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Budismo é Religião ou Filosofia?


As duas coisas

Embora no Budismo se encontre a figura de um deus superior, como na maioria das religiões, e também não existam dogmas, ele é sim uma religião

Podemos afirmar que se trata de uma religião porque o Budismo tem uma doutrina da salvação, um dos critérios usados para definir as religiões.

A doutrina da salvação budista é a tentativa de alcançar o Nirvana, o último estágio no caminho espiritual do ser humano, quando ocorre sua suprema libertação. 

O Budismo é uma religião porque tem um mentor, no caso o Buda, um corpo doutrinário e uma comunidade que propaga o conteúdo dessa doutrina, formada pelos monges e monjas. 

Por outro lado, também é uma filosofia de vida porque seus conceitos dependem de experiência pessoal e ativa, ao contrário do sentido comum da religião no qual há uma devoção passiva. 

Criado pelo príncipe Sidarta Gautama, na Índia, há cerca de 2.500 anos, o Budismo hoje tem cerca de 400 milhões de seguidores no mundo. 


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Os Guerreiros de Buda - Parte 3



Para combater os insurgentes, foi deslocado ninguém menos que Ieyasu Tokugawa, o homem que mais tarde se tornaria xogum, comandante supremo no Japão, e unificaria o país. E sua ação foi avassaladora. Em 1564 ele já havia retomado a província e queimado todos os templos dos religiosos fundamentalistas.

Os sacerdotes do Monte Hiei também não gostaram do surgimento das novas seitas, em especial uma chamada Nichiren-shu, que havia se fixado em Kyoto. em 1567, então, o "dragão" despertou e os monges de Hiei tomaram Kyoto de assalto, incendiando 21 templo do grupo rival. 

Revitalizados pela ofensiva, os sohei de Hiei decidiram entrar com tudo na disputa pelo poder político. Aliaram-se a um dos clâs em guerra para, como haviam feito antes, colher os dividendos depois. só que desta vez os monges apostaram no cavalo errado...

Oda Nogunaga, um dos mais fortes líderes que brigavam pela hegemonia do país e um autêntico mão-de-ferro, derrotou o clã apoiado pelos sohei e decidiu utilizar os sacerdotes do Monte Hiei como exemplo para todos aqueles que desafiassem seu poder.

Assim, em 1571, reuniu um exécito de 30 mil homens e atacou o templo da montanha. A resistência foi feroz, mas sob flechas e fogo os monges finalmente sucumbiram. Calcula-se que mais de 20 mil habitantes de Hiei foram mortos naquele dia. Centenas deles, quando encurralados, atiraram-se às chamas entoando frases budistas como: "Concentremos nossas mentes. Àgua fervendo ou fogo não são piores do que a brisa refrescante".

Não satisfeito, Oda partiu para cima dos outros templos de sohei que ainda estavam de pé - para ele, que havia perdido um irmão em lutas anteriores com os monges, era questão de honra limpar a terra de todas as seitas militares. 

O golpe de misercórdia, entretanto, veio quando Ieyasu Tokugawa tornou-se xogum, no início do século 17. Enquanto os sohei se enfraqueciam combatendo uns aos outros, Tokugawa coibiu a prática de artes marciais nos templos, restrigindo a contenda entre os monges ao plano religioso.

O Budismo continuaria a exercer grande influência no Japão, sim, mas nunca mais as seitas religiosas teriam papel militar no país. Findava ali a era das castas guerreiras. E como a fumaça de umincenso que se esvai, os sohei, com suas afiadíssimas naginatas, desaperaceram para sempre.

Mezzo-Mosteiro, Mezzo-Quartel

Quando não estavam cortando as cabeças dos adversários em combate, o cotidiano dos monges era regido por extrema disciplina.

Irmão Gaspar Vilela, um missionário jesuíta que visitou as instalações de um dos templos, em 1570, descreveu os monges guerreiros como sendo "muito parecidos com os Cavaleiros de Rodes" (denominação posterior da Ordem dos Hospitalários, que defendeu a Ilha de Rodes, na Grécia, com unhas e dentes, contra o sultão Suleiman em 1522).

