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Serenando a Mente - Parte 2

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(Caminhar em silêncio é um tipo maravilhoso de meditação que podemos fazer naturalmente... Serenar a mente... Sentir apenas o calcanhar tocando o chão e a respiração, e nada mais... Acima, passeio num jardim pouco valorizado em Vitória da Conquista: o Poço Escuro.)

Nessa linha, há a Meditação Andando!

Para a filosofia zen, a caminhada favorece o equilíbrio e o recolhimento. Ao andar, a pessoa presta atenção na expiração e na inspiração, sem interferir. Mesmo que o iniciante, no começo, se veja tropeçando em muitos e variados pensamento, ele deve permitir-se na jornada desse fluxo, e perceber, que a intranquilidade ou morbidade, que advenha nos primeiros dias, nada mais são do que a necessidade de apaziguamento e a representação dos conflitos acumulados em sua vida. 

Em mais ou menos quinze dias, os passos irão ficando mais suaves, e o iniciante começará a prestar atenção ao movimento dos pés, do corpo, respostas começam a surgir com base numa mudança de atitude e foco em suas muitas lutas diárias...

(George Ivanovitch Gurdjieff (1866-1949), um estudioso armênio sem uma formação clara, mas com muita visão de si mesmo. Gurdjieff mudou a perspectiva de como o homem deve buscar as mudanças de sua personalidade, ele deve começar olhando para suas ansiedades e medos. Através de palestras místicas e exercícios iogues Gurdjieff influenciou Freud e Jung na psicanálise.)

Outros exemplos de meditação dinâmica saem da escola fundada nos anos de 1920, pelo russo George Ivanovitch Gurdjieff, pensador que rodou o mundo antes de construir uma sólida síntese de tradições espirituais do Ocidente e do Oriente. 

Segundo ele, as pessoas passam a vida separadas de si mesmas, tragadas pela confusão externa e por apelos dispersivos de um mundo barulhento. Mas podem despertar, treinando sua atenção e sintonizando o silêncio interior.

Esse despertar deve ser buscado na vida como ela é, não na paz dos mosteiros...

(Precisa ter muito foco para isso... Meditar em meio ao caos é o melhor teste para saber como estão esses "músculos" sensoriais, e se está fácil se desconectar de suas necessidades ou não. Acima, Campanha Serenando a Mente, ocorrido neste início do ano, onde mestres e praticantes da meditação iogue dedicaram horas em revesamento trazendo calma para si e para o coração agitado de São Paulo. Acima, a velha e caótica Avenida Paulista, a mas paulista de todas as avenidas...!)

Nessa visão, a agitação e o caos são estímulos à meditação, que depende mais de referenciais internos do que externos. 

É possível encontrar praticantes desses ensinamentos sentados num shopping ou em outro lugar prosaico. No meu caso, eu adoro a agitação de uma academia para treinar meu grau de concentração e foco, assim, com todo aquele barulho, me sento, fecho meus olhos e começo a me desconectar de tudo e todos ao meu redor...

Este é sempre o maior teste para um meditador sênior: lutar contra o automatismo humano e distrações dos sentidos e, daí, fortalecer sua atenção!

(Assista este vídeo e aprenda como a cada passo da percepção da postura e respiração vão expandindo suas perspectivas internas. Acima, documentário Viagem Interna, de 2010.)

Nas técnicas clássicas, o meditador busca tanto o silêncio externo quanto o interno e fica sentado imóvel, em postura ereta. Isso para que a energia da base da coluna ascenda até o topo da cabeça, despertando gradualmente, no trajeto, cada um dos centros energéticos do corpo. 

Para quem não se adapta à postura de lótus ou à do índio (sentado no chão ou sobre almofada, com pernas cruzadas à frente), uma cadeira de espaldar reto resolve. O essencial é o conforto, pescoço e cabeça alinhados, de forma a relaxar sem sair do estado de alerta: Uma vez o praticante encontrando seu eixo de equilíbrio de seu tronco, ele perceberá que poderá ficar nesta posição por no mínimo 2 horas sem fadigar os membros superiores ou inferiores. 

(A postura sentada, como acima, é a maneira clássica e fácil do praticante iniciar o processo de meditação. Não há necessidade de uma cama, cadeira ou almofada. Mas, sim, os primeiros momentos, em qualquer posição, pode parecer desconfortável, pois a mente e o corpo do homem moderno não conseguem ficar parados por tanto tempo. Uma vez que o praticante encontre seu eixo de equilíbrio entre o chão e a cabeça, através de sua pelve e coluna vertebral, então respirar e se acalmar ficará muito fácil, podendo o praticante ficar nesta posição por várias horas ininterruptamente.)

Dica: aprender a manter a respiração abdominal e ativar o músculo transverso do abdomem e os multífidos da coluna contraídos, melhorará sua postura geral e trará bem-estar e conforto na prática diária.

O ideal é meditar 30 minutos, duas vezes ao dia, mas tudo bem começar com cinco minutos por dia... 

Qualquer estilo de meditação deve devolver a inocência à mente, detendo aquela profusão desordenada de pensamentos que nos deixa exaustos e nos afasta de valores essenciais.

Se no início a angústia e a melancolia fizer parte desse momento, calma! É sua mente reagindo, lhe dizendo: "Ora, você só pára para pensar em tristeza, então vamos ficar tristes!" - Lembranças profundas que devem ser resolvidas podem emergir. A meditação exige não apenas disciplina e determinação, mas coragem do praticante em entrar no mais assustador abismo ou quarto escuro do mundo: Seu próprio coração.

É importante persistir e praticar sempre na mesma hora e lugar, para fixar o hábito. E jamais julgar a experiência, porque não há certo ou errado em meditação...




Continua... 


Aranel Ithil Dior