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Serenando a Mente - Parte 4

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(Aprenda com a monja Coen, em sua série Ser, de 2015.)

A meditação libera endorfinas, substâncias que provocam alegria, e reduz a produção dos inimigos da juventude como a adrenalina, cortisol e radicais livres. 

Quem medita responde melhor às dificuldades e às pressões diárias, segundo pesquisas e experiências pessoas reunidas pelo psicólogo Daniel Goleman, autor do famoso best-seller Inteligência Emocional.

No livro A Mente Meditativa, ele também mostra que o hábito aumenta a velocidade de raciocínio e as capacidades de concentração e aprendizado. 

As universidades estão cheias de estudos provando que a meditação pode reverter fobias, obesidade e vícios. E o mercado também está cheio de técnicas dirigidas para redução do estresse, aumento do "poder pessoal", etc...

(A meditação ajuda a gente a ver o que realmente importa na vida... Acima, cenas do filme Sempre ao seu Lado, de 2009.)

Por mais apetitosos que sejam esses apelos, eles nada são diante do sentido máximo da meditação: O real contexto da prática é a vida espiritual!

Com o simples ato de ser e se observar - sentado, andando, dançando, que seja - é possível transcender a consciência ordinária, achatar as mesquinharias da vida, aumentar o senso de comunhão com o todo.

Para além da moda mística e das esoterices, do conselho médico, do fast-food esotérico e do marketing das celebridades "zen", meditação é transformação, um caminho para dentro, sem alardes, sem ajuda de outros. 

Às vezes, o que deveria ser a presença divina na alma é mera "musculação do ego".

(Acima, cenas da série Henry Tyler Holliwood Medium, que traz experiências mediúnicas das celebridades... De 2016.)

Algumas pessoas se viciam na prática, usando-a como droga. O grande risco é o fanatismo, a subserviência compulsiva a um "mestre" ou grupo. Há quem faça desse instrumento de libertação uma fonte de escapismo. 

Pode virar cachaça para anestesiar as tensões da vida... Mas seu real propósito foi ajudar a qualquer um, independentemente de idade, raça ou crença, investigar o mais recôndito espaço da mente e do coração e verificar o que pode, e deve, ser mudado. 

"Andai em Espírito... o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei."
Epístola de São Paulo aos Gálatas 5:16 e 22

Boa refeição! 

Há um estilo de meditação adequado à personalidade, às crenças e aos hábitos de cada um. Basta descobrir qual é o seu...

Meditação no Som Primordial - O campo dos desejos.

Teoria: A meditação concretiza nossos sonhos. A repetição de um som específico nos transporta "ao campo da pura potencialidade" atraindo sincrônicos. 

Prática: Duas vezes por dia, 30 min, em silêncio e na postura ereta. Sons primordiais (água, chuva, fogo, vento, melodias da natureza) escolhidos a partir de data, hora e local de nascimento da pessoa. Para isso, um astrólogo deverá fazer a análise do mapa natal do indivíduo.

Meditação Dinâmica - A coreografia da Consciência

Teoria: É a meditação com movimento, mesclando bioenergia e práticas hindus, como a ioga ou o pilates. O objetivo, além de relaxar os músculos, é manter a mente longe dos pensamentos.

Prática: Dura uma hora. O ideal é praticar pelo menos uma vez em grupo, com um instrutor, para direcionar as posições e tempo de contração e relaxamento. Geralmente, é feito pela manhã, de estômago vazio e com olhos fechados ou vendados, com música e dança. O objetivo é alcançado, pois leva o praticante a ter mais desapego e confiança ao executar seus movimentos sem referências visuais. 

Meditação no "One" - A busca da neutralidade

Teoria: O cardiologista americano Hebert Benson desenvolveu uma técnica não-associada a qualquer tradição religiosa. A repetição da palavra inglesa "one" é usada para reduzir o fluxo de pensamentos.  O som "neutro" escolhido, lembra "Om", reconhecidamente, e quem pratica sabe, como o mais poderoso e sonoro som sagrado. Está associado com o primeiro som que foi emanado no momento da criação do universo. 