Para ele, os monges "eram devotados e preparados para lutar por sua fé". Segundo afirmou, a alimentação dos sohei obedecia aos princípios da moderação. Geralmente, os monges comiam apenas uma ou duas vezes por dia, e o cardápio básico consistia de pequenas porções de arroz, peixe, vegetais, algas marinhas ou frutas.

De vez em quando, a refeição era acrescida de carne de veado, de javali ou pássaros. O jesuíta também deixou relatos sobre o treinamento diário dos sohei. Além das tradicionais obrigações religiosas e comunitárias, cada monge tinha que preparar de cinco a sete flechas por dia, além de tomar poarte em competições com o arco ao menos uma vez por semana. Seus elmos, armaduras e lanças eram assustadoramente resistentes, e "suas afiadíssimas espadas podiam facilmente cortar um homem em dois, mesmo que ele estivesse utilizando armadura".

O treinamento diário era severo, "e a morte ocasional de alguns deles durante a prática era aceita sem nenhuma emoção", atestou o jesuíta. Mas um aspecto considerado chocante por Vilela foi constatar que, ao contrário da doutrina monástica ocidental, os sacerdotes guerreiros tinham acesso a bebida - não abriam mão de doses de saquê - mulheres e música. 

O Monge dos Monges



A bravura e a perícia dos sohei eram reconhecidas por todos, inclusive pelo próprio Musashi, considerado o maior samurai da história do Japão: após muito custo para vencer um dos monges, ele se declarou altamente impressionado com a técnica de luta dos sacerdotes guerreiros. E, dentre todos, o lendário Benkei é tido como o verdadeiro arquétipo da estirpe de combatentes de Buda.


Originalmente, Benkei fazia parte da tradicional comunidade de Enryakuji, no Monte Hiei, mas foi expulso por mau comportamento. Então, decidiu se isolar, transformando sua casa num mosteiro-de-um-homem-só. 

Um dia, porém, Benkei pôde demonstrar a honra que todos pensavam que não tinha. No ano 1189, durante uma batalha, o general a quem servia foi derrotado e precisava de paz para poder realizar dignamente seu haraquiri, o suicídio ritual. E foi Benkei quem lhe garantiu os minutos de que precisava: com a naginata em punho, repeliu todos os inimigos do general. 

Flechado impiedosamente, até parecer um porco-espinho, Benkei permaneceu em pé até que seus inimigos não ousaram mais se aproximar. Finalmente, um deles reparou no inimaginável: Benkei já estava morto, mas permanecera de pé. Com um detalhe: cumprira seu objetivo. 


Fim.:.


Referências Bibliográficas

Livros

A History of Japan 1334-1615, de George Bailey Sansom, ed. Stanford University Press, 1991.

Japanese Warrior Monks Ad 949-1603, de Stpehn Turnbull, ed. Osprey Publishing, 2003.

Filmes

O Tigre e o Dragão, de Ang Lee, distr. Columbia Pictures, 2000.


Os Guerreiros de Buda - Parte 2


O primeiro incidente ocorreu quando 56 monges de Nara marcharam rumo à casa de um oficial de Kyoto a fim de protestar contra a escolha de religiosos de Enryakuji para conduzir um ritual. O resultado foi um quebra-quebra geral, com vários manifestantes mortos.

A situação deteriorou-se rapidamente e ambos os monastérios começaram a treinar forças regulares de monges, já prevendo o pior. Nasciam aí os primeiros exércitos de monges guerreiros. Para eles, foi fácil canalizar toda a disciplina adquirida na prática da clausura para a prática da guerra.

Aguerridos, fanáticos e prontos para a luta, eles eram extremamente temidos, do mesmo modo como a ordem militar dos templários era temida no Ocidente.


Mas de acordo com estudiosos, os conflitos entre os sohei não tinham nenhum fundo religioso. Essas disputas entre templos e facções não devem ser compreendidas por nós como guerras religiosas. Eles não envolviam pontos da doutrina, ou dogmas, como acontecia com os conflitos na Europa medieval. A questão era puramente política.

