas pensam que hatha yoga é uma ginástica, ignorando seus fundamentos. Para começar, temos uma relação com o corpo bem diferente dos orientais. 

(As aulas de hatha yoga se poupularizaram porque são posturas simples praticadas até por idosos na índia)

Costumamos perceber o corpo por fora, associando saúde à aparência física. Já a tradição oriental vê o corpo como um recipiente de força vital, no qual evidentemente circula energia.

Nas aulas da hatha yoga (assim como em todas as outras escolas de yoga) a intenção é equilibrar o fluxo de energia do organismo e voltar a percepção para o nosso interior. 

(Em Vitória da Conquista o Hatha Yoga se tornou febre nas academias seduzindo jovens e idosos)

Isso difere a distancia o yoga de outras práticas corporais, em que a atenção é estimulada a voltar-se para o objetos e acontecimentos externos.

Posturas Imitam a Vida

Cada postura do yoga foi inspirada em situações da vida, nos animais e na natureza. Na postura da montanha, por exemplo, o praticante deve-se manter em pé, com a mãos abaixadas ao longo do corpo e os pés unidos, como se realmente fosse uma montanha, estática. 

(Postura da criança)

A postura da criança, o praticante senta-se sobre o calcanhar e apoia a cabeça no chão, como se estivesse no útero da mãe. 

Já na postura do cachorro, apoiam-se as mãos no chão, afastando-as dos pés, e eleva-se o quadril, o que lembra um cachorro se espreguiçando. 

(A postura do Guerreiro, ou Virabhadra Asana, exige concentração, força no abdomem, e em cada respiração o praticante deve inspirar a coragem do ar)

Há também a postura do guerreiro, na qual parecemos estar prontos para lutar. Nesta, como em qualquer outra postura, despertamos em nós sensações e percepções diferentes, que acabam por nos conectar a aspectos de nossa vida. 

Atenção Plena

Cada postura pode despertar sensações diferentes. Algumas são calmantes, outras mais estimulantes. Cada uma delas - e são muitas e muitas - mexe com o copo de forma específica. 

Nossas experiências de vida não ficam registradas só em nossa mente, mas são impressas também em nosso corpo. Assim, alguma posturas podem trazer lembranças e sentimentos bons e ruins. 

(O Nataranjasana é uma postura que me faz sentir livre e com sentimento de independência)

Oriento a meus amigos a se conectar como observador interno, que não se identifica com as emoções e os pensamentos, mas exerce uma consciência testemunha, que não julga, não compara, mas aceita.

As posturas físicas também preparam o corpo para as práticas meditativas, que são fundamentais no yoga. Elas fortalecem o sistema nervoso, regulando o metabolismo e melhorando a respiração. 

Dessa forma, ajuda o praticante a manter sua postura de meditação por mais tempo, sem aquele desconforto. 

A prática é importante para despertar nossa consciência. Passamos a maior parte do tempo pensando no futuro ou viajando no passado. 

Se nossa atenção está voltada com totalidade para o Aqui e Agora, ganhamos mais intensidade na nossa vida. Uma aula de yoga é perfeita para desenvolver esse estado de atenção plena, pois se  não estamos realmente presentes a aula, não conseguimos nos concentrar e fazer as posturas corretamente. 


Continua...


Yoga - Parte 1


Esta filosofia propõe a conquista de uma vida plena e diz que somos a chave da Sabedoria.

As primeiras referências a esse "caminho para a descoberta interior" estão nos Vedas, textos sagrados do hinduísmo, de cerca de 5000 a.C. Mas o yoga só foi efetivamente sistematizado nos Yoga Sutras, conjunto de 196 aforismos atribuídos ao sábio Patanjali, no século 2 a.C.

(Textos sagrados hindu dos quais se encontram os Yoga Sutras, ensinamentos e práticas sobre meditação, pranayama e yoga)

Há também outros textos sobre yoga, mas os Yoga Sutras estão entre os mais estudados. 

Os Yoga Sutras compõem um dos seis darshanas - pontos de vista e visões do mundo - aceitos pelo sistema ortodoxo indiano, e propõem um caminho espiritual dividido em oito partes.

(Recitação védica feita nas escolas dominicais indianas, onde o domingo, dia do sol, é tão sagrado quanto para os cristãos)

Tomando-se o yoga como um caminho para iluminação, pode-se dizer que nele seguimos do mundo material para o mundo abstrato, ou seja, partimos dos aspectos mais densos, que se expressam no corpo e no comportamento terreno, para os aspectos mais sutis, os mesmos que podem ser alcançados por meio da meditação. 