Prática: "One" ou "Om", ou "Um, pode fazer às vezes de mantra e, no resto, a meditação é clássica: pratica-se sentado, com coluna reta e em silêncio, de olhos fechados, a cada expiração pela boca pronuncia-se o monossílabo escolhido o máximo de tempo possível, percebendo como o som vai reverberando de dentro para fora do corpo, enquanto vai perdendo sua intensidade.


Meditação do Budismo Tibetano - A libertação do Ego

Teoria: Na visão budista, o cerne da confusão é o ego, que nos parece real, e que  nos faz buscar neuroticamente conforto, segurança, prazer. Esse ego, na verdade transitório, não nos protege do sofrimento. 

Prática: A meditação no budismo tibetano visa duas etapas: a pacificação mental e a "visão superior", que traz o desapego do ego. É feita com diferentes mantras, vocalizados, cantados ou repetidos mentalmente, como o clássico "Om Mani Padme Hum", trad. "da lama nasce a flor de lótus".


O Quarto Caminho - Eu me lembro de mim

Teoria: O rumo apontado por Gurdjieff, não é o do mago, nem o do iogue, e nem do faquir, mas o do homem comum. Para ultrapassar o mundo dos sentidos e ganhar outra dimensão existencial, ele deve treinar a atenção, mapeando emoções, pensamentos, sensações, "lembrando-se de si".

Prática: No trânsito, ao dirigir, perceba como seus músculos estão crispados e relaxe-os, dividindo a atenção entre a tarefa de guiar e a percepção do estado da sua musculatura.


Meditação Transcendental - Néctar para céticos

Teoria: A meditação mais popular deste hemisfério foi formulada em 1957 pelo mestre Maharishi. Ele adaptou o saber védico à cultura cética usando linguagem científica, abolindo restrições morais e comprovando os efeitos. Aqui, não importa se a motivação do iniciante é "material", como reduzir estresse ou combater doenças. Para o guru Maharishi, a dualidade, causa de todo sofrimento, é transcendida na repetição de um som pessoal, dado ao iniciado a partir de critérios secretos. A técnica dirige a mente "às camadas mais ricas e ordenadas da consciência, sem esforço de concentração".

Prática: A técnica é transmitida num curso de seis dias. Depois, deve-se praticar 20 min, duas vezes por dia, sempre sentado em posição confortável.


Meditação da Respiração - O milagre de existir

Teoria: A energia vital, que no ioga é camada de "prana", está no ar. O mero ato de respirar com consciência é suficiente para aumentar a captação dessa energia e alterar o nosso estado físico, mental e emocional. 

Prática: Sente-se em postura ereta, feche os olhos e observe sua respiração, sem interferir. Não resista se houver qualquer mudança no ritmo, só observe. Quando perceber que se distraiu com algum pensamento, retorne a atenção à respiração, suavemente. Tente ficar assim por 20 min, apenas existindo.  


Fim .:.


Referências Bibliográficas

As Sete Leis Espirituais do Sucesso, de Deepak Chopra, ed. Rocco, 2006.

Livro Tibetano da Vida e da Morte, de Sogyal Rinpoche, ed. Palas Athena, de 2010.

O Cérebro, Um Guia Para o Usuário, de John Ratey, ed. Objetiva, 2002.

Inteligência Emocional, de Daniel Goleman, ed. Objetiva, 1995.

A Mente Meditativa, de Daniel Goleman, ed. Cultura, 1997. 

Guia da Meditação, de Pedro Kupfer, ed. Cultrix, 2006.