Seja como for, as disputas entre os monges - e o nível de violência de ambas as partes - cresceram ainda mais, e várias delas terminavam com a pilhagem e o incêndio dos templos rivais.

A situação chegou a tal ponto de degeneração que, como relata o épico Heike Monogatari, o próprio imperador japonês, desanimado, teria dito: "Há três coisas que estão além do meu controle: as correntezas do Rio Komo, o número de dado nas apostas e os monges da montanha".

Crepúsculo de uma Era

Em 1180 com a crescente desagregação do poder central, o Japão mergulhou numa guerra civil. A essa altura, os diversos monastérios eram, além de forças políticas, consideráveis potências militares. E tomaram partidos opostos.

Os monges de Enryajkuji, no monte Hiei, apoiaram o clã dos Tairas, enquanto os sacerdotes de Nara e Miidori uniram forças aos Minamotos. Quando os Tairas triunfaram, o grande templo em Nara estava com seu destino selado: foi queimado até o chão, garantindo para Enryakuji o poder absoluto nas esferas religiosa e, claro, política e comercial.
(monges de Enryakuji atualmente)

Em 1280, os sacerdotes controlavam 80% das destilarias de saquê e das casas de empréstimo, além de contar com uma força de intimidação para estimular os devedores a coibir os arruaceiros.
Templo Enryakuji

Entretanto, esse domínio relativamente tranquilo dos monges de Enryakuji, que perdurou por alguns séculos, também chegou ao fim. Mas uma vez, a guerra iria desestabilizar o universo dos sohei. Mas, desta vez, para sempre.

Por volta de 1470, o poder central novamente se enfraqueceu e o Japão entrou novamente numa longa guerra civil, que durou cerca de 180 anos. Com o caos instalado, o poder dos sohei voltava a ser o fiel da balança.

Acontece que, naquela época, novas castas de guerreiros budistas, ainda mais radicais, haviam surgido nas províncias: para eles, morrer em combate por Buda era uma passagem direta para a Iluminação. Estas seitas fundamentalistas cresceram à revelia dos monges do Monte Hiei e não demorou muito paa que decidissem ocupar o poder político de fato.

Finalmente, uma delas realizou um feito inédito: tomou o controle de uma província - pela primeira vez, os senhores de uma terra não eram aristocratas ou samurais.


Continua...







Os Guerreiros de Buda - Parte 1


Combatentes disciplinados os sohei eram monges que como verdadeiros samurais, por séculos representaram uma das principais forças políticas e militares do Japão. 

O ano era 1180, e os ventos da guerra assolavam o Japão. Dois clãs, os Minamotos e os Tairas, dividiam o país entre si. Porém, na sufocante manhã de 23 de junho, os rivais dividiam também o espaço na longa parte de Uji, na província de Iga, cada um postado de um lado.

Há dias os Tairas perseguiam o exército dos Minamotos, que já estava prestes a capitular, e agora bastava apenas atravessar a ponte para exterminar seus inimigos.

A vitória dos Tairas parecia fácil e rápida, mas havia um problema. Escoltando os Minamotos estavam monges budistas do Templo de Miidori, próximo a Kyoto. Acontece que eles não eram simples religiosos nem defenderiam seus protegidos com rezas e meditações. Tratava-se dos lendários sohei: monges guerreiros especialistas em artes marciais e exímios lutadores em vários tipos de armas.

Assim, de posse de suas temíveis naginatas, espadas afiadíssimas com longos cabos de madeira, os sohei postaram-se no meio da ponte e calmamente aguardaram a investida dos Tairas.

Então, como uma grande onda veio o ataque. Foi nesse momento que, segundo a obra clássica Heike Monogatari (A História de Heike), escrita no século 13, os monges demonstraram sua técnica insuperável.

À frente dos companheiros, Gochin No Tajima empunhou sua naginata e barrou a passagem dos guerreiros Tairas, que, intimidados, não ousavam avançar. Preferiram descarregar uma chuva de flechas. Sem se perturbar, Taji-ma abaixava, pulava e desviava de cada uma das setas dirigidas a ele. E se a flecha vinha certeira, ele simplesmente girava sua espada e a cortava ao meio.