(Uma personalidade e mente aberta, receptiva, tolerante e flexível, eis a meta final do yoga e das práticas meditativas. Isso significa na teologia hindu, transcendência.)

A meta final do yoga é alcançar a transcendência, a percepção de que nosso corpo e todas as coisas são manifestações transitórias de uma consciência maior. 

Yoga no dia a dia

O Bhagavad Gita, ou Canção do Senhor, um dos clássicos da literatura indiana, considerada a Bíblia dos yogues, diz que:

"(...) yoga é a perfeição na ação."

Isso significa que yoga não se restringe às práticas nas aulas, pois se estende às nossas atitudes e ações na vida. 

(O Yoga oferece um raro momento para o ser humano parar, respirar, numa postura, num movimento, e perceber como este movimento influencia o fluxo de sua respiração e pensamentos. Assim, ele conclui que as ações são controláveis e, principalmente, domináveis.)

A perfeição da ação acontece quanto temos consciência dos nossos atos. Diante dos estímulos diários, a maioria das pessoas é passiva, apenas reage de acordo com padrões repetidos de comportamento. Quase todos agem impulsivamente. 

O yoga mostra que temos a opção de agir com consciência. Por exemplo, diante de uma situação de tensão, você briga se quiser, não age por impulso. O yoga diz que isso acontece aprendemos a arte da concentração, da meditação, o que diminui o fluxo de pensamentos.

Qual é o Yoga Ideal?

Não há como responder objetivamente a essa pergunta.

Decerto, há linhas de yoga que exigem mais do corpo, algumas que lançam mão de práticas meditativas, outras nas quais se canta e se tocam instrumentos e assim, por diante, aspectos diferentes que poderiam, aqui ou ali, inspirar ou não nosso interesse. 

(As principais posturas do Hatha Yoga, ou a yoga funcional, utilizada por donas de casa e trabalhadores hindus em épocas remotas para fortalecimento do corpo e concentração. A dominação inglesa e a ocidentalização da Índia popularizou essa escola)

Mas a verdade é que, para encontrar o yoga ideal, o único caminho é o da experiência prática. 

Das diversas escolas de yoga que existem, seis são consideradas escolas clássicas. Elas diferem nos conceitos e nas técnicas, mas têm o mesmo objetivo, que vai de encontro ao próprio significado da palavra yoga: unir, religar - no sentido de ligar novamente o ser humano à sua essência. 

Yoga para Todos

Yoga é para todas as pessoas, independentemente de sexo, idade, credo e costumes (há quem faça restrições para crianças com menos de 12 anos).

Alguns costumam perguntar se, para praticar yoga, é preciso tornar-se vegetariano, parar de consumir álcool ou ser ativista ambiental.

Nada disso.

Com a prática contínua, acontece naturalmente das pessoas acabarem cuidando bem mais da saúde física e mental do que de costume. 


Continua...


O que é Prana?


De acordo com a antiga tradição espiritual indiana, prana é a energia vital do Universo, a força cósmica que mantém todos os organimos vivos e saudáveis.

Diversas civilizações também acreditam nessa energia vital e lhe dão diferentes nomes.

Prana é o mesmo que Chi para os chineses e Ki para os japoneses. Em grego, ela é chamada de pneuma.

Já em polinésio essa energia é conhecida como mana, e em hebraico, de ruah, que significa "respiração da vida", e essa palavra é encontrada no Gênesis quando Jeová sopra as narinas de Adão lhe ofertando vida.

O Prana está em todos os organismos vivos, mas em intensidades diferentes, de acordo com a saúde de cada um. A fonte principal de prana é a energia solar, que é absorvida pelo planeta e pelos seres vivos.

Acredita-se que o prana permeia o ar e é assimilado pelo seres vivos na respiração pelos pulmões. Existem diversas técnicas de respiração, utilizadas nas mais variadas tradições espirituais, que objetivam a maior absorção dessa energia.

No yoga, por exemplo, existe a prática de pranayama ou "controle da energia vital", em que vários exercícios respiratórios são realizados para promover mais vitalidade.

Acredita-se também que o prana absorvido pelo solo entra no nosso corpo pela sola dos pés. Por isso, afirmam os especialistas, andar de pés descalços aumenta a quantidade de absorção dessa energia vital.


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Aranel Ithil Dior