Serenando a Mente - Parte 3

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(Sobre isso a teologia budista escreveu muitos livros e contos. Um deles que é um clássico é o Samatha: é a história do monge e seu macaco; conta a parábola: Um monge  não conseguia dominar seu macaco, que sempre roubava seu elefante; por mais que o monge budista cuidasse de seu macaco e o alimentasse, ele ainda assim, não demonstrava gratidão. Até que um dia, um homem sábio a beira do caminho lhe disse: "Você está errado filho! Nunca se fica atrás de um macaco, e não se deixa um macaco guiar um elefante. Você deve se colocar à frente dele, bater nele, até que o obedeça". Mas o monge, tinha pena de punir assim, sem motivos, o pobre macaco. E o Mestre budista lhe respondeu: "Se você não fizer isso, nunca conseguirá montar em seu elefante e continuar sua viagem..." - "Então o que devo fazer?" - Perguntou o jovem monge; o homem sábio lhe respondeu: "Deixe esse macaco sem comida, e quando ele estiver com fome virá até você, então você o agarrará e o amarrará na cauda do elefante. Você colocará o macaco em seu devido lugar...". E o monge fez isso. O macaco esperneou o tanto que deu, mas o monge foi forte e não se deixou seduzir por suas lamúrias. Com o tempo, o macaco foi se acalmando, pois o elefante, que era lento, seguia seu ritmo paciente... Até que um dia o macaco estendeu a mão para o monge, e este deu ao macaco a oportunidade de ficarem juntos lado a lado. E foi só então que ambos, juntos, à frente do elefante, terminaram sua jornada em busca de Nirvana. Entendendo a parábola: O elefante é o Corpo/Mente, o macaco o Ego, o sábio a beira do caminho A Iluminação, e o monge é seu Espírito buscando a evolução.)

(Sobre isso escreveu o prof. Tolkien, fazendo uma antítese piscológica entre os personagens Golum e Frodo, em sua história O Senhor dos Anéis. Acima, cenas do filme O Senhor dos Anéis: As Duas Torres, de 2000.)

Se nas primeiras vezes você não puder controlar as divagações, relaxe...

Quantos tombos tomou antes de correr na bicicleta?!

Com o tempo, fica fácil reconduzir  mente ao foco da atenção, seja um mantra, uma imagem ou o vaivém da respiração. 

No início, pode ser um pouco desconfortável... Surgem todo tipo de coisa nesse momento... Mosquitos, tosse, cãibra, tédio, inquietação ou, ainda, um pensamento autoritário exigindo que você pare e vá fazer algo "inadiável"... 

É assim...

É o ego tentando sabotar a nossa autonomia. Contra o ego, só mesmo a teimosia... E, esse ego, é o que na Astrologia denominamos de Ascendente, na meditação, você irá conhecê-lo, e perceber o quanto de espaço e opiniões ele "acredita" poder possuir dentro de você. E você também perceberá, o quanto é luminoso, paciente e espiritual, pois atura um tipo de energia dessas...

(Um dos grupos que ficaram famosos após terem contato com a Golden Dawn foi o grupo Beatles. Quando eles conheceram a Ordem na pessoa de Aleister Crowley foi-lhes mostrado um universo completamente novo de conduta e sexualidade. O grupo após esse encontro fez os álbuns mais famosos e rentáveis  de sua carreira e da época: Yellow Submarine e The White Álbum, desse último extraímos uma canção que conta a surpresa deles ao encontrarem...

(...Brahmacharya Mahesh que foi um dos professores da Golden Dawn em 1964 e mestre de Crowley. Eles aprenderam que um homem pode, sim, manter-se puro, casto e calmo, se controlar o corpo através da meditação. Acima, a canção Sexy Sadie que fala do homem se colocar acima do sexo, de 1968.)

Mais um conselho?!

Não lute! - deixe surgir o pensamento que for nesse momento... Alguns serão inadequados, inapropriados ou, simplesmente, engraçados... Com o tempo, esses momentos serão dominados por você, e aí, sim, você irá compreender aquilo que os gregos chamavam de "entusiasmo" ou seja, o Deus que habita em você, aparecerá: É a intuição voltando... E, quando você menos esperar, um pensamento inesperado será a resposta daquilo que você tanto precisa entender... - E, os gregos apelidaram esse outro momento de Eureka, isto é: "Eu encontrei!"

Quando Vira Cachaça...

Para os espiritualistas, a meditação é a volta ao lar...

Para médicos, é o repouso que regenera a massa cinzenta! - O neuropsiquiatra americano John Ratey, da Universidade de Havard, era fascinado por tudo o que possa ser comprovado em tomografias computadorizadas. Nem ele hesitou em recomendar a meditação, no seu livro O Cérebro, Um Guia para o Usuário, que resume as mais novas descobertas da neurociências. 

(Arrisque, tente pelo menos duas vezes, e você verá que tanto consegue como existe, de fato, resultado. Acima, partes do guia Spiritual Reality - Beginning's Guide, de 2005.)