Diante da resistência, o ataque ficou ainda mais feroz. Sim, mas desta vez outro monge, Tsutsui Jomyo Meishu, um mestre no caro, assumiu a defesa da ponte e "disparou suas 24 flechas como um raio, matando 12 e ferindo outros 11".

Em seguida avançou com sua naginata para cima dos inimigos, derrubando vários oponentes, até que a arma se quebrou. Impassível, sacou outra espada e mais nove inimigos foram ceifados antes da nova arma ficar inutilizada.

Só lhe restava agora um pequeno punhal, com o qual lutou até ser obrigado a retornar às fileiras. E para desgraça dos Tairas, foi imediatamente substituído por Ichirai Hoshi, que realizou outros prodígios antes de cair sem vida.

A batalha prosseguiu por horas. Quando já caía a noite, porém a esmagadora superioridade numérica dos Tairas conseguiu impor sua vitória. Mas o ato de coragem, auto-sacrifício e suprema abnegação dos monges de Miidori correu o Japão. E virou história.

Senhores da Guerra

Contrastando com a imagem pacífica que todos têm do Budismo hoje, no período entre os séculos 10 e 17 pacifismo e tolerância eram o que menos se poderia esperar das seitas budistas que floresceram no Japão.

Encastelados em seus magníficos templos-fortaleza, os monges mantinham verdadeiros exércitos privados e, durante séculos, influenciaram decisivamente a vida política, social e militar japonesa.

A origem desta casta guerreira pode ser explicada pelo desenvolvimento do Budismo no Japão. Após aportar no país vinda da China, por volta do século 6, a doutrina budista foi se misturando à religião nativa, o Xintoísmo, com a qual convivia pacificamente. As deidades xintoístas, chamadas de kamis, por exemplo, forma logo incorporadas pelo credo estrangeiro como manifestações do próprio Buda.

Em pouco tempo, a nova religião criava raízes até na família real e os templos budistas ao redor de Nara, capital do país no século 7, cresceram em importância. Não demorou muito e o prestígio religioso se transformou também em influência política. Até aí, tudo corria bem...

Porém, em 794, um evento alteraria o equilíbrio de poder no país: a capital moveu-se de Nara para Kyoto (onde ficou até 1868, quando foi transferida para Tóquio). Antes da transferência, os arquitetos reais utilizaram os princípios do feng-shui - a técnica oriental de harmonização de ambientes - para assegurar que a nova região era propícia ao imperador.

Sim, a região de Kyoto era boa, com exceção de um ponto frágil, o nordeste, por onde um demônio poderia assaltar a cidade. Acontece, que, para sorte do imperador, justatmente naquele local de fragilidade, conhecido como Monte Hiei, havia sido erguido um pequeno templo budista, chamado Enryakuji.

O novo santuário foi visto como um sinal de bom agouro e, com a efetiva mudança da capital, os sacerdotes de Enryakuji viram seu prestígio crescer rapidamente, e logo eram eles que conduziam as cerimônias da família real, para inveja dos religiosos de Nara, até então titulares nestas funções.

A animosidade entre os dois centros cresceu e, por volta do século 10, finalmente, chegou às vias de fato.


Continua...



Cante um Mantra


Quem canta seus males espanta. Então leve essa melodia para mais adiante e siga as notas dos mantras - os sons sagrados da tradição budista. Eles têm o poder de criar encantamentos e atrair as melhores vibrações para sua vida. É cantar o amor em sua essência!

Quer banir da mente as nuvens escuras e aliviar o peso do coração? Entoe um mantra uma, duas, 50 vezes.

Esses milenares sons sagrados têm o poder de afastar a negatividade e atrair as vibrações de harmonia e até mesmo de cura. São, aliás, a própria vibração. Por isso, repeti-los é uma terapia do som - parte fundamental de religiões como o budismo e o hinduísmo.

Os mantras nasceram na Índia e são citados nos Vedas, livros datados de 3000 a.C. Em sânscrito, antigo idioma hindu, eles significam "instrumento para conduzir o pensamento" ou "proteção da mente". Cada sílaba do mantra contém uma partícula de força espiritual, que traduz uma verdade transcendental e evoca uma divindade, buda ou boddhisattva.

Os mantras ativam em nós qualidades divinas, como compaixão, amor e sabedoria. Por isso, afastam emoções e pensamentos negativos. Ao entoar esses cânticos, abrimos o coração para nos conectar a planos superiores.

Quando você está nervoso ou desorientado emocionalmente, cantar ou recitar um mantra de forma inspirada pode transformar sua energia.

Pela capacidade de acalmar a mente, os mantras integram a rotina da meditação. A chave está em entoá-los muitas vezes- centenas até - para entrar em sua vibração sonora.

Eles também transformam positivamente a forma como vemos as situações externas. O mundo, tal como o vemos, é em grande parte uma interpretação subjetiva e, por isso, nos sentimos melhor quando os recitamos e percebemos os outros como bons, gentis e simpáticos.

Quase 5 mil anos depois dos Vedas, os mantras encantam o Ocidente e, aqui, ganham novas leiutras, arranjos contemporâneos e assumem uma linguagem pop - com o devido respeito.

A cantora e compositora Laura Finocchiaro, por exemplo, dedicou a eles um disco inteiro, chamado Tashi Delê Mantras de Roda.

Os sons sagrados, hoje, podem ser incorporados em nossa vida...


Um Cântico para cada Momento


Há mantras específicos para evocar vibrações de cura, alegria e prosperidade, por exemplo, associados aos budas ou às divindades femininas - as taras. Pronuncie o H com o som de R.


Om Muni Muni Mahal
Muni Shakya Muniye Soha

Mantra de buda Shakyamuni, para promover a autocura e companhia espiritual.

Om Maritze Mam Soha

Mantra de Maritze, uma tara que protege contra as adversidades, além de trazer luz e boa sorte.

Om Maitreya
Maha Maitreya
Arya Maitreya

Mantra do Buda universal, ele ajuda a trazer o amor que está faltando no coração da sociedade moderna.

Om Pema Krooda Arya zamabala
Hrida Hum Phe Sohal
Om Benze Dakine Hum Phe
Om Ratna Dakine Hum Phe
Om Pena Dakine Hum Phe
Om Karma Dakine Hum Phre
Om Bishani Soha

Mantra de Zambala, para a prosperidade e a riqueza espiritual e material.

Om Tare Tuttare ture So Ha

Mantra de Tara Verde, libertadora e heroína veloz, elimina interferências como medo, ressentimento e insegurança, acelera a realização das causas positivas, traz proteção, fé e coragem.


Fim.


O que é Tantrismo?


Com origens que remontam à Índia do século 7, quando foram escritos muitos dos textos sagrados que compõem a doutrina, o Tantrismo constitui-se por um conjunto de práticas que visam à preparação do corpo e da mente do homem para aumentar sua percepção sobre si mesmo e a realidade que o cerca.

Também chamado de Tantra - "aquilo que aumenta o conhecimento", em sânscrito -, ao longo dos anos teve seus preceitos incorporados por várias doutrinas religiosas. Hoje, a filosofia tântrica está presente tanto em alguns ramos do Hinduísmo quanto do Budismo.

As duas principais divindades cultuadas no Tantrismo são Shiva e Shakti. Shiva é o princípio masculino e representa a consciência universal, e o espírito, a essência passiva que abrange todas as coisas. Shakti, por sua vez, é a divindade feminina, símbolo da matéria, da ativa pulsão criadora. Dentro desse contexto, o objetivo das práticas tântricas - que incluem técnicas respiratórias, dietas específicas, meditação, entre outras - é manipular a energia do corpo para unir Shiva, a consciência absoluta, a Shakti, seu aspecto dinâmico.

Os tântricos acreditam que o corpo humano tem sete centros de energia principais, chamados chacras, e buscam fazer com que a energia flua de forma mais equilibrada entre eles. No Tantra, corpo e espírito não são percebidos como duas entidades separadas que representam, respectivamente, o profano e o sagrado - ambos fazem fazem parte de um mesmo todo, e por isso são considerados divinos.