(Áreas do encéfalo que são estimuladas na meditação. Acima, uma ressonância magnética que mostra o giro pós-central durante a meditação ativando o córtex somestésico primário.)

As respostas físicas ao estado alterado de consciência já foram, exaustivamente, comprovadas: a atividade do sistema nervoso simpático cai, os batimentos cardíacos diminuem, todo o metabolismo fica mais lento, o fluxo sanguíneo decresce... São reações que ajudam a reduzir a hipertensão, dores crônicas, enxaquecas, depressão e outros males do nosso tempo. 

 (Ter uma mente brilhante, não será útil, se você não conseguir aquele momento de silêncio para recompor-se ou conectar corretamente, tudo o que deve saber para encontrar a resposta certa. Agitação não é mais sinônimo de inteligência. Acima, cenas dos filmes Sherlock Holmes, de 2009 e Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras, de 2012.)

O estado de "alerta à tranquilidade" faz mentes mais espertas: Esses indivíduos sabem que não devem ficar focando demasiadamente sua mente num único pensamento. Eles conseguem administrar e encontrar a hora do dia adequada para se permitir pensar e não pensar sobre algo. A atividade elétrica cerebral muda e, em vez daquela tempestade usual de sinais descentralizados, a pessoa experimenta o alívio de grandes quantidades de neurônios disparando em harmonia...


Continua...


 

Serenando a Mente - Parte 2

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(Caminhar em silêncio é um tipo maravilhoso de meditação que podemos fazer naturalmente... Serenar a mente... Sentir apenas o calcanhar tocando o chão e a respiração, e nada mais... Acima, passeio num jardim pouco valorizado em Vitória da Conquista: o Poço Escuro.)

Nessa linha, há a Meditação Andando!

Para a filosofia zen, a caminhada favorece o equilíbrio e o recolhimento. Ao andar, a pessoa presta atenção na expiração e na inspiração, sem interferir. Mesmo que o iniciante, no começo, se veja tropeçando em muitos e variados pensamento, ele deve permitir-se na jornada desse fluxo, e perceber, que a intranquilidade ou morbidade, que advenha nos primeiros dias, nada mais são do que a necessidade de apaziguamento e a representação dos conflitos acumulados em sua vida. 

Em mais ou menos quinze dias, os passos irão ficando mais suaves, e o iniciante começará a prestar atenção ao movimento dos pés, do corpo, respostas começam a surgir com base numa mudança de atitude e foco em suas muitas lutas diárias...

(George Ivanovitch Gurdjieff (1866-1949), um estudioso armênio sem uma formação clara, mas com muita visão de si mesmo. Gurdjieff mudou a perspectiva de como o homem deve buscar as mudanças de sua personalidade, ele deve começar olhando para suas ansiedades e medos. Através de palestras místicas e exercícios iogues Gurdjieff influenciou Freud e Jung na psicanálise.)

Outros exemplos de meditação dinâmica saem da escola fundada nos anos de 1920, pelo russo George Ivanovitch Gurdjieff, pensador que rodou o mundo antes de construir uma sólida síntese de tradições espirituais do Ocidente e do Oriente. 

Segundo ele, as pessoas passam a vida separadas de si mesmas, tragadas pela confusão externa e por apelos dispersivos de um mundo barulhento. Mas podem despertar, treinando sua atenção e sintonizando o silêncio interior.

Esse despertar deve ser buscado na vida como ela é, não na paz dos mosteiros...

(Precisa ter muito foco para isso... Meditar em meio ao caos é o melhor teste para saber como estão esses "músculos" sensoriais, e se está fácil se desconectar de suas necessidades ou não. Acima, Campanha Serenando a Mente, ocorrido neste início do ano, onde mestres e praticantes da meditação iogue dedicaram horas em revesamento trazendo calma para si e para o coração agitado de São Paulo. Acima, a velha e caótica Avenida Paulista, a mas paulista de todas as avenidas...!)

Nessa visão, a agitação e o caos são estímulos à meditação, que depende mais de referenciais internos do que externos. 

É possível encontrar praticantes desses ensinamentos sentados num shopping ou em outro lugar prosaico. No meu caso, eu adoro a agitação de uma academia para treinar meu grau de concentração e foco, assim, com todo aquele barulho, me sento, fecho meus olhos e começo a me desconectar de tudo e todos ao meu redor...