Assim, para os adeptos, o homem não precisa transcender sua realidade material, o que inclui os impulsos naturais, como o sexo, para conseguir realizar-se espiritualmente. Basta que atinja o autoconhecimento, percebendo-se como sagrado. O Tantra busca o que há de espiritual no mundo dos sentidos.

É justamente esse aspecto sagrado concedido ao corpo que, muitas vezes, acaba gerando uma associação errônea do Tantrismo com um mero instrumento de êxtase sensual. Na verdade, o sexo seria apenas um dos caminhos para o despertar do sagrado. Só uma corrente tântrica prescreve o maithuna, que é o ritual erótico, como a melhor forma de homem atingir a união entre Shiva e Shakti.

Esta interpretação equivocada do Tantra, contudo, não é fruto apenas de desconhecimento ou preconceito. Após chegar ao Ocidente, no século 20, os princípios tântricos atraíram diversos profissionais mal-informados, que passaram a vender técnicas para a satisfação sexual como se fossem tântricas, quando, na realidade, passam longe da filosofia que sustenta a doutrina.

Para o Tantra, o corpo é o templo sagrado do espírito, mas pensar só no corpo e no aspecto material das coisas é um erro tão grande quanto rejeitá-los.


Fim.


Incensos... Uma História!




O incenso acalma, perfuma, unifica

Ao acender uma vareta, bastão ou fragmento de resina, um ritual acontece e ganha força: o fogo se une às ervas e um aroma agradável é exalado pela fumaça, que se torna parte do ar: Nuvem que sobe unindo terra e céu.

Para várias culturas, o incenso é um elo com o sagrado. A fumaça aponta para o mistério de Deus e ajuda a transcender. Por esse motivo, pode-se dizer que o uso do incenso é tão antigo quanto a humanidade

Como oferenda, possui duas funções: a de agradar e homenagear os deuses e a de fazer os pedidos chegarem mais rápido até eles.

Segundo o livro Incenso - Preparo, Uso e Significado Ritual (ed. Hemus), "povos primitivos estabeleceiam contato com o divino através da fumaça oriunda da queima de ervas e madeiras aromáticas que se elevavam até os céus".

Desde então, essa é uma das principais finalidades que o incenso tem.

A civilização egípcia foi a primeira a registrar seu emprego com a intenção de afugentar os maus espíritos e homenagear seus deuses. Mais adiante, na Bíblia, o incenso aparece como um dos presentes levados pelos três reis magos a Jesus. Assim como o ouro, os perfumes e os incensos eram ofertados por serem caros e preciosos.


Para levar os Pedidos aos Deuses

É na Índia que o incenso ganha a força e o contorno que, anos depois, veio a ser comercializado no Brasil: uma mistura de ervas e resinas em forma de vareta. Diz-se que o incenso surgiu na Índia, onde continua a ser feito artesanalmente. Nos rituais hare krishna, a religião que difundiu o uso do incenso por aqui, ele permanece no altar e é oferecido a Krishna (ou Vishnu). É uma representação do elemento ar e ajuda a estabelecer um vínculo com o supremo.

Da Índia, o berõ do hinduísmo e do budismo, o incenso se alastrou pelo Oriente na medida em que essas religões ganhavam teritório. Foi levado para a China e chegou no Japão no século 6, onde foi adaptado para um bastão, sm pontas de madeira. Nesse país, uma das finalidades do rito é marcar o tempo da meditação.

No zen-budismo, ela tem início quando o incenso é aceso e acaba quando ele termina. O incenso é usado para fazer uma conexão com o sagrado, o ser iluminado que se encontra em cada um de nós. O bastão ajuda a criar a harmonia e pode ser visto como um símbolo de impermanência. Ao queimar, se transforma em cinza e em fumaça, que se mistura ao ar inspirado pelos pulmões.


Símbolo do Desapego e da Purificação

No budismo tibetano, o incenso é o símbolo da generosidade e do desprendimento. É um dos elementos que representam os prazeres sensoriais - no caso, o olfato. A proposta é oferecê-lo para as deidades. Pois, dessa forma, a pessoa exercita o desapego dos prazeres sensoriais que é entregue como presente e se vai com a fumaça.

O incenso também deixa o ambiente agradável, livre de energias negativas. É capaz de tornar ainda mais forte um ritual do qual participam várias pessoas. todos ficam na mesma vibração.

Seu caráter purificador é especialmente utilizado pelos mulçumanos. No Islã, as pessoas têm o hábito de acender o incenso às sexta-feiras, que é um dia sagrado. Pode se recitar uma surata (capítulo do Alcorão) e pedir a Deus para que ele pufique a casa.

Fim. 


20 Conselhos do Dalai-Lama


A Sabedoria mora em suas palavras. Quando ele fala, todos querem ouvi-lo. Um dos maiores mestres espirituais de nosso tempo, Tenzin Gyatzo, o 14º dalai-lama, a autoridade máxima do budismo tibetano, transcende sua religião e consegue tocar o coração de gente de todas as crenças ao defender a união entre os povos e a conquista de espaços sem o uso da violência.

Os pensamentos abaixo foram extraídos de discursos e entrevistas que o mestre profere incansavelmente em todo o mundo. Fazem parte do livro Dalai-Lama, todos os Dias - 365 Meditações Diárias (ed. Verus), uma antologia de frases selecionadas pelo francês Bernard Baudouin.

São pequenos ditos que nos convidam a refletir e trazem luz a nossa percepção do mundo e das escolhas que naturalmente dela decorrem.

1 - Sem amor, não poderíamos sobreviver. Os seres humanos são criaturas sociais, e sentir-se valorizado pelos outros é a própria base da vida em comunidade.

2 - Quanto mais respeito sentimos por um apessoa comum, mais dela nos aproximamos e mais nos predispomos a seguir seus conselhos. Do mesmo modo, quanto mais crédito você der a seu mestre, maior progresso terá nas suas práticas.

3 - Se está acima de sua capacidade dar o melhor de si, a situação é uma. Mas se está a seu alcance, você deve fazê-lo.

4 - A única coisa que importa é colocar em prática, com sinceridade e seriedade, aquilo em que se acredita.

5 - Quer se creia, quer não em uma religião; quer se creia, quer não na reencarnação, não há ninguém que deixe de apreciar a cordialidade e a compaixão.

6 - Se nos examinamos a cada dia com atenção e vigilância, interrogando nossos pensamentos, nossas motivações e suas manifestações sobre nosso comportamento exterior, poderá emergir em nós uma real oportunidade de muddança e de aperfeiçoamento pessoal.

7 - Minha ignorância, meus apegos, meu desejo, meus ódios! Eis aí, na verdade, meus inimigos.

8 - A finalidade de todas as grandes religiões não é se manifestar exteriormente, construindo grandes templos, mas criar templos de bondade e compaixão no interior, em nosso coração.

9 - Quando somos capazes de reconhecer e perdoar os atos de ignorância cometidos no passado, nós nos fortificamos e nos colocamos à altura de resolver de maniera construtiva os problemas do presente.

10 - Um dos pontos mais relevantes nos relacionamentos humanos é a gentileza. Ela, o amor e a compaixão, esse sentimento que é a essência da fraternidade, levam-nos à paz interior.

11 - Se nosso espírito não se mantém estável e calmo mesmo quando nossa condição física é satisfatória, não conseguimos tirar dele nenhum prazer. Portanto, o segredo de uma vida desabrochadam, agora e no futuro, consite em desenvolver um espírito feliz.

12 - É indispensável demonstrar tolerância e paciência no amor a seus inimogos. Esse é o fundamento da vida espiritual, graças ao qual vivemos para o amor do próximo e para o bem da humanidade.

13 - A Crença religiosa não é uma garantia de integridade moral. Olhando para a história, vemos que, entre os grande provocadores - aqueles que distribuíram fartamente violência, brutalidade e destruição - muitos há que professaram uma fé religiosa, às vezes, escancaradamente. A religão pode nos ajudar a estabelecer princípios éticos. Contudo, é possível falar de ética e moralidade sem recorrer à religião.