Este é sempre o maior teste para um meditador sênior: lutar contra o automatismo humano e distrações dos sentidos e, daí, fortalecer sua atenção!

(Assista este vídeo e aprenda como a cada passo da percepção da postura e respiração vão expandindo suas perspectivas internas. Acima, documentário Viagem Interna, de 2010.)

Nas técnicas clássicas, o meditador busca tanto o silêncio externo quanto o interno e fica sentado imóvel, em postura ereta. Isso para que a energia da base da coluna ascenda até o topo da cabeça, despertando gradualmente, no trajeto, cada um dos centros energéticos do corpo. 

Para quem não se adapta à postura de lótus ou à do índio (sentado no chão ou sobre almofada, com pernas cruzadas à frente), uma cadeira de espaldar reto resolve. O essencial é o conforto, pescoço e cabeça alinhados, de forma a relaxar sem sair do estado de alerta: Uma vez o praticante encontrando seu eixo de equilíbrio de seu tronco, ele perceberá que poderá ficar nesta posição por no mínimo 2 horas sem fadigar os membros superiores ou inferiores. 

(A postura sentada, como acima, é a maneira clássica e fácil do praticante iniciar o processo de meditação. Não há necessidade de uma cama, cadeira ou almofada. Mas, sim, os primeiros momentos, em qualquer posição, pode parecer desconfortável, pois a mente e o corpo do homem moderno não conseguem ficar parados por tanto tempo. Uma vez que o praticante encontre seu eixo de equilíbrio entre o chão e a cabeça, através de sua pelve e coluna vertebral, então respirar e se acalmar ficará muito fácil, podendo o praticante ficar nesta posição por várias horas ininterruptamente.)

Dica: aprender a manter a respiração abdominal e ativar o músculo transverso do abdomem e os multífidos da coluna contraídos, melhorará sua postura geral e trará bem-estar e conforto na prática diária.

O ideal é meditar 30 minutos, duas vezes ao dia, mas tudo bem começar com cinco minutos por dia... 

Qualquer estilo de meditação deve devolver a inocência à mente, detendo aquela profusão desordenada de pensamentos que nos deixa exaustos e nos afasta de valores essenciais.

Se no início a angústia e a melancolia fizer parte desse momento, calma! É sua mente reagindo, lhe dizendo: "Ora, você só pára para pensar em tristeza, então vamos ficar tristes!" - Lembranças profundas que devem ser resolvidas podem emergir. A meditação exige não apenas disciplina e determinação, mas coragem do praticante em entrar no mais assustador abismo ou quarto escuro do mundo: Seu próprio coração.

É importante persistir e praticar sempre na mesma hora e lugar, para fixar o hábito. E jamais julgar a experiência, porque não há certo ou errado em meditação...




Continua... 


Serenando a Mente - Parte 1

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(Quem pratica sabe: Meditar estimula seu corpo a ficar mais forte, treina sua humildade pois suas perspectivas se focam no presente e a ansiedade se torna controlável...)

É mais fácil praticar do que definir meditação. A prática, seja qual for a técnica usada, é sempre um jeito de fazer a mente complexa voltar à simplicidade.

A definição, seja qual for a linguagem usada, ou é muito complicada ou é banal demais. 

(A finalidade última de uma meditação é conectar alguns adeptos à forças ou energias sutis, mas importantes e muito atuantes em nosso sistema de universo. Apesar de parecer fictício, o meditador tem suas experiências pessoais tanto na dominação dos elementos, como na dominação de esferas espirituais. Acima, cenas do filme O Último Mestre do Ar, de 2010.)

Que a meditação é milenar e se difundiu do Oriente você já sabe. Então, vamos poupar papel, paciência e palavras em sânscrito. A meditação é a razão de ser e a finalidade última do yoga, por isso muitos a identificam com a perfeição da postura de lótus. Mas não é exclusiva de yogues e monges. 

É patrimônio da humanidade.