14 - Cada uma das ações que projetamos e realizamos e o modo pelo qual decidimos pautar nossa vida - como decidimos vivê-la no quadro das limitações impostas pelas circunstâncias - podem ser percebidos como nossa resposta à grande questão diante da qual todos estamos: "Como posso ser feliz?"

15 - Em nossa grande busca de amor, somos mantidos pela esperança. Sabemos, muito embora não o queiramos admitir, que não pode haver nenhuma garantia de uma vida melhor e amis feliz do que a que levamos no dia de hoje.

16 - O importante é que as pessoas façam um esforço sincero para desenvolver sua capacidade em matéria de compaixão. O grau que elas poderão realmente alcançar depende de numerosos fatores. Se realmente fazem tudo o que lhes é possível para ser mais cordiais e tornar o mundo um lugar melhor, então, a cada tarde, poderão dizer: "Pelo menos fiz o melhor que pude..."

17 - Não podemos vencer a cólera e o ódio simplesmente suprimindo-os. Devemos cultivar empenhadamente seus antídotos: A paciência e a tolerância.

18 - A linha divisória entre um desejo - ou um anto - negativo e um positivo não está no fato de ele lhe oeferecer imediatamente a sensação de satisfação, mas, sim, no fato de ao final produzir resultados positivos ou negativos.

19 - A cobiça está ligada ao fato de que, embora o motivo subjacente seja a busca da satisfação, quer a ironia que, depois de conseguido o objeto de seus desejos, você nunca se sinta satisfeito. O verdaeiro antídoto contra a cobiça é o contentamento. Se você tem disso um senso desenvolvido, pouco importa que você consiga ou não o objeto. Nos dosi casos, vocês estará igualmente satisfeito.

20 - Por via do esforço contínuo, poderemos superar todas as formas de condicionamento negativo e provocar mudanças políticas em nossa vida. Mas é ainda necessário percebermos que a verdadeira mudança não ocorre no intervalo de uma noite. 

As Religões do Mundo - Budismo


Fundado pelo príncipe Siddharta Ghautama – o BUDA (originário da Índia, Ásia Central, 563-83 antes de Cristo), difundido por todo o leste asiático, e que consiste fundamentalmente no ensinamento de como, pela conquista do mais alto conhecimento, escapa-se da roda dos nascimentos e se chega ao Nirvana.

O budismo, religião filosófica, que Çakiamuni, cognominado Buda – o sábio – propagou na Índia, proximamente em 550 antes de Cristo, provocou toda uma literatura nova.

Como é sabido, Buda pregava a igualdade de todas as castas ante a religião; pregava a metempsicose, a caridade, a renúncia a todas as paixões, o aniquilamento de todos os desejos para se poder chegar a tranquilidade absoluta – o Nirvana.

A literatura inspirada nos seus princípios foi primitivamente gnômica, isto é, sentenciosa, análoga à de Pitágoras, e por vezes moldou-se em pequenos contos morais e em parábolas como as do Evangelho.

Mais tarde essa literatura desdobrou-se, expandiu-se, por assim dizer, em grandiosos poemas épicos entre os quais se destacam principalmente o Mahabharata e o Ramayana.

O Budismo se propagou em 3 períodos distintos: Shoho, Zoho e Mappo, que são os primeiros dias da lei, os médios dias da lei e os últimos dias da lei.

No último período – Mappo, em 1253, portanto quase dois milênios depois de sua existência, o budismo foi substituído pelo verdadeiro budismo, fundado pelo buda Original Nitiren Daishonin.

Mas os dois Budas estão ligados pelo Sutra de lotus, o ensino de maior projeção de Ghautama.

Para o Budismo, a atual existência da vida é separada da próxima pela morte, tal como o hoje é separado do amanhã pelo sono. Só que nós não podemos rever nossas existências passadas ou prever as futuras.

CARMA - Acredita-se no carma, segundo o qual, a boa ou a má conduta encontra retribuição na própria encarnação presente.

DHARMA – Monge budista da tribo baramon, fundador do Zen, ficou em posição de ioga durante um tempo indeterminável para obter satori (iluminação). O tempo foi demasiado longo, por isso ele perdeu o uso dos membros.



Aranel Ithil Dior