(O Adhan é o chamado da Mesquita para que os adeptos do islamismo se apresentem e se preparem para suas orações. É escolhido a melhor voz daqueles que participam da Mesquita. O chamado prepara a mente do adepto para focar seus pensamentos em Allah. E isso é um tipo, também, de meditação, a mais utilizada entre nós: A oração...)

(Imitando os modelos de conduta dos árabes, os primeiros cristãos começaram a repetir suas orações em ladainhas: Repetições de frases de forma ininterrupta, buscando com isso, uma alteração mental e encontro com Deus. Infelizmente, esse propósito se perdeu, e muitos padres e adeptos do catolicismo não entendem que a repetição de suas orações intentam apenas fazer isso: Acalmar a mente do presente e focá-la na presença divina de Deus ou de alguma outra entidade invocada. Acima, oração à Nossa Senhora Aparecida.) 

O mergulho na consciência está em muitas religiões e culturas. É comum a árabes e judeus, cristãos e pagãos, acontece no templo e na rua, no silêncio e no caos. 

(Muitas meditações só são passadas para um adepto mais experiente, pois existem alguns exercícios, tanto respiratórios quanto físicos, que exigem maior domínio físico e fisiológico do adepto. Acima, cenas do filme-documentário Samsara, de 2011.)

Muitas formas de meditação são transmitidas apenas em rituais de iniciação. Essa seria uma maneira de preservar o conhecimento das diluições e dos despreparados. Mas há quem veja em tanto segredo uma espécie de reserva de mercado.

Com ou sem guru, meditar é um direito humano e é gratuito.

As técnicas são milhares, a essência é uma só e a fórmula absoluta não existe. Se alguém disser que está ensinando meditação, desconfie...!

(A meditação como qualquer outra atividade deve ser feita com propósitos bem definidos e com moderação. Senão, a pessoa fica num estado quase ininterrupto de calma, subtraindo-se, demasiadamente, do contexto presente. Acima, apesar do Lama Padma Santten ter boa intenção em nos ensinar sua visão e experiência sobre Meditação, o vídeo ficou meio cansativo para o iniciante que ainda não tem essa pegada de "paciência zen", e talvez irrite o novato... Mas, paciência... Assista ao vídeo porque, realmente, é interessante.) 

É como andar de bicicleta: alguém lhe diz como fazer, mas o aprendizado é solitário. Tombos e pedaladas são por sua conta!

Às vezes, sem querer, a mera contemplação da natureza é suficiente para alterar o nosso estado de consciência. A sensação, boa mas fugaz, mostra que a paz é espontânea. 

Ninguém precisa se esforçar para meditar, assim como ninguém se esforça para respirar. Todos nós trazemos a memória do bem-estar. Para acordá-la, basta praticar, deixar acontecer.

(Nossa querida e admirável Monja Coen nos ensina como meditar. Mas ela utiliza uma técnica própria de seu seguimento religioso: O Zen Budismo. Uma técnica criada pelo criador do Zen Mayahana, Eihen Dôgen Zenji (1200-1253) utiliza várias manobras como: Andar, recitar passagens budistas e sentar-se, por horas, observando a respiração e sua sequência de pensamentos. Esse segmento budista exige muita disciplina de seus adeptos.)  

Se você deseja mesmo o aquietamento mental, já tem 90% do necessário. Falta abrir um espaço na agenda, escolher uma técnica e insistir, dia após dia, para que a meditação se imponha e faça o resto, você não precisa fazer mais nada...

Há sempre um estilo adequado à personalidade, crença e os hábitos de cada um. 

(O Candomblé e as suas divisões: Nação Kêtu-Nagô, Nação Jexá ou Ijexá, Nação Jeje, Nação Angola-Congo, Nação de Caboclo; e mais tarde suas subdivisões: a Quimbanda e Umbanda, também possuem seus momentos de meditação, que é quando ocorrem as cantorias e os batuques nos atabaques, não apenas para chamar os guias, mas também preparando o ritmo mental dos ofertantes e adeptos.)

Procedimentos simples, como a meditação na respiração, mantêm o praticante no nível da atividade. Outros ultrapassam esse patamar, caso da meditação nos sons.

É o grau de concentração, também, o que diferencia a meditação do relaxamento e das práticas de visualização. Os três exercícios são partes de um só processo. Na visualização guiada, o praticante é levado a um estágio de serenidade a partir da sugestão de imagens. A mente se ocupa tanto com a criação de formas e cores que bloqueia emoções e pensamentos, ficando pronta para ir mais longe. 

Fica difícil conectar a intuição na presença de emoções negativas...

Tanto o relaxamento quanto a visualização são feitos na postura horizontal. 

Já a meditação exige um nível de alerta que pode ser comprometido se ficarmos deitados. 


(Buda é sempre representado com os olhos semicerrados, pois nesta postura a mente não entra na zona do sono NREM (Non Rapid Eye Movement ou "Movimento Não Rápido dos Olhos"), o ideal é ficar naquela zona que conhecemos como "madorna", ou seja, um adormecer consciente do que está acontecendo ao seu redor. Isso é importante, pois a meditação não é um veículo alienante, mas uma forma de despertar zonas não acessadas de lembranças e emoções no cérebro.)

Na maioria das técnicas, a percepção da respiração é ferramenta básica. Inspirar e expirar com consciência é a atitude capaz de alterar o humor e a mente. Muitos métodos usam também a visão: a concentração é atingida na contemplação da chama de uma vela, de símbolos religiosos, mandalas, etc...

Os próprios estados da mente, tarefas e acontecimentos cotidianos servem como focos de atenção. 

O meditador é testemunha de si mesmo, observador desapegado de pensamentos, sensações, atos sentimentos. 

Essa busca de consciência plena faz o praticante ater-se ao presente, chave do estado meditativo. 

"Integrar a meditação à ação é a base, objetivo e propósito do buscador..."
Livro Tibetano da Vida e da Morte, pg. 23. 



Continua...

 

Crianças podem Meditar?

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(É muito difícil conseguir a atenção necessária para que uma criança possa ficar pelo menos 10 min meditando. Mas com pequenos exercícios, o tempo vai aumentando e a concentração pode chegar aos 10 min preconizados para esta faixa etária, o que já é uma enorme vitória.)

Depende da idade.

Especialistas dizem que crianças novas, com menos de 12 anos, não conseguem atingir o estado de atenção plena (para dentro de si mesmas ou em algum objeto), o que é necessário para a prática meditativa.

Elas têm dificuldades naturais de concentração, pois estão numa fase em que precisam conhecer o mundo por meio dos contatos (táteis) e experiências (visuais, por exemplo).

(Quando Isabelle (de calça lilás à esquerda) estava na 3ª série na Escolinha Betesda, fizemos um pequeno trabalho com meditação com alguns alunos. Tudo deve ser feito como uma brincadeira. Não se pode obrigar a criança a exercer a concentração, para que a experiência não seja apreendida como algo ruim. Com paciência, as crianças cumprindo algumas pequenas etapas, brincando, podem alcançar uma ótima concentração nos momentos de estudo em casa.)

Inibir isso, forçando o pequeno a ficar sentado com os olhos fechados, não é aconselhável. 

Meditar não é apenas sentar numa posição fixa. Os procedimentos necessários para a meditação, que incluem concentração, esvaziamento da mente e processo contemplativo, são muito técnicos. 

(O ideal é os pais saberem meditar e ensinarem aos filhos como uma rotina normal do dia a dia. Isabelle, hoje, consegue manter 4h de estudos diários, porque começou como a garotinha acima, bem cedo, a manter a mente focada numa única tarefa. Essa é a maior dádiva que a Meditação concede aos pequenos.)

A criança não consegue alcançá-los. Mas, elas podem fazer exercícios mais simples para começar a entrar em contato com a meditação.

É necessário maturidade para atingir os graus de abstração necessários para a meditação. Se a criança reencarna como um lama, desde muito pequena já sabe meditar, porque vem com esse conhecimento da outra vida. 

(Nos Estados Unidos e Europa a meditação e o Yoga são disciplinas curriculares que as crianças são introduzidas a vivenciarem desde cedo e que não causam nenhuma estranheza para elas.) 

Após os 12 anos, a maioria está apta a experimentar qualquer uma das diversas técnicas de meditação existentes e seus benefícios - acalmar a mente, relaxar, ampliar a consciência geral, a lucidez e o sentimento de paz.


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Aranel Ithil Dior